Descrevendo o amor

E então você se pega pensando em alguém. E mesmo que você tome um sedativo para relaxar, esquecer um nome e dormir para conseguir paz, o sono teima em não vir.

E a comichão que dá querer ver e tocar a pessoa que se ama traz muita agonia. Deprime. É como se jamais tivesse estado perto da amada ou do amado. Jamais ter sentido seu cheiro ou ouvido sua voz.

A obsessão de querer consumir a sensação irresistível proporcionada pelo encontro com o outro jamais cessa. Confunde relembrar os momentos vividos com ele.

Na mente, a lembrança pura e simples do amor sendo consumido faz parecer que ele nunca existiu fora dela. Faz parecer que a todo instante o amor precisa ser renovado para ser real. Dá a certeza de que ele é incontinente.

Não é verdade que tudo que é bom dura pouco. Mas, é verdade que perturba a possibilidade de longa duraçao quando se trata do amor. Pois, a inquietação que é amar é capaz de enlouquecer os amantes.

O professor é um perigo para o mundo (Pt. 1)

Quando usamos a palavra “mundo”, muitas vezes queremos dizer: modelo social dominante. Um professor pode ser um perigo para o modelo social que domina o mundo.

Estava ele, o professor Pascoal, a perambular pela rua com as mãos para trás e o pensamento ao longe, os olhos debaixo dos óculos fitando o nada no horizonte e o semblante esboçando um sorriso reticente. O nome dele, Pascoal, dado por seu avô, homenageava o monte que diziam nos livros de História, pelo menos os do século passado, que Cabral avistara antes de adentrar em terra brasileira com a sua quadrilha. Perdão: esquadrilha. A invasão tinha a intenção de pilhar os índios que sua trupe encontrou. Que não era novidade para eles, conforme dizem alguns livros proibidos de hoje. O Monte Pascoal até que tentou impedir o bando português de penetrar no continente, mas, a natureza tem também um líder e esse líder quis que o homem fosse mais forte e sacaneasse com ela.

Uma garota magra e branca, com cabelo negro, curto e cacheado, trajando uma bata laranja com estampa indiana que descia até a cintura e encontrava com a calça jeans índigo blue que descia o restante até os pés cobertos por um tênis da Nike bloqueava o caminho do professor. Ela também usava óculos e conservava a aparência de gente que se acha intelectual, consciente das questões de suma importância para o ser vivo. Era daquelas pessoas que gostam do retrato do Che Guevara tirado pelo Alberto Korda e popularizado pelo Andy Warhol e diz ser amante da ecologia. Havia tirado mais um bolo de papel de dentro da bolsa de pano e a tiracolo que ela levava consigo e entregava para os transeuntes quando o professor se viu de frente para ela a receber a oferta do papel.  Não foi preciso o professor pegar no próprio para recusá-lo. Apresentou para a moça as duas palmas da mão, como se quisesse dizer que não carregava nada. O docente reconheceu ser a garota uma aluna dele. Estavam os dois próximos à faculdade onde ele lecionava sociologia. Nisso, começaram a dialogar.

– Qual é, professor, não gosta de santinhos?

– Do pau oco não, minha filha! E olha, você está severamente passando uma informação falsa de si. Vou denunciá-la por falsidade ideológica, estelionato ou qualquer outro artigo que enquadra quem passa uma imagem de si e mostra outra coisa com o que faz. Por que quer me enganar? O que eu te fiz? Te dei péssimas notas?
Veio-lhe, encerrando seu rosto sorridente, o pedido de esclarecimento da protagonista da conversa.

– Sobre o que está falando, professor?

– Ora, filha, quem olha para você imagina se tratar de alguém bem informado, intelectual, politizado, sabedor dos problemas do Brasil e de seus causadores, e, no entanto, você repassa um papelote sugerindo votar no candidato do PSDB à Presidência do Brasil?

A garota, só pelo respeito ao professor, que em sala de aula dá um show em termos de conscienciologia, teve uma espécie de epifania. Enxergou longe e viu o quanto ela estava sendo inocente conflitando as aspirações que mantinha com a postura política que tomava, ainda que para ganhar um dinheirinho apenas. Até que as aspirações ela não precisava se sentir culpada, pois, por ser uma garota jovem, ela era presa fácil para o terrorismo psicológico que a mídia faz para controlar a opinião de quem se expõe a ela. E já que a garota não conseguia se desprender e não se expor aos veículos de manipulação, ela não tinha o que reclamar. Isso a confundiu bastante.

O professor avistou do lado, sentados na grama em uma parte do campus universitário, alguns hippies fumando baseado. Eles usavam os santinhos para envolver a erva e enrolar em forma de canudo. Parecia que a gramatura e textura do papelote servia bem ao propósito. Voltou ao diálogo então o professor, indicando com os olhos a cena para a aluna.

– Seria uso de mensagem subliminar  para informar as propostas desse candidato sem se comprometer com os moralistas que ele quer que votem nele também, minha cara? Tem um pastor que vai levar um grupo de evangélicos a votar nesse cara. Será que esse pastor nos próximos cultos vai dizer que seu rebanho deve concordar com o uso de drogas e sua legalização, coisa que faz parte do conjunto de repulsa da fé que ele representa?

Maconheiro também, o professor ofereceu a aluna um exemplo de tática usada em aliciação de mentes para o voto. É claro que o tal partido não pensara no golpe que se formava, mas ficaria super satisfeito se soubesse que foi hábil em recrutar eleitor até no material que empregou para fazer sua panfletagem. O problema é com os militantes do adversário, que não são bobos e se tiverem oportunidade levam tudo o que puderem para denegrir a imagem do outro às claras.

– Me diz, minha cara, mais uma falsidade ideológica, não é mesmo? A gente sabe que incentivar o uso de tóxicos se relaciona com estar de acordo com o crime organizado. Nem tanto contra o combate à saúde da população.

– Professor, o senhor está exagerando!

– Talvez sim, minha cara. Mas te dou um exemplo claro de como é possível manipular a opinião das pessoas com coisa pouca, informação indireta, que são verdades incutidas em mentiras ou falsa informação. É assim que esses partidos todos agem em época de eleição. A força da imaginação dos marqueteiros trabalha para eles. E é aí que esse pessoal dos veículos de mídia ganha dinheiro. Eles não têm compromisso com o que o povo vai sofrer depois de eleito o candidato que lhes pagam. Olha isso aqui!

O professor mostrou o celular para a aluna e ela assistiu nele a um vídeo espalhado pelo Whatsapp. Um suposto carteiro entregava folhetos publicitários com o rosto da Dilma, candidata do PT à Presidência. Em seguida o professor pediu que ela assistisse o próximo, no qual um policial mineiro faz severas acusações contra o candidato do PSDB.

– Bem, minha filha, concorda que fica difícil escolher um ou outro candidato e que nós somos bonecos na mão desse pessoal que quer parar na Presidência do país se apresentando como o mais honesto e na hora que eles chegam lá se vê outra coisa?

– É um círculo vicioso, professor!

– Que nós mantemos! Devíamos abominar esse tipo de coisa e todo mundo votar “99 – Confirma” para anular o voto. Cinquenta por cento de votos nulos em um pleito desses anula o pleito e obriga a aparição de concorrentes novos. Votar em branco é perigoso. Não vemos para onde vai o voto e essa urna eletrônica não é confiável, pode mandar para um dos dois partidos em disputa.

– Concordo que fica difícil, professor, mas… o do carteiro parece ser mais impressionante e foi parar na Globo o assunto.

– É difícil, mas não é por isso, minha filha. É difícil porque nos sujeitamos a assistir tevê ou a consumir qualquer outro objeto de mídia. Se não entrasse em sua vida nenhum desses vídeos você não entraria em contato com eles e tomaria sua decisão por outros meios. Talvez mais corretos.

Tendo dois materiais audiovisuais em questão, o professor quis mostrar para a aluna dele o quanto ela precipitava.

– A Globo, analisando por uma série numerosa de esforços midiáticos que ela nos mostrou, se opõe ao PT. Tanto a emissora cuidaria de passar o que denigre o partido, independente de ser verdade ou mentira, quanto não mostraria o mesmo tipo de material que denegrisse o adversário dos petistas. Isso é nazismo. Desonesto pra chuchu!

A ausência do material anti-PSDB na mídia oficial realmente chamou a atenção da moça. “Por que nunca há, nem nos debates, exposição dos podres do candidato da elite”, é o que passara pela mente dela bem ligeiramente. Um bichinho interno parecia impedir que ela aprofundasse o questionamento. Era o efeito do flúor e de outros tapadores em seu cérebro que a impedia de discorrer por mais tempo o que pensara.

– No que você acredita mais: em um vídeo onde uma pessoa se veste de carteiro e tendo juntado folhetos publicitários de um candidato faz o que manda a pessoa que o filma? Ou em um vídeo no qual um homem, de cara limpa, só ele e a câmera, se identifica, apresenta documentos que supostamente comprovam o que ele fala e argumenta coisas que todos podem constatar, pois são de conhecimento público?

– Analisando dessa forma, professor, mudo minha opinião. É realmente mais autêntico e comprometedor para quem o criou o segundo vídeo.

A moça nem esperou seu mestre de sociologia dizer qualquer coisa e foi logo jogando em um cesto de lixo o material publicitário que carregava. Para não ser desonesta ela sequer cogitou ir receber os cinquenta reais que o comitê que a contratou para fazer a entrega ia lhe pagar. “Não vou  mais contribuir com a ascensão do crime organizado”, pensou ela. Mas não disse. Em seguida, apresentou um ar de estar bastante aborrecida e indignada por ser presa tão fácil para o terrorismo midiático, como disse seu professor. Tirou seu celular da bolsa para fazer uma ligação e antes de começa-la reclamou do clima com seu interlocutor.

– Não fique triste, querida! O tempo todo somos enganados. Coletivamente isso acontece diariamente. Veja o que ocorre com o clima: não chove nem a porrete e nessa época do ano as chuvas são frequentes. E ainda vêm falar sobre contaminação por um vírus maldito que saiu lá da África. Há muito o que saber-se sobre isso e não nos falam. Não sabemos outra visão que não a que a mídia nos passa: aquecimento global, crise do Ebola. Mas será que é assim mesmo e pronto? Não há nada de obscuro para ser suspeitado e discutido com a população em vez de apenas induzir ela a um comportamento? Temos só deveres? E essa coisa de recrutar drogados como curral eleitoral, recrutar evangélicos, membros de grupos sexuais, torcedores de futebol, não é fruto de engenharia social nociva? A mídia, vilã, fica impune? Tudo isso está em jogo nessas eleições. Até o seu celular pode ser um contribuinte para que o clima esteja como está. Já ouviu falar sobre o Haarp?

A moça desligou rapidamente o aparelho que mantinha à mão e fulminou o mestre com o seu olhar de curiosidade número dois. E ele não quis faltar com a informação para ela. Só disse que ela deveria aguardar para ouvi-lo na sala de aula. E se você quiser saber também o que ele tinha a dizer para seus alunos, acompanhe a segunda parte deste conto.

Grato pela leitura!

*Originalmente publicado em 14 de outubro de 2014 no blog “As besteiras que recebo“.

Tragédia de Janaúba: Made in Estados Unidos?

A partir de certo momento da minha vida, eu me vi enfiado, por causa dos empregos que arrumei, num meio onde as pessoas se faziam de cultas, intelectualizadas, socialites, esclarecidas. E eu me deixava ser contaminado com aquilo. E acabei absorvendo aquele arquétipo de indivíduo social. Do tipo educadinho, gostos refinados e outras besteiras.
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E aquela gente jogava suas opiniões aonde os assuntos eram discutidos e eu podia ouvir. Sem dar palpite, é claro, pois não era bemvindo o meu palpite. Só acompanhando e exibindo risos e gargalhadas sem achar graça e dizendo gostar de certos valores (chatos) cultuados por aquela gente, sem realmente gostar e sim tolerar, para continuar sendo aceito nos grupos, mesmo que às espreitas.
 
Daí, passei a desprezar as opiniões dos amigos que eram os meus reais iguais. Eu achava que eles não tinham bagagem para me fazer qualquer observação a respeito de qualquer assunto, mesmo que banais, como o que vemos rolar na mídia pro povão discutir.

 

Mas, a quebra do transe ou da hipnose que sofri ocorreu faz tempo e eu há muito me libertei daquele estilo nojento de levar a vida, comendo angu e arrotando caviar.

E uma cabelereira me fez pensar a respeito da opinião dela sobre essa tragédia ocorrida ontem, 06 de outubro de 2017, em Janaúba, Minas Gerais. O brasileiro é mestre em repetir o que vê surgir na mídia, principalmente na televisão. Quer seja no jornalismo, quer noutro segmento cultural.

Se um chinês encher de balas crianças nos Estados Unidos, após a exibição no Brasil do fato catastrófico remoto, em ampla e atraente cobertura, alguém vai gerar a versão tupiniquim para a catástrofe.

Na ocasião que trago à mente para exemplificar foi a conhecida Tragédia do Realengo, ocorrida em 7 de abril de 2011 no Rio de Janeiro. E muitos outros casos de repetecos de tragédias importadas do primeiro mundo poderiam ser reportados se fosse o tema intrínseco deste texto.

Então, continuando a discorrer sobre a opinião da cabelereira, era o caso do público brasileiro exigir que notícias de tragédias sociais fossem inibidas de serem informadas pela imprensa do Brasil. Pelo menos a televisiva. Assim, não se influenciaria ninguém (apesar de eu achar que a ideia dos veículos comunicadores é essa mesmo e que eles ganham subsídio para isso vindo do meio empresarial e político).

E, ademais, reportagens do tipo – fatos policiais – têm que se limitar à região onde ocorrem. Qual o ganho, até mesmo informacional, que o público de certa localidade tem ao saber que um psicopata saiu disparando balas em crianças dentro de um jardim de infância? Isso pode até ser informado, a imprensa precisa rechear seus blocos e cadernos de notícias, mas não com o intuíto de aprisionar mentes a um fato que apenas deveria ser noticiado. Enterrado se possível!

Ficar chocado com a violência que ocorre em um meio distante ou encher-se de preocupação com as vítimas que mal se sabe se são realmente de carne e osso não é ganho nenhum. É tirar as pessoas do que estão fazendo e fazê-las perder tempo e dinheiro ou distraí-las para tapar ações nefastas, de politicos, empresários ou de burgueses, que a mídia é paga para tapar.

É deturpar informações e impregnar na mente do público, para que ele aceite, que em qualquer parte do mundo é dos círculos populares que saem as fatalidades mais grotescas e que por causa disso as pessoas devessem permitir ou continuar a permitir que a sociedade seja governada pelos entes dos meios mais sofisticados, pois, eles seriam mais pacíficos, controlados emocionalmente e entenderiam, em posição privilegiada, melhor a psique humana. Uma vez “eles” no governo, nós já sabemos o que acontece depois. Sem precisar que veículo de comunicação nenhum nos informe. Aliás, essa farra eles já não nos informam de maneira alguma!

Como funciona o futebol industrial

futebolindustrial

Uma cidade que possui um ou mais grandes clubes de futebol, que disputam as principais competições estaduais, nacionais e internacionais, tem tudo para fazer alavancar negócios em seu solo com o uso desse esporte. Basta ela reivindicar que seus clubes ou um deles estejam participando das competições – ou uma das competições – mais badaladas do país ou do mundo. Dependendo dos clubes que a cidade possui, nem é preciso que a prefeitura reivindique às federações esportivas, donas dos campeonatos. Elas mesmas fazem questão de incluir o clube no elenco da disputa. Você deve estar a pensar: Reivindicar? É necessário se classificar. Mas, você vai entender que não é bem assim. E de repente irá até sacar muitas das coisas do futebol atual que para você ficaram inexplicadas.

Aonde o clube vai, vai sua torcida. E sempre a partida que o clube sedia tem o interesse dos torcedores que torcem para o time adversário. Estes deslocam-se para ver o seu clube jogar ou se prendem às transmissões de rádio ou de televisão, formando a audiência necessária para esses aparelhos comerciais faturarem. Antes e após os jogos, além desses veículos de cobertura esportiva, os jornais e revistas impressos também fatiam do bolo. E hoje em dia ainda há os sites de toda sorte, que faturam antes, durante e depois das partidas jogadas.

O primeiro pelotão de faturamento com base no futebol, tirando os clubes, os empresários do setor, as federações, os estádios e a imprensa esportiva, são os comércios que exploram as marcas dos clubes. Eles as estampam em diversos artigos de consumo, do vestuário ao material escolar, o brasão ou o mascote que identifica o time e isso se torna um item preferencial de consumo não só dos apaixonados pelo clube. Uma fórmula que dá super certo há bastante tempo e que não tem o investidor risco grande de fracasso de vendas. Principalmente se o clube estampado nos artigos estiver em alta na temporada.

Há aqueles cujo faturamento pode ser previsto, programado para acontecer e até ter antecipados os pagamentos. É o caso das agências de passagens aéreas e companhias de aviação, que transportam as equipes desportivas e os elementos da imprensa do ramo. As empresas de ônibus não ficam muito para trás, pois, carregam torcedores em caravanas durante todo o ano.

Entram em cena os hotéis e casas do gênero. Com hospedagem dos integrantes dos clubes e da imprensa é certo de eles arrancarem reservas. É mais provável de eles faturarem também com as torcidas nos certames de amplitude nacional – em cidades distantes mais de 500km do local de origem do time visitante – e internacional. Isso porque muitas vezes as partidas acontecem em dias da semana e horários que comprometem aos torcedores a volta para casa em razão do trabalho.

Os restaurantes, bares e boates, em qualquer situação são os campeões de clientela extra. E essa logística de turismo de evento favorece também a vendedores ambulantes, feirantes e àqueles que ganham seu dinheiro dos turistas em visitas a pontos turísticos de fácil acesso, como parques, praias, monumentos. Não é muito de se esperar, mas, podem pegar alguma renda museus, galerias de arte, casas de shows ou salões de exposições diversas.

Sendo assim, por que não esperar que o Futebol seja totalmente industrializado? Com clubes sendo favorecidos com títulos ou entradas – e até permanência – em competições para criar o interesse do público de maneira a fazer toda essa estrutura funcionar. Além de fazer enriquecerem as cidades hospedeiras dos grandes clubes, torná-las capacitadas para anfitriar grandes eventos, que geram outras divisas, ou, quando necessário, ajudar os governos municipais e estaduais a se livrarem de dívidas públicas, quer estas sejam do setor esportivo ou não. Coisa que vem acontecendo em muitas das capitais que receberam jogos da Copa do Mundo 2014 e ficaram endividadas.

Um grande palco com atletas de laboratório, criados para receberem foco da mídia contratada e virarem astros, atuando em clubes escolhidos, de acordo com uma demanda previamente solicitada, estaria a ser visualizado pelo público do futebol industrial. Com megacompetições produzidas para serem cultuadas como um grande espetáculo da Terra, como é a Copa do Mundo. E tudo servido de muita farsa. Que recebe a contribuição de quem sabe e de quem não tem a mínima ideia de que os jogos e campeonatos são totalmente planejados para serem como são, formarem os campeões que os vencem, tendo a participação dos clubes e dos atletas que os disputam. E gerando nos bastidores os bafafás administrados para serem gerados e repercutidos pelos que perdem seu tempo acompanhando o futebol em vez de procurar viver sua vida com mais qualidade.

Todos nesse esquema ganham. Até mesmo o torcedor. Enquanto ele acreditar que está a haver uma disputa o que acontece dentro dos gramados, é claro. Se um dia isso romper, o encanto acaba e toda essa estrutura de erguimento de negócios desaba. Mingua por falta de faturamento. Qual torcedor irá querer ver, de dentro de um estádio ou pela televisão, arte cênica se passando por entretenimento desportivo? É por essa razão que tudo é muito bem feito. Não há a menor chance de se enxergar que até um pênalti perdido pode se tratar de um golpe contra a opinião pública. Empregam as melhores cabeças maniqueístas para pensarem as estratégias de manipulação da massa que acompanha o futebol. Estas estabelecem antecipadamente tudo que irá ser visto e comentado pelo torcedor. Empregam alta tecnologia nisso. O projeto Blue Beam é fichinha perto da capacidade de artificializar que tem essa indústria.