Dos poucos que me leem, muitos pensam que sou um defensor incontinente do comunismo e das facções esquerdistas que há no mundo, que fazem propaganda de lutar pela igualdade social e por um mundo completamente independente do capital seja lá de onde for.
Porém, eu não sou tão avermelhado assim, a parte da ideologia marxista que me interessa é apenas a que cuida da garantia de direitos ao povo de uma nação. Não importa se haja igualdade ou não. Se um homem come três sanduíches por dia enquanto outro homem come apenas um. Desde que os dois possam comer diariamente, o regime que estiver em vigor em uma sociedade é perfeito. E não só comer: vestir, morar, estudar, trabalhar em uma companhia, locomover-se confortavelmente até ela ou até sua casa, tratar-se quando enfermo.
Deixemos a competição apenas para os supérfluos ou para o luxo. Quem quiser ter um carro em vez de utilizar o transporte público, que lute por isso. E não precisa ser gratuito o transporte público, mas tem que ser funcional e acessível em matéria de tarifa. E o trabalhador deve tê-lo descontado em seu salário e recebido antecipadamente para que ele possa arcar com condução todos os dias.
Moradia é outra preocupação minha. Este planeta existe para vivermos, fomos desenvolvidos aqui e dependemos dele para vivermos. Portanto, ninguém é dono de espaço nenhum e, sendo assim, todos têm direito de ter um cantinho para ficar enquanto existe. E ter este cantinho deve ser um cuidado do Estado. Os que mantém propriedade privada, se pegarmos a história das posses, encontraremos muita invasão e apoderação indevida, na base da lei do mais forte. Com o tempo, a burocracia e seus instrumentos, sendo evoluída capciosamente, aliada à força policial recrutada por quem tem dinheiro para isso, legou a famílias um montante absurdo de terras, deixando outras levadas ao nomadismo, que hoje se exprime com a instituição do aluguel. Se propriedade privada é o carro chefe da sedução capitalista, por que tantos a amargarem aluguel?
Nesse novo tópico, “Capitalismo vermelho”, irei discorrer sobre cada instituição do capitalismo que não acredito que se mantidas, principalmente como está, me convencerão de me desavermelhar totalmente e passar a ajudar na abdução de mentes para contribuir com o regime em que empresas governam. O regime que precisa se valer de fraudes para sobreviver. E discorrerei, também, sobre a razão de determinados direitos humanos deverem ser garantidos ao homem que apenas quer cumprir com sua existência, sem se ensoberbecer ou constituir ganância, aqueles que se contentam com a garantia do que ele precisa para viver, o que listei em um dos parágrafos anteriores.
Não acredito nas ideias religiosas para a criação do homem e deste planeta. Para mim, essas duas criações ocorreram casualmente, ou pelo menos, pra colocar um ser pensante na direção, dirigidas por uma inteligência cósmica que pouco se importava ou importa com a moral humana que foi estabelecida pelas religiões de todo o orbe terrestre e pelos humanistas após o surgimento e desenvolvimento do homem.
O que lemos na Bíblia ou no Alcorão por exemplo, só consigo mastigar se eu cruzar as informações obtidas nesses livros para explicar o criacionismo com os textos de estudiosos que levam a origem humana para teorias que falam sobre cultura extraterrestres e experiências genéticas alienígenas. Ou até mesmo os textos espíritas que falam sobre ter o homem sido desenvolvido por seres espirituais vindos da estrela de Capella. Para mim isso faz muito mais sentido. E, também, o que os cientistas – positivistas, sociais, políticos – afirmam e dão base para uma ou outra articulação capitalista não está fora de cogitação eu refutar.
Eu acredito que o mundo é de todos nós e devemos compartilhá-lo da melhor forma possível. Se a verdade estiver com os religiosos, todos somos irmãos e devemos ter atitudes que compactuem com isso, seria o que Deus espera que façamos. Ou do contrário ele não é tão bondoso. A moral judaica-cristã é uma farsa.
Se estiver com a ciência, a razão para agirmos como irmãos é ainda mais forte, pois, sabemos com muito mais clareza que viemos do pó e ao pó voltaremos e que ninguém, dada a origem ser a mesma: o útero materno, que é igual em qualquer mulher, tem mais direito do que ninguém senão por se valer de instrumentos burocráticos, teorias sociais e força bruta paga sem igualdade de condições para ter o posto mantido, a pessoas (soldados) que também fazem parte do grupo daqueles que elas reprimem.
O dia que isso acabar, o dia que os verdadeiros guardiões e garantidores da fortuna e propriedade dos opressores da sociedade souberem que não são obrigados a fazê-lo, nem pelo quinhão que recebem, e que sua gente, unida, tem maior número e por isso pode se tornar uma ameaça ao sistema de castas estabelecido, não haverá outra opção para as famílias poderosas por trás das empresas que gerem o planeta senão aceitar adotar um capitalismo honesto e humano, em que todos os viventes do globo, incluindo plantas e os outros animais, saem ganhando.
Essa é a minha relação com o pensamento marxista, que não está na íntegra presente, dessa forma, nos ideais da esquerda brasileira ou do comunismo aplicado em nações vermelhas até aqui. E o uso de táticas de guerrilha urbana (marxismo ideológico) para formar grupos e conquistar seu voto e chegar ao poder, prática usada tanto pela esquerda, quanto pela direita no Brasil, não me agrada, apesar de eu achar que para derrubar o inimigo vale tudo.
Minha visão sobre todos os assuntos que discutirei neste novo tópico está bem demonstrada no livro “Os meninos da Rua Albatroz“, o livro que fala de tudo. E a minha ideia de capitalismo utópico eu deixei registrado no livro “Contos de Verão: A casa da fantasia“, no qual um sistema de competição sadia em um mercado específico, o do turismo, descreve o bom relacionamento que acontece entre governos, empresas, fornecedores, órgãos públicos, patrões, empregados e clientes – representando os consumidores – é inventado e prova que é possível vivermos satisfatoriamente sem termos que mudar o regime governamental, desde que nos desprogramamos das acepções que nos foram impregnadas desde a infância vivida em um sistema capitalista e desde que façamos concessões em função da boa qualidade de vida de si, do próximo e do meio-ambiente.