O Congresso Nacional do Brasil, na minha opinião parece uma empresa de capital aberto. Aberto só não: escancarado. E nós, contribuintes, somos acionistas dessa empresa, pois, a fonte de receita dela é a arrecadação de impostos.
O curioso é que essa empresa em vez de satisfazer os sócios com o lucro que consegue gerar, ela satisfaz a seus executivos, chamados de políticos. Na forma de propina ou de caixa 2 formado com o capital que vem de licitações superfaturadas, esses políticos enchem seus grandes bolsos, o qual é preciso que seja realmente grande porque ainda tem que caber o gordo salário que eles ganham da companhia.
Os clientes dessa empresa são variados. Já foram empresas – nacionais e estrangeiras – e seus empresários; teve um tempo – como no governo passado, o petista – que o cliente era o trabalhador; e agora voltou a ser empresas o freguês potencial. O trabalhador passou a ser produto e é vendido para este.
O segmento de mercado dessa companhia, atualmente é a venda de licitações e de favorecimentos a grupos empresariais. Alguns desses querem ganhar dinheiro viabilizando obras públicas de infraestrutura. Construir pontes, estradas, estádios, vila olímpicas fazem parte dessas obras. Arrendamentos, aluguéis de imóveis públicos e pedágios idem.
Outros querem explorar o trabalhador, lhe vendendo indiretamente planos médicos – substituindo o desconto do INSS no holerite -, ticket de alimentação, caderneta de poupança em vez de PIS, Décimo Terceiro e FGTS. Restringindo os meses de Licença Maternidade para que a mãe precise de uma creche para deixar o filho enquanto ela trabalha. Imagine se a Nestlé não está por trás dessa operação para oferecer a essas creches, além da água que ela diz não ser direito humano, o seu leite Nan, saindo o preço final bem salgado à trabalhadora! E há quem diga que há consórcios do ramo de transporte de olho no desconto do Vale Transporte.
Não pára por aí a privatização e o entreguismo a que o Governo Temer parece se empenhar: o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida ou o FIES também dão bons subsídios à exploração da população carente. Que já se acostumou com esses insumos sociais, tendo criado um perfil de consumo, de moradia e de escolaridade. Talvez, então, para manter a dignidade com que viveu durante os anos de PT no poder, vá se interessar em conhecer as alternativas privadas e não deixar cair o padrão de vida. E nisso cairá no conto do vigário, que é próprio de políticos conservadores vendilhões aplicar.
Às empresas de mídia essa sociedade anônima também atende, oferecendo a elas reality show de primeira. Que garantem audiência 24 horas. A começar por shows circenses como o último impeachment protagonizado pela casa ou a entrevista dada por Mr. Fora Temer ao “Roda Viva” da TV Cultura, que fez com que a seriedade do programa fosse comparada à de um “Caldeirão do Hulk” no conceito dos até então seguidores do próprio.
A você que é sócio dessa companhia e que não vê a cor do capital que emprega nela, só resta uma opção: boicote tudo que sai dela. Assim nada entra nela e todos que mamam em suas tetas terão que caçar jeito de trabalhar decentemente. E isso tem que ser rápido. Antes que, como diz a Rita Lee em música, né, “tudo vire bosta”.