Perca dinheiro, mas não perca venda

Um sujeito, num sábado antes das nove da manhã, entrara num shopping que ele costuma frequentar. Tendo visto que a loja de bomboniere onde diariamente compra alguma coisa estava fechada, ignorou a lanchonete onde de vez em quando compra pão de queijo e entrou em uma pastelaria, decidido a fazer um lanche diferente do trivial. Viu dentro dela um cartaz que anunciava uma promoção. Por dois reais, um pastel e um copo com refresco podia ser comprado. Ele estava com pressa para pegar uma lotação.

Interessado, o sujeito entrou na fila do caixa, onde o operador registrava o pedido de duas mulheres de meia idade, vestindo estampadas camisas e saias longas e apertadas, em um único tom de cor e com fecho eclair na traseira. Ambas as vestimentas bem anacrônicas. Uma delas cantava um gospel da igreja que frequentava, ao mesmo tempo que conversava com a amiga e o caixa, e fazia suas melancólicas e incontinentes reverências à Deus Pai Todo Poderoso e a Nosso Senhor Jesus Cristo, que pra ela devem ser a mesma pessoa.

— O que vai querer, senhora? — disse o moreno alto e forte trajando peças de salgadeiro.
— Três pasteis e um refresco. Copo de 500 ml.
— Seis reais. — disse o caixa.
— Quanto?! — perguntou espantada a mulher pagante.
— Tá errado! — Refutou a protestante assumida.

O homem olhou para a servente de balcão e pediu a ela para confirmar o preço do refresco de 500ml. “Um e oitenta”, ela respondeu. “Cinco e cinquenta”, ratificou o operador. “Eu não disse? Passo aqui e compro isso umas três vezes na semana”. Pontuou a crente e voltou a cantar e a fazer suas irritantes reverências.

Provalvemente ela se tocou que havia sido dura com o rapaz e achou-se no dever de bajulá-lo, embora o negro não demonstrasse qualquer alteração de estado de espírito.

— É você mesmo que faz o pastel, moço?

Ele respondeu que sim com a cabeça, mantendo o foco na calculadora que operava.

— Você é um abençoado! É muito bom o seu pastel.  Isso é unção. É unção de Deus, do ungido.

E seguiu com aquele bla bla bla de crente que não se governa e acha que qualquer estabelecimento que entra é igreja.

Nisso, o sujeito interessado numa promoção da lanchonete, segurando uma nota de dois reais e percebendo que a pasteleira tinha poucos pasteis prontos e que ia precisar fritar mais, decidiu ir até ela tentar um atendimento fiado.

— Posso pedir primeiro e pagar depois? — quis dela o que perguntou.

E indecisa a mulher respondeu:

— Vou pegar para você. Você quer essa promoção de dois reais? Qual o sabor do suco? Aguarde eu atender o pessoal que chegou primeiro.

O sujeito se sentiu aliviado com a promessa de atendimento, ao olhar para o caixa e verificado que ainda estaria na fila, na mesma posição, se não tivesse tomado a iniciativa que tomou.

Porém, a atendente de balcão fez que ia pegar o pedido dele várias vezes, realizando em seguida o atendimento de outros clientes. Numa das vezes, quando finalmente ela ia atender o sujeito, ela voltou atrás, pois, chegou até o balcão a cantarolante crente exaltadora da sua fé e pagadora de sermão em assuntos que não são de seu respeito. Ela pediu para embalar os três pasteis e que fosse lhe entregue o suco. A servidora da lanchonete pediu mais um tempo para o sujeito que só queria comer um pastel e estava com o dinheiro certinho na mão. Era toma lá, dá cá!

Mas, por mais que ele facilitasse a coisa, a balconista não percebeu que ele estava com pressa e muito menos que ela o ofendia, dando prioridade para pessoas que por mais que tivessem entrado no estabelecimento antes dele, atrasavam o atendimento dos funcionários da lanchonete e buscavam um privilégio que não tinham, pois, em um comércio, enquanto pagantes todos os fregueses são iguais. Não aguentando mais a fome, a pressa e o descaso sofrido, o sujeito foi embora, só ouvindo a crente informar à balconista, que estava de costa, que o moço foi embora.

O apressado, então, entrou na loja que devia ter entrado antes para não passar o que passou, foi direto para o caixa e pediu uma ficha para pegar com a balconista um pão de queijo. Foi vapt e vupt. Ele entregou os dois reais que já segurava, levou ao balcão a ficha e saiu do estabelecimento comendo o pão de queijo, que tinha o sabor de alma lavada.

E enquanto comia andando, o homem discorria sobre a situação. O caixa foi um dos responsáveis pela perda da venda, já que não conseguiu conduzir o atendimento, deixando que clientes sem noção do que é uma fila de atendimento a congestionasse por motivos pessoais e torpes. Mas, com certeza ele pôs a culpa na servente, a responsabilizando de não ter tratado logo de atender o rapaz.

A servente, por sua vez, deve ter esquivado da culpa alegando que ganhava tempo para não atender sem pegar a ficha, temendo se tratar de alguém que iria pegar o lanche e saltar fora. Justificativa incoerente, pois, o rapaz segurava visivelmente os dois reais à espera de entregá-lo assim que o pedido viesse. E também ela poderia ter respondido “só com ficha” à pergunta se poderia receber o pedido e pagar depois. Assim o rapaz não perderia seu tempo se não quisesse ou pudesse esperar o desenrolar do atendimento no caixa. A culpa voltaria para o operador deste setor.

Ainda divagando o sujeito imaginou a hipótese de ambos, operador de caixa e operador de balcão, terem imaginado que era sem efeito o ocorrido, pois, eram apenas dois reais que eles estavam perdendo. Só a amiga da mulher causadora do tumulto, a crente, gastara cinco reais e cinquenta centavos. Se isso tiver acontecido, pensava ele, terá sido uma grande exibição de falta de tino para os negócios.

Claro! Ainda mais nos dias de hoje, com essa recessão “Temer”osa! O rapaz entrou no recinto porque o achou com boa aparência. Viu um cartaz anunciando uma promoção, na certa gostara do preço e das opções inclusas. Faltava ele receber o atendimento e experimentar os produtos. Os quais ele avaliaria e teriam peso sobre a sua fidelidade ao local de consumação de relação comercial da área alimentícia.

Muito poderia decorrer disso. O cliente poderia consumir mais logo ao acabar de degustar ou poderia voltar ao estabelecimento nos dias que se seguissem, tal qual ele faz com estabelecimentos vizinhos àquele, e comprar novamente. Ele poderia indicar para amigos, que tal qual em um sistema de marketing multinível poderiam alavancar novas vendas para o estabelecimento. Não foram só DOIS reais que foram perdidos. Foi UMA venda. Uma única venda é suficiente para se deixar de ganhar ou até mesmo perder muito dinheiro.

Mesmo que o negócio não seja seu, lute pelo seu cliente. Faça o máximo para atênde-lo. Nem sempre atender significa deixar o freguês satisfeito, tendo conseguido o que foi procurar. Um ensinamento que coloquei no livro “Contos de Verão: A casa da fantasia“, que ensina a conquistar pessoas e a vender, é: Os clientes voltam quando não são atendidos, se forem respeitados, por acharem que o estabelecimento é tão bom que é muito disputado. E quem ele avalia é o servidor e o produto e não a empresa. O servidor, mais tarde, de tanto receber boas avaliações, se vier a montar o próprio negócio poderá contar com os clientes do próprio patrão.

Feliz 2017!

socialismo

O futuro começou aqui
E é por isso que eu vou seguir
Vamos juntos ver que a vida é bela
Vermelha e amarela

A liberdade volta sem partir
A crueldade sempre encontra um fim
Neste mundo há um canhão de flores
Vermelhas e amarelas

Oh, oh
Oh, oh
O tempo vou levando
Instruindo um milhão de ideias
sem nunca estar sozinho

Oh, oh
Oh, oh
E sigo sempre cantando
este hino de união e paz
e fé nesse caminho

Feliz 2017, audiência!

Esperamos poder levar para você no ano que vem, ainda mais futuro em forma de ideias.

aavitor

Eu não faço questão da notinha

venhaanarquisar
#VenhaAnarquisar

E então temos instaurado no lugar da democracia no Brasil um sistema ditatorial pró empresários e outros hegemônicos mantido por um grupo de políticos inescrupulosos e juristas covardes simpatizantes da justiça por conveniência. Políticos e juristas anárquicos à qualquer tipo de ética.

Esse grupo perdeu a última eleição presidencial para o Partido dos Trabalhadores, utilizou de sua hegemonia para armar um golpe de estado que o colocou onde queria, no trono presidencial, e agora quer se vingar do trabalhador por ele não ter votado em seus candidatos corruptos e ter preferido manter no posto a administração pública federal que, tirando a maquinagem da grande mídia, estava dando certo para o trabalhador e para o pobre, que são os que carregam nas costas o sistema.

Agora vem o presidente imposto e sua equipe querer implantar uma política trabalhista abusiva, que rasga a CLT e põe o trabalhador na mesma condição de um cavalo a levar chicotadas para fazer sua função pra dar lucro só pro patrão, encher os bolsos dos que aviltam o dinheiro arrecadado na forma de imposto com o trabalho e, de quebra, dar uma vida melhor para sindicalistas corruptos que mamam nas tetas da Contribuição Sindical e vão mamar na propina que a nova política trabalhista favorecerá, já que o que o patrão precisar que o operário faça, mesmo que ilicitamente, ele acordará com os sindicatos e o acordo que for firmado entre eles sobreporá a CLT.

Para colocarem um instrumento desses à disposição do patrão, por certo ele não tem boas intenções para com o trabalhador e quer tirar deste a única arma que ele tem, que são as limitações da arrogância da patronagem dada pela CLT. Eu vi muitas vezes pessoas ganharem causas trabalhistas na Justiça contra empresas e sindicatos, tendo os termos da CLT como objeto de defesa. Querem garantir que isso não volte a acontecer, blindando o empregador com esse instrumento.

Para esse governo ilegítimo e tirano, a culpa da crise, fictícia na minha opinião – inventada pra ser dado, por exemplo, presente de Natal para o setor de telecomunicação, sob a alegação de salvar empregos -, é toda do trabalhador. O empresário que sonega imposto ou administra mal sua empresa e por isso colhe maus resultados não tem culpa nenhuma. O político corrupto, que não quer rever seu salário desnecessariamente exorbitante e demais regalias e nem parar de locupletar e assaltar os cofres públicos, idem. A Reforma Política, que Dilma quis dar prosseguimento para acabar com a corrupção e limitar coerentemente os gastos públicos, por ameaçar os corruptos nem se fala mais nela. É realmente um bando de pilantras, mal intencionados como é de praxe, que está operando sob a insígnia da Lei. Querem enganar a quem com esse papo de que estão resgatando a economia do Brasil?

Querem acabar com todas as conquistas que o trabalhador conquistou nos últimos vinte anos. E há coisas que são tão absurdas, que faz até a gente duvidar de que seja sério o que foi divulgado do texto dessa reforma. Tem ar de ser coisa para distrair a população, colocar ela discutindo, para com isso chegarem a uma solução ou ganharem tempo para vê-la aparecer no meio político mesmo, que é de onde deveria vir.

Férias parceladas? Sabe lá se duas vezes de quinze dias. Quando vou descansar, viajar, curtir os benefícios que supostamente a vida de trabalhador me dá? Eu sei que “eles” podem fazer a toda hora ou a hora que desejarem, todas as coisas que não querem que eu possa. O que eu vou fazer aos oitenta anos quando eu finalmente me aposentar? Pegar o dinheiro que consegui juntar, sem o auxílio do FGTS, pois este não mais vai existir, e comprar uma área num cemitério para eu descansar numa lápide decente? E tem essa questão de juntar dinheiro também para se analisar. Se fosse realmente o trabalhador negociando diretamente com o patrão como os analistas favoráveis aos golpistas dizem, eu apoiaria. Só que não é.

Se fosse eu discutiria com o patrão o que eu ganharia e só aceitaria o trampo se o que eu ganhasse desse para eu custear a locomoção até o trabalho todos os dias, as outras lotações que eu viesse a utilizar no meu cotidiano, a comida mensal, as contas fixas. Eu teria que poder pagar um plano médico para mim e para a minha família. A escola dos meus filhos. A conta do supermercado. As tarifas do lazer. E, já que não mais existirá a poupança forçada do FGTS e do acerto ao sair da empresa: um valor com que eu pudesse abastecer uma caderneta de poupança e com ela formar um patrimônio para a velhice ou ter um seguro para as horas desempregado.

Só que não é. O “empregado” a que se referem nessa fala descompromissada é o sindicato. A vida do trabalhador estará a jugo de sindicalistas. Pessoas comuns, suscetíveis à corrupção, vão decidir tudo para o trabalhador, sem a permissão dele e sem ele ter direito de escolha entre permitir ou não.

E o que for decidido prevalecerá sobre a CLT. Ou seja: Se o empregado desconfiar que foi lesado e ele for reclamar, o patrão lhe dirá que um representante dele participou da decisão e com isso houve democracia. E, se hoje para frear os sindicalistas, que também abusam do trabalhador em seus tratos com a patronagem, o empregado pode usar os termos da CLT e cobrar prejuízos ou desfazer acordos, amanhã isso não será mais possível. É pegar ou largar. “Não está satisfeito: pede pra sair“. Vão lembrar da frase do Capitão Nascimento o tempo todo. Essa reforma só beneficia os exploradores do sistema.

Já que o gatilho para a anarquia vem de cima, a ordem agora, então, para o trabalhador, é observar como vivem os desagregados do sistema, encher-se de coragem e adotar o comportanento deles. Eles peitam esses exploradores e não dão retorno tributário para nenhum deles. Não praticam o consumismo formal, fiscalizado; não trabalham sob regimes trabalhistas de espécie alguma; não geram impostos para o governo e nem lucro para as empresas. Compram — quando compram — informalmente o produto C ou o D. E por vezes são vistos atravessando produtos A trazidos clandestinamente da China, ou de outro tigre asiático, via Paraguai (que já cogitam destruir a Ponte da Amizade), montando uma concorrência formidável para a maioria das empresas que formam o pool que apoia essas reformas escravagistas que o governo clandestino manda a safada da Grande Midia falar pra quem ainda acredita nela que são boas para o país.

É certo que a vida de desagregado tem seu preço. Comparando-a com a fútil vida moderna que nos condicionaram e nos condicionam a ela diariamente, pode ser que viver sem dignidade seja o preço. Mas, em que um mendigo que consegue todos os dias comer, beber água e encontrar um canto para dormir é menos digno do que um trabalhador comum? Tudo que a natureza nos exige para permanecermos vivos ele cumpre. Sem ter que se sujeitar a horários predeterminados por outros, sem ter que ouvir mandes e desmandes, receber a miséria que acham de pagar.

O mendigo não tem que se preocupar com a sua segurança, ele só tem que se defender. Ou com a de seus pertences, pois, ele não tem nada para ser lhe subtraído. Ele não tem que pagar para estar vivo até a hora em que ele partir desta para a mesma onde vai parar o trabalhador comum – e sem levar nada. O mendigo vai passar a vida realizando, totalmente livre, as mesmas experiências de sobrevivência que o cidadão agregado.

E depois que ele morrer ele vai se tornar igual a estes. Na sociedade que vivemos somos diferenciados dos mendigos apenas por aceitarmos as implantações de hábitos e de costumes que nos implantam na mente. Aí vamos achar-nos mesmo a estar na miséria, passando por privação, não levando uma vida digna, pois, viver na mendicância é abrir mão dessas coisas supérfluas e inatas. Se abrimos mão dos artificialismos e das convenções do que é vida digna impostos-nos pelo sistema, nos tornamos mendigos.

Costumo me lembrar de quando eu trabalhei como gerente de uma editora. Eu fui contratado para isso e exercia atividades relacionadas a esse posto. Na carteira profissional havia qualificação provisória e a remuneração, bem abaixo do que seria a prometida, idem. O tempo passava e a promessa de regularização dessa situação só prorrogava. E com o meu trabalho a empresa sempre atingia seus objetivos e eu via os patrões enriquecerem. Tentei arrumar outro emprego na área, mas, eu só encontrava funções gerais para trabalhar. Meu currículo estava me atrapalhando devido à qualidade excessiva para os cargos que surgiam.

Um dia falei para meus patrões que eu queria ser demitido e readmitido na vaga de zelador que eles estavam oferecendo. Expliquei que estando trabalhando em uma função que requer menos qualidade e ganhando um salário compatível com a função eu não me sentiria enganado e me sentiria mais digno. Eu sofreria menos e seria livre.

Percebe que é essa a mesma escolha que o desagregado faz? Pra que contribuir tanto com o sistema se você não é respeitado e só está melhor do que o mendigo enquanto mantiver o pensamento que o burguês que te explora implantou em sua cabeça, através de diversos instrumentos sociais, como a mídia e a escola por exemplos?

São desagregados do sistema, além dos pedintes, o vagabundo, o drogado, o alcoólatra, o trabalhador informal, o bandido classe B (aquele que não veste colarinho branco). O ermitão, o invasor de propriedades, o lunático. E o anarquista. Todos que rejeitam o modelo de sociedade e estilo de vida que o sistema oferece e quer manter são desagregados. Mesmo quando vivem às margens da sociedade como os monges.

Portanto, não taxarei mais quem bate carteira (que hoje deu lugar ao celular); quem pula catraca de ônibus ou de bilheterias; quem vende ou compra produtos falsificados; quem pirateia; quem usa software pirata ou sem licença; quem pratica charlatonagem; quem rouba; quem compra de camelô, de noiado ou de lojas clandestinas; quem trafica; quem invade propriedade; quem sonega imposto; quem faz download e fatura em cima; quem faz gato de fornecimento de água e de luz, de internet ou, principalmente, de TV a cabo; quem frauda crédito de telefonia móvel; quem não paga o IPTU; quem compra CNH. É esse pessoal, desviando dinheiro do governo e das empresas, é que vai me ajudar a derrubar esse bando de golpistas que tomaram de assalto Brasília. Ou pelo menos as leis que esse bando implantar.

Eu sei que o grosso da arrecadação ilícita desses crápulas vem da venda dos nossos recursos naturais, como o minério em geral, para o estrangeiro, e também com a extração e refinagem de petróleo ou com as árvores da Amazônia. Durante um tempo eles nem vão sentir o desfalque no bolso deles. Entretanto, eles não podem pagar o funcionalismo público com esse dinheiro não fiscalizado. A grana lavada que sai do setor de telecomunicação é suficiente só para pagar o quadro do próprio setor. Logo, uma rebelião no meio servidor público, principalmente nas corporações policiais, irá despontar. E, aí meu, será a condição que estamos esperando para acabar de vez com essa cúpula de ladrões e desgraçados que tomou conta do Palácio da Alvorada, do Congresso Nacional e do Judiciário brasileiro.

Esse texto ficou grande, eu deveria tê-lo posto em um e-book e distribui-lo para que o interessado o imprimisse para ler em momentos sem computador ou celular na mão. Mas, adviria gastos monetários para o leitor que se dignasse a imprimir e o pequeno empresário não merece ver o leitor aplicar nele o que o texto ensina. Rs! Quem quiser me copiar (sem trocadilhos), vou organizar o texto desta página em um PDF e levá-lo para impressão. Vai estar sempre à mão me servindo de uma espécie de Bíblia para eu consultar e me motivar a praticar o meu boicote contra o sistema. E pode ficar sossegado, comerciante aliado onde eu fizer a impressão que pretendo, e fazer tranquilamente seu caixa 2, pois, eu não vou pegar a notinha.

Quer anarquia maior do que ler? Absorver análises de teorias conspiratórias que combatem a verdade estabelecida para você acreditar? Leia o livro “Os meninos da Rua Albatroz”, nem que seja baixando um PDF pirata, pode notar que nem pus o link para ser clicado e acessar o local de compra, e comece agora a sua revolução pessoal contra esses que nos oprimem.

É preciso que você faça na rua a anarquia que você faz na internet

mundoconectado

IMAGEM: https://aprendamarketingdigitalblog.files.wordpress.com

A esperança venceu o medo“. Com essa frase Lula calou a boca da atriz Regina Duarte, dos Marinho, o resto do PIG e de um monte de político e empresários que temiam que um dia ele conseguisse superar o candidato trabalhado pela grande mídia e chegasse ao posto de Presidente da República. Essa frase, naquele dia, deu título ao meu primeiro post em meu primeiro blog. Me lembro que eu escrevia estando de porre. Não preciso dizer que o post era uma homenagem à vitória de um candidato a presidência da nação, que recebeu meu voto. Pela primeira vez meu voto valeu. Sem problemas, pois, Collor e FHC iriam me deixar bastante desapontado se eu tivesse acreditado neles pelo menos em uma de suas vezes como vencedores.

Me remeto a esse ponto da minha existência e da existência do Brasil para falar sobre a internet. Ela chegou por aqui em tempos tucanos e mesmo assim já anarquisava. Era mais visível do que hoje o espírito de cooperação que havia entre os internautas. Tanto os que proviam conteúdo, quanto os que os acessavam e faziam girar contadores de visitas. A gente conseguia obter informação preciosa e material, por vezes restritos a certa elite, abundantemente. Foi difícil conter o entusiasmo naqueles tempos. Quantos flip disk (disquetes) lotados de kbytes guardados para a posteridade que acumulamos!

Segredos eram revelados sem chance de serem ocultadas ou desinformadas as revelações como hoje se abriu uma brecha para se fazer isso. Muita gente se viu nua, sem poder fazer qualquer coisa para cobrir-se e evitar o desprestígio ou pelo menos a real avaliação do público sobre a sua personalidade. A mídia começou a perder o monopólio da formação de opinião pública.

Era fotos secretas que eram divulgadas na luz do dia, sem qualquer possibilidade de serem tiradas do ar antes de um estrago ser feito. O e-mail virou o Pravda, tão enorme era a tiragem das cópias carregando mensagens-denúncias ou palavras de ordem que iam parar nas caixas postais de interessados do mundo inteiro. E não se pagava mais do que o acesso discado à internet para fazer isso, depois que apareceram o Zipmail, o BrFree e o IG para dar e-mail gratuito para todo mundo trocar mensagens e farrear. Se de madrugada, a economia descia a zero, pois, as telefônicas mantinham tarifas reduzidas após a zero hora.

E o MP3? Arruinou com gravadoras, pra você ter uma ideia! O Napster, o Audio Galaxy, o Kazaa, o E-mule ameaçaram com força o capitalismo da indústria do entretenimento até serem freados. O ICQ, até aparecerem o MSN e o Skyper, desanimaram as telefônicas de continuar operando no modo convencional: telefonia. E todos que estavam empenhados em usar esses mecanismos para satisfazer suas demandas de comunicação, absorção de informação e entretenimento eram considerados e-marginais. E sem estar fora da lei. Até quiseram colocar-nos fora da lei, mas não conseguiram. Tenho muito a agradecer aos “cjb.com” ou aos “.da.ru” da vida. Que hospedavam nossos fetiches e a cúpula conspiracionista global nada podia fazer contra eles. Sequer os encontravam.

Sabe, acusam a turma da esquerda brasileira de ser formada por dissidentes de grupos terroristas brazukas do passado. Eu amo a história daqueles guerrilheiros que amavam profundamente o Brasil e não deixavam por menos para os militares, para os colonizadores estrangeiros e para a elite civil que havia na época e que hoje é representada pelos políticos da direita e empresários conservadores brasileiros que andam dando as cartas depois que deram um novo golpe de estado. Meu livro “Os meninos da Rua Albatroz” faz apologia à ALN, MR8, VPR, ao COLINA e aos guerrilheiros do PCdoB no Araguaia. E ainda os estrangeiros como o Baader-Meinhoff, as Brigadas Vermelhas ou a FARC. Luis Carlos Prestes, Marighella e Lamarca são lembrados como grandes heróis que foram. Stédile e o MST, a CNBB e a Resistência Ecumênica idem.

Se são dissidentes ou não, é sabido que a veia de ente contestadora, reacionária e anarquista passa pelo corpo deles. E eles conseguiram passar para os mais novos o significado disto: anarquizar para derrubar o sistema. Uns caras como o Bolsonaro disseram que os petistas, em tal época, sem dinheiro tocavam o terror. Frizando: imagine o que não fariam agora (depois de ganhar o poder) que estão endinheirados. A alusão subentendida deles obriga-nos a concluir que aqueles artilheiros que atiravam com armas roubadas dos quartéis hoje têm, licitamente, seu próprio arsenal. E sabem atirar ou manejar uma granada muito melhor do que qualquer marreco (recruta do exército). Se a direita voltar ao poder, na marra ou não, terá que enfrentar os canos dos fuzis para sustentar-se nele por pelo menos o tempo de acabar de roubar o Brasil ou aprovar leis que deixem o caminho livre para explorar o povo, como essa Reforma Trabalhista que Michel Temer pretende empurrar na vida do trabalhador.

Só que Lula armou a população brasileira de outro jeito. Do jeito pacífico como era do agrado de Martin Luther King. Faz mais o perfil de quem entrou para a história saindo do meio sindicalista. Lula deu acesso à internet ao pobre e o pôs para aprender inglês. As frases nas camisetas que Caetano Veloso e Gal Costa pediam em música para o público ler já podiam ser lidas. E não só elas, mas também todo o roteiro de um filme norte-americano ou um livro inteiro de qualquer estilo comercial ou lírico. Direto do .com.

E com isso, o povo não mais espera os filmes ou os seriados gringos chegarem em forma de enlatado, serem traduzidos e exibidos na tela da Globo para serem assistidos. Nem ao cinema o povo vai mais. As informações dos grandes veículos de imprensa do mundo, de esquerda ou de direita, são absorvidas nas fontes, antes de, ao amanhecer, os tablóides brasileiros as maquiarem e as colocarem nos noticiários como um frango em uma assadeira apreciada por um cachorro vadio na porta de um estabelecimento comercial. A mesma antecipação acontece com as revistas, com a música, com a moda. Com o pornô. A Playboy até saiu de circulação, sabe lá o que isso significa? Vai voltar agora, se “Temer” quiser! É preciso limitar a internet pra ficar mais segura a volta.

Toda a mídia e as empresas prejudicadas com essa sua anarquia aguarda sair a lei que limita a disponibilização da banda de internet para, dessa forma, poderem se defender de você. Fazer com que você volte para elas. Que você volte a comprar CDs, nem que seja o pirata no camelô; que você volte a ver televisão, ouvir rádio, comprar jornais; que você volte a enviar cartas e a falar ao telefone. Deixe esse negócio de publicar livros só porque ficou fácil publicar depois do “Lula lá”. Vai acabar fazendo voltar o nobre e ameaçador costume de ler, que essa corja tanto lutou para dizimar porque se você der atenção somente para a multimídia você pode ter seu cérebro lavado com mais êxito.

Querem que você pare de fazer downloads e pague impostos e direitos autorais. E que você pare de fazer uploads também. Nada de disponibilizar para o público coisas que às vezes eles não querem que muita gente saiba. Mesmo que seja a sua mais autêntica opinião, como tenho costume de fazer quando me meto a escrever alguma coisa. Querem que você volte a usar o telefone fonado para pedir alguma entrega ou se queixar de algum problema próprio de SAC resolver. É entrada de dinheiro para os call centers, não sabe? Sai dessa de tudo ter que ser pedido num site de e-commerce ou pelo famigerado Whatsapp.

Entende como você é anarquista, derruba o sistema e nem sabe? Isso é belicoso demais e foi o PT quem te armou. Só quero com esse texto que você perceba que você é um anarquista. Inconsciente, mas anarquista. Suas ações abalam o regime capitalista. Diminuem o dinheiro a circular. Isso é ataque comunista. Tudo bem que foram os próprios descuidados capitalistas que te deram essa oportunidade de ser assim. “Deus fez ao homem reto, mas ele buscou muitas invenções” (Ec. 7:29). Até a Bíblia já previa esse caos.

Porque você foi absorvido pelo mundo conectado e aderiu ao “touchscreen way of life“, você passa a vida a anarquisar. E você acha que isso está te fazendo bem e você não quer parar. Então, anarquisar é bom e está ao seu alcance. Empregue isso noutros planos importantes, como a vida fora do meio digital. Vamos precisar disso para derrubar as intenções desse governo que aí está, no Brasil, a rifar o pobre e o trabalhador.

Acompanhe as postagens deste blog que falaremos a respeito!

Bem-vindo ao Governo Temer: A voz de Deus zunindo aos ouvidos golpistas

Qual a paz que eu devo conservar pra tentar ser feliz
(Adaptado de “Minha alma (A paz que eu não quero)”, O Rappa)

mahatma-gandhi-31

Não tenho credenciais para afirmar isso, por isso utilizo o recurso de deixar evidente que se trata da minha opinião, mas, nunca no mundo um governo sofreu oposição tão forte vindo de populares anônimos ou mantidos no anonimato pelas classes dominantes que controlam a mídia e podem fazer uma opinião permanecer oculta ou ser totalmente desvirtuada. Eu só frequento ambientes onde as “versões oficiais” dos fatos e a “opinião oficial” sobre as mesmas não vigoram, e neles a rejeição pelo Governo Temer é perceptível de atingir patamares bem maior do que o que os veículos de comunicação publicam.

E isso graças à internet. Não só às redes sociais, mas também aos blogs e sites de anônimos que conseguem furar o bloqueio que visa inibir informações que são veiculadas nesses veículos. Parece até que o Lula preconizou essa necessidade e tratou logo de dar condição para que o sujeito comum pudesse ter acesso à essa mídia e nela expusesse a sua opinião. Não é à toa que tanto querem limitar a internet fixa, criar instrumentos para calar o povo contra os políticos, e por aí vai. E Lula também deu um jeito para que a impressão de jornais  e livros ficasse mais acessível. São outras formas de circular massivamente informação. Eu não teria condições de publicar meus livros se não fosse o PT.

Surgiu aí a circulação de uma matéria do jornal “O Globo”, que faz certa apologia ao projeto de reforma trabalhista que a equipe de Michel Temer apresentou ao Congresso Nacional. Para o jornaleco, o projeto é o supra sumo para resolver os problemas econômicos e a crise de emprego que sofre o país.

Jornada móvel (o trabalhador ficando tempo integral do expediente atual à disposição do empregador e recebendo apenas pelas horas em que foi utilizado) e parcelamento de férias estão entre as apologias feitas por um grupo de comunicação cujos donos não sabem de perto o que é trabalhar mesmo nas condições atuais dadas pela CLT e quer que aceitemos jogar fora o escudo que temos para responsabilizar o patrão quando o próprio desrespeita nossos direitos.

Se os jornalistas que trabalham para esse pasquim ou os artistas que trabalham para a emissora de TV da organização não incomodam com o seu direito trabalhista, o restante dos trabalhadores do país, que este jornal sem a permissão devida quer representar, incomoda. Se a CLT incomoda o patrão, é mais do que um motivo para não toparmos qualquer proposta de modificá-la ou de tirá-la da vida dele. É o vampiro querendo que tiremos a cruz e a estaca da frente dele. Estão quase chegando à terceirização da atividade-fim pretendida pelo Eduardo Cunha. Será que ele comanda de onde ele está?

Mas, o que mais me deixou impressionado na tal reportagem foi o que é comentado na própria a respeito dos sindicatos. “Pelo texto, acordos firmados entre empresas e sindicatos vão prevalecer sobre a CLT“. Ou seja, para eles, que são tudo corrupto ou corrompido, os sindicatos são uma beleza para o trabalhador e inquestionáveis quanto à sua tarefa de defender o mesmo contra os abusos do empregador.

Infelizmente, taí uma coisa em que falhou o Lula, que é a melhor referência de sindicalista no Brasil, mereceu eu destacar seu começo de carreira no livro “Os meninos da Rua Albatroz“, que a essa altura deve ser lido mais do que nunca: os sindicalistas se curvaram ao capital e se corromperam. Eles cooperam principalmente com as empresas multinacionais, cujos postos de trabalho são numerosos e lhes dão boa arrecadação de dinheiro só com a contribuição sindical. Manter gente engolindo sapo empregada significa contribuição sindical garantida!

E tem a grana extra, o caixa 2, pois, é comum os patrões procurarem os sindicatos das categorias em que se encontra seu negócio para lhes pedir favorzinhos. Por exemplo, se o governo decide baixar uma norma que beneficia o trabalhador e não ao patrão, este corre para pressionar o sindicato para este conferenciar com a classe que representa, fazendo com que seus membros entendam e aceitem que a tal norma é prejudicial para a classe e lhes ajude em uma oposição ao governo.

Outro momento dessa parceria: A empresa precisa tornar o trabalhador mais produtivo, ainda que isso o cause problemas salutares por serem as atividades que fazem aumentar a produção incompatíveis com sua integridade física e ou mental. E isso sem que ela, a empresa, pague a mais para o operador e, sim, apenas a propina do sindicato pelo trabalho de persuasão coercitiva em massa que irá prestar. Isso é que quer dizer “acordos entre empregadores e sindicatos prevalecerem sobre a CLT”?

Até aqui parece que não tem nada a ver o que escrevi com o que pus no título da postagem, não é? Mas estou prestes a chegar lá.

Olha só: todos os que recebem o cetro de uma nação para governá-la buscam um meio termo ou um ponto de equilíbrio para resolver as questões sociais. Todos buscam estabelecer a paz no país. Suponhamos que no que discorremos até agora essa paz estaria estabelecida se o empregado aceitasse ficar disponível para o patrão oito horas/dia e recebesse apenas pelas horas que trabalhou dentre essas oito. O patrão – como a própria matéria do O Globo enaltece – ficaria satisfeitíssimo.

Para ele haveria ganho, pois não teria que pagar pelo ócio involuntário do empregado e nos meses em que seu negócio não fosse lá essas coisas ele não precisaria arcar com um salário fechado e mais os outros encargos fiscais que lhe são obrigatórios depositar ou pagar. O dinheiro do fornecedor de matéria-prima, que é fechado, mesmo se a matéria não for consumida no período, ainda que esta seja perecível e não possa atravessar safra, a patronagem não rasga o c* por ter que pagar, não é mesmo?

O empregado, por sua vez, estaria só aceitando o que seria uma situação que não a pior. Ou seja: ganhar o que conseguisse ganhar durante o mês, independente disso ser o suficiente para quitar as obrigações, sem poder completar esse ganho com outra atividade por ter que cumprir o trato de estar disponível para o empregador, é melhor do que não ganhar nada. Então, para o empregado, a paz que ele conserva é imposta, não é a que ele quer.

Estamos convencidos, de longas datas, que paz é uma situação em que não há conflitos entre partes que buscam se relacionar. Porém, se dentro de nós há uma guerra por termos que suportar a duras penas uma trégua, então, não estamos em paz. O sistema, sim, está em paz. Nós não. Qual a paz que devemos sustentar? A do sistema ou a do indivíduo? Para mim, os indivíduos de uma sociedade estando em paz, a sociedade também está. É o inverso.

Logo, o governo tem que visar satisfazer os interesses dos trabalhadores, pois, eles podem fazer muito mais barulho do que os empresários. Basta o sapato apertar. O melhor mesmo é convidar o povo para tomar decisões: empresas, trabalhadores, sindicatos, órgãos de mídia. Aí essa paz sairá naturalmente. Sem ninguém ter que inventar moda e pagar para veículo de comunicaçao calhorda fazer apologia e induzir pessoas comum e de bem e que só quer trabalhar ao erro mortal. Depois de aprovado: acabou!

Não existe um caminho para a paz. A paz é o caminho
(Mahatma Gandhi)

Somos todos iguais quando queremos

“SE ALGUÉM PARECE OU SE SENTE SUPERIOR A VOCÊ,
É PORQUE VOCÊ O CRIA.”

Temos mania de achar que os outros são mais espertos do que a gente. E no entanto, esses outros não são tão mais brilhantes do que nós. São apenas mais confiantes. E a confiança deles transborda e vem em nossa direção, nos intimidando.

E é aí, quando a humildade e reconhecimento de fraqueza nos baixa, é que vem a nossa reverência que aparece até para quem nos observa junto àquele que damos toda a nossa submissão.

O que faz com que alguém pareça ou se sinta superior a você, não são os atos dele, são os seus. Você o promove se resignando e prostando de cabeça baixa diante ao ente que você considera superior.

Deixe disso e passe a pensar que todos somos iguais, pois, somos realmente. Todos estamos na mesma linha da existência, existindo sob as mesmas condições. Portanto, a partir de agora, passe a pensar que você só é inferior a você mesmo, pois, você é magnífico demais para que alguém possa estar acima de você. Mesmo você.

FELIZ NATAL 2016!
sellyourfish

Bem-vindo ao Governo Temer: Reforma terrorista

egypt-slaves

IMAGEM: The Jews were never slaves in Egypt (Os judeus jamais foram escravos no Egito).
http://www.religiouscriticism.com/

Eu passava pelo Centro de Belo Horizonte, nas mediações da Galeria do Ouvidor, quando me vi em estado de pânico. As calçadas das ruas totalmente tomadas por camelôs. Gritaria e oferta de tudo quanto é produto atrapalhavam os transeuntes, que precisavam ir incomodar os carros, se deslocando para o asfalto. E os lojistas, que, imagino, deviam estar transtornados pela falta de ética mercantil e com o descaso da Prefeitura de Belo Horizonte, permitindo que informais ilegais tirassem o ganha-pão do lojista, que permite que ele garanta o pão também de seus empregados, enchiam, em vão, o 190 de reclamações. O meu dinheiro, obviamente, os camelôs não arrancaram, pois, tenho bom senso e não compro, por razões ideológicas, de mascates desse tipo. O que eles têm de barato por não pagar impostos sai caro para mim, que preciso que o governo tenha dinheiro no caixa para, por exemplo, me pagar Seguro Desemprego caso eu venha a ficar desempregado. Comprar de camelô é dar tiro no próprio pé, para aquele que é trabalhador formalizado.

Há cerca de 15 anos, essa realidade estava pior, mas, o então prefeito de Belo Horizonte, o petista Fernando Pimentel, hoje governador do Estado, construiu vários centros populares de vendas, aos quais chamou de camelódromos, e entregou para os ambulantes ilegais. Para lá eles foram comerciar suas mercadorias paraguaias e a cidade ficou top, típica de Primeiro Mundo. O prefeito até pôde posar – não só por isso, é claro – com o título de oitavo melhor prefeito do mundo, dado pelo site inglês Worldmayor. Mas, convencida pela Grande Mídia, que sempre demonstra que quer muito o “bem” do povão, a população achou por bem não confiar mais no PT e deu o cetro municipal para outros candidatos e partidos, como o atual Márcio Lacerda e seu PPS, parceiros arrependidos do PSDB, e agora tudo voltou a “maravilha” que era, em que pedestres têm que dividir o asfalto com os carros para deixar as calçadas para camelôs e lojistas baterem boca. Acredito que o plano dessa mídia de ressachar a imagem de governador do Pimentel mingua é por causa dessa máxima: “o povo esperto não acredita mais na mídia, por isso, não cai mais em seus golpes”. Tanto é que elegeram o Alexandre Kalil para Prefeito de Belo Horizonte nas eleições municipais de 2016. O candidato do PIG – Partido da Imprensa Golpista – era o outro.

Finalmente em casa: Hora de relaxar. Eu costumo dizer que relaxar é algo que tem que ser feito do modo antigo: ouvindo uma musiquinha da boa deitado em uma rede pendurada no alpendre. Porém, desse tempo eu só posso ter vontade de trazer de novo, então, me entreguei à forma de relaxar que usam hoje em dia: entrei no Facebook pra ver o que está acontecendo por aí. E, nisso, me apareceu a notícia da Reforma Trabalhista que Michel Temer quer fazer. “Credo” foi a minha interjeição.

Cortes de benefícios e mudanças na CLT para viabilizar os planos a corja que administra o trabalho atualmente já divulga a intenção espúria desde bem antes do golpe de estado para tomar o poder e se vir na situação de dar as cartas mesmo que à força. Aumentar o expediente de trabalho de 8 para 12 horas diárias já tem um tempo que essa exploração do trabalhador entrou na pauta da luta de classe que se estabeleceu. Recentemente soubemos o valor proposto para o novo Salário Mínimo e constatamos que é menor do que o que a equipe da Dilma já havia fechado. Mas, jornada móvel? Essa foi para acabar de vez com a instituição do trabalho e decretar o sentimento de lesa-pátria para o trabalhador batedor de panela adicionar ao rol de sentimentos espúrios que vêm sendo lhe acumulados desde que ele viu a besteira que fez. Vai existir só escravagismo!

A Reforma Trabalhista pretendida pela equipe de Temer veio depois de o presidente imposto decidir dar 20 bilhões para as empresas do setor de telefonia móvel se modernizar e atender melhor o consumidor. Na minha opinião, não tem nada disso. Essas empresas agem como boi de piranha para ajudar o Governo parceiro delas. Na certa parte desse dinheiro “nosso”, que não foi nos consultado antes de fazer a doação, vai direto para o bolso dos majoritários do cartel da Telefonia Móvel. E visa garantir emprego o restante. Sim: garantir emprego. Mehorias do serviço ao consumidor? Essas operadoras querem mais é que o consumidor se lixe!

capitalismosocialista

Vou explicar como seria o funcionamento desse presente de Natal que as telefônicas e outras empresas do setor de telecomunicações ganharam. Sem condições de manter os empregos com a economia e os distúrbios sociais do jeito que estão, as telefônicas e afins ameaçam demitir. O Governo, preocupado com o estrago que esse surto demissional irá lhe fazer, repassa uns bilhões para que os postos de trabalho em questão sejam mantidos. Assim, a corja governista se safa de ter que lidar com o descontrole da crise de emprego e de ver sua popularidade piorar, dificultando-lhe a permanência no poder e mais ainda a pretendida continuidade a partir de 2018, quem sabe de maneira lícita.

Trabalho garantido é para o trabalhador poder de consumo. Ainda que pouco. Nisso, todo o comércio, a indústria, o setor de serviços, incluindo os bancos, saem ganhando com o lucro gerado por seu exercício. É com estes que os consumidores gastam o que ganham de salário. As compras legais geram impostos e isso é o que o Governo precisa para saldar suas próprias contas e pleitear perpetuar seu atual status quo.

Agora, voltemos ao “planejumento”, ops: planejamento, dos peritos em relação de trabalho e vida de gado que compõem as bancadas ministeriais e senatoriais do popularíssimo ao avesso Governo Temer. Eles querem implantar um projeto antigo do partido inimigo da população, na minha opinião, o PSDB: a jornada de trabalho móvel. Copiando do site Jusbrasil, vou explicar o que é: “Hipótese em que o trabalhador cumpriria jornada móvel e variável, permanecendo à disposição da empregadora durante 44 horas semanais, embora pudesse trabalhar, a critério exclusivo da empresa, por período inferior, sendo remunerado de forma proporcional ao tempo efetivamente trabalhado. Regime horário que atende exclusivamente aos interesses do tomador dos serviços, obrigando o prestador a permanecer à sua disposição e a vivenciar absoluta insegurança em relação aos instantes em que deveria atuar e ao total dos salários que lhe seriam pagos .

Na minha opinião: isso é escravidão geral. Sem discussão. Eu é que não vou aceitar. Boicoto o trabalho formal e deixo de ser consumidor. Mais gente para me acompanhar no comportamento e isso cai por terra como uma avalanche. E seus mentores vão junto.

Entrado em contato com esse lixo de ideia para explorar o trabalhador, voltei minha mente aos camelôs da região da Praça Sete de Belo Horizonte. Eles estão é certo de já se rebelar desde já. Pra que ficar à disposição de colarinho branco para ele ficar no bem bão com a boa dentro da carteira enquanto quem trabalha pra ele, o tempo que ele quiser, só leva no traseiro? Temos que ser bastante ignóbeis, o tanto que eles acham que somos, para sustentar isso, não é mesmo? Digo sustentar porque impedir de isso ser aprovado a gente já viu que não conseguimos. Mas, fazer como fazem os camelôs – desagregar, ligar o “fo**-se”, anarquizar – está inteiramente ao nosso alcance. Já ouviu falar de montar sociedade alternativa? E é até muito mais providencial agir anarquicamente do que ir logo achando que não há outro jeito de levar a vida no Brasil que não ser escrachado por esse governo sujo e usurpador.

Tenho pena é dos pequenos lojistas. Eles também são povo. Passam pelos mesmos problemas que nós e são quem segura nas costas a instituição do emprego no Brasil. As multinacionais só produzem supérfluos e são quem realmente ganham dinheiro nessa selva mercadológica que destaca o Brasil para os investidores gringos. Quem emprega deveras são os micros e médios empresários. Para eles não tem financiamento ou presente de Natal do governo para transformar suas empresas em cabides de emprego a fim de manter gente trabalhando e criando condições de consumir.

Vai acabar explodindo tudo nesse campo minado, pois, o camelô não está nem aí para essa preocupação minha. Eles precisam também faturar para pagar suas contas e comprar o que desejam, logo, pensam que o problema não é deles e nem foram eles que fizeram. O MST – Movimento dos Sem Terra – conseguiu um similar no mundo dos negócios: o MSL – Movimento dos Sem Loja. O MST é outro grupo inspirador para nos motivar a agir de modo que intimida essa corja capitalista que nos fazem de trouxas.

Sobre a nova invasão dos camelôs ao Centro de BH: Clique!

Se a verdade não pode ser dita, é preciso saber mentir

Há momentos que precisamos ocultar uma verdade. Podemos ser comprometidos com a publicação dela e a punição pode ser maior do que a dada por mentir. É meio assim o que ocorre no sistema de delação premiada que vemos desfilar na mídia. A mídia e os políticos, então, são grandes mentirosos? Não tenho dúvida disso, mas não pelo que foi tocado.

Se você não pode contar a verdade, então, use a sua imaginação e conte o que você está imaginando. Se te perguntam onde esteve no sábado passado à noite e você não pode revelar, passe a tecer no palco da sua mente uma situação passada em algum lugar da sua escolha, que você possa comprovar que esteve nele em algum momento da sua vida ou, de preferência, que você possa estar nele quando bem entender, e que não seja o local verdadeiro onde esteve, e relate o que se passa na sua imaginação, datando o acontecimento com a data e hora a ser explicado.

Não é porque está na mente ou foi vivido em um sonho que não é real. A realidade concreta também é uma ilusão. Só o momento presente, como enquanto você lê isto, é que é real. Os momentos antes viram passado – portanto: lembranças – e os que não vieram ainda: imaginação, precognição. Lembranças e imaginação são vividos no plano imaterial da mente. Mas são reais. E o melhor de tudo: atemporais e não locais, portanto, eterno.

Imaginar não é mentir. Quase tudo que acreditamos no dia a dia é fruto da imaginação de alguém ou da nossa própria imaginação. Vão nos contando e vamos sendo influenciados a dar razão em nossas mentes para o que contam. E às vezes nós mesmos nos auto influenciamos. Prática que é até boa: Você se engana mentindo pra si que é rico e acaba se tornando. Costumo dizer, em contradição ao Renato Russo, que mentir pra si mesmo é sempre a “melhor” mentira .

E ainda há a quase indiscutível alegação de que manter o hábito de imaginar patrocina a realização do que é imaginado. A verdade passa pela mente, acontece primeiro na mente. É por isso que a mídia nos faz tanto imaginar as “verdadeiras mentiras” que a imprensa noticia. Uma vez posto-nos para imaginar o que quer que seja, o que quer que seja tem grandes possibilidades de virar real. Absolvendo-se assim o noticiador. Se expor à imprensa (escrita, falada ou audiovisualizada) é participar de experimentos sociais.

Só que quando o que nos põem para imaginar compromete a liberdade de outras pessoas, a célebre prática de imaginar passa a ser perversa. Ajudamos com a nossa adesão a incriminar alguém, a sofrerem injustiças. Por saberem disso, é exatamente para contornar essa situação que há os defensores de acusações como os advogados. E a forma de eles evitarem as incriminações ou as injustiças é fazendo uso de leitura fria e de perguntas-chaves, que conseguem desmontar a articulação de quem usa a imaginação para mentir sem ser responsabilizado.

São usados estudos neurolinguísticos como a leitura dos sinais. “Olhar para o alto e para a direita simultaneamente” representa acesso à área do cérebro que recorre à criação de imagens e significa criatividade, portanto, imaginação; Olhar para o outro lado mantendo a direção significa que o sujeito busca a parte da memória cerebral que guarda os registros vividos, logo, lembrança do passado, busca da verdade. Junto dos sinais: perguntinhas que dão curto-circuito na mente quando respondidas sob pressão. Tudo isso ajuda a evidenciar a verdade. Nem que seja pelo infalível método de fazer negar uma afirmativa. Por isso, antes de mentir é bom estudar sobre a arte de mentir e não ser desmentido.

– Você mentiu para mim, não é verdade?
– Sim!
– O seu “sim” em resposta à minha pergunta “não é verdade” confessa que você mentiu.
– Mas, com a pergunta você procurava certificar o que perguntou antes: se eu menti pra você. Eu não menti, por isso eu respondi “sim”. “Sim, é verdade”.
– Eu não te perguntei isso, eu afirmei. Eu perguntei se a afirmação que fiz não é verdade. Você respondeu que sim.
– Se eu respondesse “não” daria no mesmo. Você me diria que por obter um “não” para uma negação, “não não”, teríamos um “sim”. Eu estaria negando a negação “não é verdade” e ficaria um “sim” para “você mentiu para mim”.
– Por isso nunca é bom mentir, meu jovem. A verdade tem mais chances de prevalecer em um interrogatório!
– E de ser produzida idem!

(Diálogo montado a partir da consígnia de um clássico teste de lógica aplicado em recrutamentos e seleção otimizados)

Nada está por vir, tudo é você quem traz ou vai até

money-shooting-out-of-computer-e1412123057554

IMAGEM: http://home.lawsoup.org/

O ser humano pode usar como referência para explicar o que é estar vivo sua faculdade de esperar por acontecimentos vindouros. O tempo todo lidamos com a sensação de que algo está por vir ou está pra ser configurado. A eterna ilusão de que existe o futuro.

O mais comum é esperar a chegada do acontecimento que o tirará de uma situação presente, geralmente, esta, de ordem econômica. Mas, qualquer espera, por mais que ela pareça sólida, como aguardar chegar ao local de trabalho estando dentro de um ônibus que ruma para o próprio ou aguardar o fim de semana fecundar para ir a uma festa, dá no mesmo. Tudo isso é ilusão e são as nossas expectativas e o nosso mexer de pauzinhos para viabilizá-las é que produzirão os momentos que aguardamos, mesmo se eles forem diferentes daquilo que se passou em nossas mentes a maior parte do tempo até a consolidação do fato.

Quando se espera algo de um jeito e isso sai de outro, ou seja: nos imprevistos ou nas mudanças de plano, às vezes percebendo-se conscientemente o caminho se alterar, às vezes intuitivamente, sem muita nitidez, seguindo uma dinâmica veloz demais, nossas expectativas vão sendo alteradas sem o nosso controle. Mesmo nessas ocasiões não podemos dizer que o que foi vivido por nós não foi por nós antevisto. Efêmeramente, mas antevisto. Sem dar chances de tomarmos providências para enfrentar a ocasião, mas, previsto.

Isso faz acreditar que somos donos do nosso destino sim. Basta termos controle sobre nossos pensamentos vinte e quatro horas por dia e criarmos as expectativas nos adequadas para lidar com eles que realizamos o que quisermos.

Não é nada fácil fazer isso, eu sei. Nem tão pouco acreditar que isso ocorre ou que seja simples assim. Mas, a fórmula para se ter controle total da realidade obriga-nos a ser eficientes com o que pensamos. É imperativo que dominemos nossos pensamentos e não que eles apareçam e tomam conta de nós, como se não fôssemos os originadores deles ou os responsáveis por eles. E é tão simples aceitar essa informação como verdadeira! Qualquer um admite que seu dia é exatamente como foi pensado por si próprio durante o tempo em que se esteve em vigília. O que ocorre durante nossas distrações nos satisfaz mais, mas, é devido a outro ensinamento, que tecerei a respeito em outra postagem.

Temos nossa hora de acordar, caso a expectativa de o despertador do celular funcionar seja satisfeita. E na maioria das vezes é. Em se acordando, seguem-se as rotinas cerimoniosas até a hora de sair de casa para ir para o trabalho, por exemplo. No trabalho, a execução das tarefas e os relacionamentos interpessoais também satisfazem expectativas.

E tudo se realiza automaticamente, como num stream de video na internet de antigamente: acumulava pacotes de dados, exibia um tanto, parava de exibir; acumulava novamente, reexibia. Similar a tirar da memória a rotina a seguir, esperar os eventos acontecerem, experimentar como puder, quase sempre sabendo o que fazer. E assim passam-se os minutos, horas, dias, meses e anos. E a existência se forma.

A proposta deste texto é tentar provar que se você quiser, se você for corajoso o suficiente, pode sair de qualquer insatisfação, a qualquer momento, e passar a viver da forma que te satisfaz. É preciso coragem, determinação e confiança, é bem verdade. Mas, o que é preciso mesmo é destituir-se das matrizes de comportamento nos implantado para aceitarmos viver na ilusão de que futuro existe e que chegamos até ele por puro acaso.

Nos fazem pensar assim porque dessa forma não usamos nosso poder de materializar o que pensamos. Não procuramos imaginar um dia melhor e mexer os pauzinhos para viabilizá-lo. Você vai querer passar o dia pensando estar em uma fábrica diante a uma esteira executando uma rotina de operário se eles deixassem esse segredo chegar até você? Não vai, não é mesmo? Vai querer ter as expectativas que seu patrão firmemente mantém, que são ver seus operários produzindo, os produtos que eles produzem saindo, o dinheiro das saídas entrando e ele o gastando com algo bem prazeroso. E vida que segue!

Muda status quo, acaba com mordomias e regimes governamentais, se todo mundo de repente souber desse segredo e resolver testá-lo. Para que ninguém faça isso é que existem coisas como a mídia, os produtos dela, o esporte, a arte, a química do sabor, a exaltação do sexo, a indústria da fé, o ativismo e as causas, as lutas de classe, o turismo, a moda ou as baladas. E outros instrumentos que dirimem as intenções nobres. Nos ocupam ou preocupam e nos desviam a atenção essas coisas. Nos divertem e nos corrompem a mente para a diversão descabida e obrigatória.

Membros de sociedades secretas conhecem esse conteúdo filosófico e o utilizam. E estão sempre conspirando para que o próprio fique restrito a eles. Dizem que Abd-ru-shin – pseudônimo do escritor alemão Oskar Ernst Bernhardt – colocou no livro “Im Lichte der Wahrheit – Gralsbotschaft”, no Brasil:  “Na Luz da Verdade – Mensagem do Graal”, esse pensamento e várias informações ligadas a ele e que levam a uma meditação libertadora, que livra o ser humano de todas as prisões que ele conhece e é levado, pelo poder que sofre, a sustentar. Um conjunto de ideias que conhecido por completo se atinge certo nível de consciência capaz de desaprisionar o indivíduo em todas as suas amarras.

Hitler, que era obscecado por esoterismo, proibiu a circulaçao dessa obra e colocou o autor sob a vigilânia da Getaspo. Olha o quanto ela compromete a elite que deseja que a realidade de cada um de nós continue sendo do jeito que é.

Se você não controla a sua mente, alguém o faz em seu lugar.
E tira ele vantagem disso
“.

Acompanhe as próximas postagens deste blog para conhecer outras explanações que se relacionam e completam esta. Visite todo o blog e conheça os livros publicados pelo autor deste veículo e adquira para incentivar a continuação das postagens.

Bem-vindo ao Governo Temer: A ditadura do empregador

TEXTO GRANDE, MAS IMPERDÍVEL!

Eu sei que é próprio de governos que visam dar apoio total às empresas, mas, todo o sistema está arregimentado contra o trabalhador?

srengenho

IMAGEM: Pintura de Debret que retrata a vida dos escravos no engenho.
FONTE: Criaarq

No Brasil, Fulano trabalha em uma empresa italiana prestadora de serviço de call center para uma operadora de telefonia móvel também italiana. Esse call center lhe obriga a dar certo resultado, que não é possível ser dado sem que o atendente de telefone sofra abusos físico, psicológico e moral. Até praticar crimes, enganando a pessoa que liga pro call center procurando resolver um problema,  o que é lhe de direito e é a missão da empresa atender, em nome dela ele é pressionado a cometer. E sem ganhar nada, só ajudando a ganhar dinheiro, montando em suas costas e pondo “o do atendente” na reta, uma máfia de gringos que acha que manda no Brasil e um punhado de brazukas que aceitam passar adiante as ordens que recebem, em troca de uma pequena mixaria a mais do que o que ganham seus subordinados. .

Ao passar do período de experiência e tendo visto muita irregularidade, passado por muito sofrimento e percebido que prestando serviço ali jamais haveria-lhe crescimento sem que ele aceitasse abusos e mutilação de seu caráter, e também sem que houvesse debilitação da sua saúde que acaba com suas qualidades profissionais e o deixa sem condições de prestar serviços para outro empregador ou por conta própria, fulano se rebelou.

Decidiu ele que faria seu trabalho conforme as normas da Anatel e da operadora de telefonia móvel contratante dos serviços do call center, amparando, respectivamente, em sua regulamentação para o mercado e em seus manuais de instruções sobre o trato com os seus produtos. Decidiu também que exporia, sem se comprometer, o mais possível, para o público e os demais interessados, as falcatruas que a empresa que lhe empregava praticava para gerar mais atendimentos e com isso faturar mais, sobrecarregando o operador e sem prestar os próprios para o cliente.

Isso para o call center, andar na linha, comprometia o andamento dos negócios, pois o próprio simulava ligações, mandando pessoas ligarem, às vezes de dentro do próprio estabelecimento, só para aumentar o montante de ligações recebidas. Ou seja: fraudava contra a respectiva pagadora dos atendimentos, sua cliente. Providenciando atendimento para as ligações legítimas o cliente não liga novamente nos dias a seguir. Isso era outro empecilho que precisavam conter em Fulano.

Como já era previsto, a empresa iria sentir o contragolpe do operador, que influenciava outros e aí sim se tornava preocupante. Entrou ela em uma rotina de persegui-lo para lhe forçar o pedido de demissão ou produzir provas para lhe aplicar uma Demissão por Justa Causa, já que por algum motivo forte a empregadora não fazia demissões com direitos pagos ao empregado, salvo em casos extremos ou impostos pela Justiça do Trabalho.

Tendo constatado que tanto a Anatel quanto a operadora de telefonia móvel tomadora dos serviços não iriam lhe socorrer, pois, sabiam dos ocorridos e faziam vistas grossas, Fulano, saturado da indiferença da empresa ante a si e das estratégias da mesma para tentar conter seus ataques ou torná-lo refém dela, procurou o sindicato da categoria. Ele já havia percebido que o citado estava corrompido, fazendo cara de representante do trabalhador e protegendo a patronagem de seus representados, causando-lhes danos em não forçar a barra contra o patrão e desinformando-lhes quanto a sindicalismo, os fazendo cair em má fé praticada pelo sindicato e pela empregadora. Mas, para seguir o protocolo, Fulano foi atrás da entidade. E só obteve a confirmação de suas suspeitas ao sofrer profundo abandono e desprezo disfarçado de providência, em todos os contatos que fez.

Partiu, então, Fulano em busca de uma experiência incontestável de assédio moral. Naquela empresa, devido ao amadorismo da gestão de pessoas e trabalho, era algo viável. Não foi difícil conseguir vários casos amplamente testemunhados para ele escolher um e levar no pau.

Mas, assim como as situações abusivas sofridas coletivamente, que bastava que cinco ou mais operadores desse ao mesmo tempo seu testemunho na Justiça alegando a mesma coisa que responsabilizaria a empresa pelo critério do “muitos dizendo o mesmo” e pararia com elas, não era fácil arrumar quem se comprometesse a dar fé à queixa de outro sem temer qualquer tipo de retaliação por parte do empregador. Ficava o direito de reclamar e o poder de ganhar a causa sufocados por falta de provas irrefutáveis, que a empresa cuidava para que não pudessem ser criadas e por causa do medo de retaliação, que omitia o testemunho direto.

Fulano experimentou contar com a Polícia Civil. O assombro de ter que ir a uma delegacia física o fez acessar a virtual. No respectivo site ele descobriu que o caminho para iniciar um processo de abuso moral contra a empresa passava por um órgão do SUS chamado CEREST. Centro de Referência de Saúde do Trabalhador. Ia lá consultar com um psicólogo.

Mais um malogro. O médico, que era a cara do Aécio Neves, o desencorajou. Ouviu dele que em seu caso ele deveria era ter ligado imediatamente para o 190. E foi exatamente a instituição por trás do 190 que lhe indicara virtualmente o médico.

Entrara em cena na busca por socorro do jovem proletário o Ministério do Trabalho. Procurou e achou, bateu e foi lhe aberto. Mas, ao que pediu obteve um “estamos de greve” como atendimento. Havia seis meses que os ouvidores e os fiscais do trabalho estavam nessa situação. Na certa as empresas pagavam para eles dias de férias permanentes, sem que eles perdessem o que já mamam nas tetas do orçamento público, que não sei se esse pessoal vai tê-lo congelado por 20 anos, para evitar que eles socorressem trabalhadores e com isso inibir gastos com processos trabalhistas. Recorrer à advogados que não os públicos sempre esteve fora de questão para o trabalhador médio. E Fulano é um desses. Problema resolvido para o patrão. Mais um órgão de Defesa do trabalhador arregimentado.

Restava-lhe, também, a Justiça do Trabalho. Nela não foi muito diferente. O que mudou é que a greve não existia para o órgão, pois, é negócio para a entidade que casos de reclamações trabalhistas entrem constantemente para justificar o trabalho dos juristas e, com o movimento de causas perdidas por empresas, aumentar o faturamento dos funcionários de maiores patentes da instituição. A Justiça do Trabalho permite o trabalhador se defender sem usar um advogado, mas, vai ele achar que faz boa coisa não contando com um. Fica sem saber quem no púlpito é o advogado da ré: se o juiz ou se o de beca que ela levar para o fórum.

Entretanto, além de madrugar para pegar senha e entrar na fila de atendimentos e passar o dia inteiro no local, só para começar um imbróglio, os próprios atendentes iniciais alertavam que a causa só seria ganha se o juiz considerasse procedente o pleito. Do contrário, um pedido de rescisão indireta, por exemplo, seria transformado em pedido de demissão. E podia acontecer represália da empresa nos casos em que o reclamante ganhasse a causa e permanecesse no emprego. E o Ministério do Trabalho não poderia impedir. “Caso houvesse interesse em continuar no emprego…”. E a reticência demonstrava o descaso que estaria por vir caso se quisesse enfrentar a empresa sem o uso de um advogado. Voltava-se à estaca zero.

Ficou, então, para Fulano, apenas o desejo de se vingar da empresa. Teria que acontecer na surdina. Envio de e-mail ou preenchimento de formulário nos sites das instituições fiscalizadoras do trabalho e da legislação. Denúncias anônimas de tudo o que acontecia nos galpões do call center foram digitadas por Fulano. Pensava ele em acionar a Polícia Federal para estourar cativeiro de trabalho escravo; abordar centro de prática de estelionato contra o consumidor; investigar crime de formação de quadrilha (Anatel, operadoras de telefonia móvel, call center, CEREST, órgãos de defesa do trabalhador, sindicato da categoria e até os clientes que ligavam falsamente para provocar provas constantes na gravação da ligação, que servissem para tornar refém da empresa o trabalhador ou facultasse a dispensa por justa causa do mesmo). Tudo isso passou pela cabeça de Fulano.

Todo o sistema, para Fulano, estava em conluio para que o dinheiro entre em bolsos distintos, cada um com o seu tanto ou com o seu tantinho, sob o apelido de empregabilidade em massa e fruto do Trabalho. E agora ele aguarda ver na prática o resultado de suas denuncias. A resposta do e-mail ele já desistiu de esperar. Se isso já funcionava assim, tá certo que por debaixo dos panos, quando o trabalhador estava no poder, o que ele espera agora que está instaurado um governo que protege o patrão e está nem um pouco preocupado com o trabalhador e com o consumidor populares? Quer é aumentar a jornada de trabalho dele e cortar-lhe alguns benefícios.