Levando adiante o meu ceticismo quanto ao Futebol brasileiro e mundial, havia algumas rodadas para acabar o Brasileirão 2017 eu postei no Facebook, no formato previsão futurística baseada na lógica, uma provocação aos crédulos. E essa provocação atingiu alguns dos meus contatos ao vir que a maioria das previsões se concretizara, mas, a que aconteceria por último teria falhado. Segue o texto da provocação.
PREVISÃO DO FUTEBOL ATÉ O FIM DO ANO:
GRÊMIO: CAMPEÃO DA LIBERTADORES. RIO GRANDE DO SUL NA LIBERTADORES 2018.
FLAMENGO: CAMPEÃO DA SULAMERICANA. RIO DE JANEIRO NA LIBERTADORES 2018.
O ATLÉTICO MG TERMINARÁ O BRASILEIRÃO COM 56 A 59 PONTOS E SERÁ BENEFICIADO PELO G9 E IRÁ À LIBERTADORES 2018 JUNTO COM O CRUZEIRO. MINAS GERAIS NA LIBERTADORES 2018.
MESMO FAZENDO O NÚMERO DE QUE VAI PERDER O CAMPEONATO QUE JÁ ESTAVA GANHO, O CORINTHIANS IRÁ GANHAR O BRASILEIRÃO E JUNTO COM PALMEIRAS E SANTOS COLOCARÁ SÃO PAULO NA LIBERTADORES 2018.
ESSAS INFORMAÇÕES VAZARAM DA IMPRENSA QUE SABE MAIS DO QUE ACHAMOS QUE ELA SABE E O FATO DE ESTAREM CIRCULANDO PODE FAZER MUDAR UM RESULTADO OU OUTRO. MAS, DE FORMA QUE A GRANA PENSADA DE GANHAR NÃO ESCAPE AOS CLUBES E ÀS CONFEDERAÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS.
Em meus textos anti-futebol eu costumo acusar de ser uma das razões de minha birra o gerenciamento que fazem as instituições controladoras para que a modalidade esportiva funcione adequadamente para favorecer um esquema de corrupção visando o angariamento de altas cifras de dinheiro. No caso do Brasil, as principais instituições são, para mim, as Organizações Globo e a CBF. Daí a razão de um dos meus questionadores ter pronunciado, pra me cutucar, que a Globo teria mudado uns dos resultados só por ter sido antecipado pela publicação. Mal sabia ele que eu acredito priamente nisso e que a intenção da antecipação teria sido essa mesmo.
É notável que nos últimos anos o Campeonato Brasileiro tem seguido certa fórmula para alcançar e aprisionar a atenção do público. O clube campeão o consegue com longas rodadas de antecipação e as atenções se voltam para quem estará no ano seguinte na disputa da Copa Libertadores e da Sulamericana e quem quedará para a Segunda Divisão do Brasileiro. “Coincidentemente”, essas respostas são respondidas na última rodada. Se isso acontecesse de outra forma as atenções se perderiam e com elas as reações que se espera do público.
Eu acredito nas ideias que propagam complacentes do que seria um movimento que deseja desestabilizar através da critica sensitiva (seja ela demonstrada no futuro como a ter sido falsa ou verdadeira) o futebol moderno. Vários filósofos do chamado “marxismo cultural” ensinaram que acusações contundentes, independentes de serem verossímeis, a um sistema dominador, fazedor de cabeças e captador de reações do público, podem arrancar adeptos dentre a multidão para atuar no propósito de destruir tal sistema. E o Futebol é um desses sistemas. E a forma com que ele afeta as pessoas, pelo menos no Brasil, e as fazem inconscientemente incorrer em erros que prejudicam os outros e a si mesmo, enquanto uma cúpula lucra verdadeiras fortunas, eu quero ver destruída.
O resultado acusado de ter sido mudado teria sido o do Flamengo na Sulamericana, que afetou a classificação do Atlético MG para a Libertadores 2018. Risco que eu sabia ter grande probabilidade de acontecer, pois, se há realmente uma conspiração por trás dos acontecimentos do mundo do Futebol, se as deduções apresentadas antecipadamente estivessem corretas e se essa conspiração se visse tendo que fazer alterações em seus planos para desencorajar a crença em movimentos que espalham ideias que a perturba e também impedí-los de crescer, ela o faria alterando o que viesse por último, assim, o prejuízo com relação ao lucro originalmente arquitetado para se ganhar seria menor, já que as expectativas até então estariam todas satisfeitas.
A primeira pista que obtive para suspeitar disso foi ao ver o Vitória, jogando em casa, na última rodada do Brasileirão. Depois de começar ganhando do Flamengo, cedeu-lhe a derrota. Teria sido um resultado combinado, cujo efeito é discorrido a seguir.
Em toda aquela semana que antecedeu a rodada final do Brasileirão, os programas esportivos falavam que se o Flamengo não resolvesse dentro do campeonato sua classificação para a Libertadores 2018 ela poderia não vir. O time tinha na ocasião a opção de chegar ao referido certame com a credencial de campeão da Copa Sulamericana. Disputava ele a semifinal dessa competição e andava colhendo resultados medíocres que lhe estavam valendo o julgamento de não andar bem das pernas. E além de passar pela semifinal ele teria que se sair bem da Final, obtendo o título do torneio.
O Vitória amargaria, diante de sua torcida, mais uma queda para a Segunda Divisão do Brasileiro, caso perdesse a partida e não fosse beneficiado por uma combinação de resultados. Nessa situação, jamais o clube iria ceder (que no futebol é o mesmo que vender) uma derrota, jogando em casa contra um time que na ocasião estava uma baba. Alguém teria que ter mudados os planos articulados para ele e ser sacrificado.
E este do caso foi o Coritiba. Obviamente, de acato pensado e recebendo compensações ou promessas de compensações por isso. Para a administração obscura do Futebol no Brasil, o torcedor que se lixe. E o do Coritiba aceitou o destino dado sem suspeitar que pudesse estar a perder seu tempo com o seu ato de torcer e que o que presenciara do time para o qual torce na última rodada do campeonato era fruto de uma negociação.
Com isso, estava cavado, então, com segurança, pois com a articulação a presença na Libertadores 2018 estava garantida, o abismo da Sulamericana para o Flamengo. Para que essa engenharia funcionasse devidamente, o Atlético Mineiro teria que ter alterada a projeção que seguia nela no campeonato, devolvendo como visitante os scores que fora submetido a ceder no primeiro turno do campeonato como anfitrião. Se isso fosse mantido ele fatalmente chegaria aos 56 ou 59 pontos apontados na provocação referida. O Galo de Minas fechou com 54 pontos a jornada. Dois pontos a menos que o Fla.
Outro fato que foi ignorado diz respeito à classificação da Chapecoense para a Taça Libertadores 2018. No final do ano passado, por causa do acidente, uma vertente administradora do futebol brasileiro sugeriu que a Chapecoense ficasse por quatro anos isenta de cair pra segundona. Assim, o clube se recuperaria financeiramente estando na Série A e com chances de ir para a Libertadores novamente. Outra vertente foi à mídia discordar disso (de mentirinha pra inglês ver), alegando que isso seria ilegal.
Então, durante um tempo no campeonato a Chapecoense fez o número do frequentador do Z4 (aqueles que caem para a segundona) e na reta final, pegando clubes que já estavam com a situação no campeonato resolvida, retirando dessa alegação apenas seu resultado em casa contra o Coritiba na rodada final, fizeram por onde ela ir parar na Libertadores. Tudo administrado para parecer natural, é claro. Poucos notaram isso. A Chape terminou seu compromisso empatado em pontos com o Atlético MG, valendo-se do critério de desempate.
E o Atlético MG? Esses clubes grandes são todos beneficiados pelos administradores do futebol no Brasil. Todos eles endividados, precisando participar de campeonatos importantes, de aparecer na mídia. Ganham eles e ganham também os administradores. O Galo foi o time que mais faturou nesses últimos seis anos com exposição na mídia e conquistas, ainda que não sendo lá tantos títulos conquistados. O Galo estava devendo cooperação para esses clubes todos, pois, todos cooperaram com ele, à pedido do complô, obviamente, nesses seis referidos anos. Incluindo o grande rival Cruzeiro.
2017 desde o começo os céticos já sabiam que o Galo iria pagar dívidas de cooperação. Suspeita-se que inclui-se nisso a perda da Copa da Primeira Liga para o Londrina. Só que o torcedor não perdoaria nunca se o clube, com tanta mídia o apontando como o favorito à conquista do Brasileirão 2017 e tanto investimento feito em atletas, só vacilasse e sequer fosse parar na Libertadores no ano seguinte.
O plano passou a ser sacrificar o Botafogo, o time que mais deve dinheiro no Brasil e que precisa arrumar titulo e participação em campeonato importante pra superar essa crise. O torcedor do Cruzeiro imaginou que o time fez favor pro Galo empatando, quase ganhando, com o clube carioca, na casa dele na última rodada.
O fato foi indispensável para colocar o Atlético Mineiro exatamente na posição de espera do G9, caso o Flamengo faturasse a sulamericana, que ficou. A massa atleticana teria por que continuar a dar atenção para os acontecimentos do futebol por mais duas semanas e de uma forma que daria bastante bafafá do tipo que a mídia gosta: tendo que torcer para o benefício de um grande rival inter-estadual.
Se o pior ocorresse, não seria nenhum desastre que causasse revolta de torcida, pois, além de o atleticano ser mantido com o status de “apaixonado pelo clube“, o que seria o pior para ele no ano seria chegar a não ter chance de classificar para o principal certame sulamericano. Amargar a humilhação de dever favor para Cruzeiro e Flamengo é coisa que o atleticano esquece rápido. E ademais, o Galo disputaria a Copa Sulamericana em 2018, torneio que para o conluio oficial ele ainda não faturou. E essa conclusão vale também para o sacrificado Botafogo do Rio de Janeiro.
Se toda essa especulação tiver um fundo de verdade, o fictício Movimento Céticos do Futebol na verdade teria feito duas proezas: Primeiro a de mudar a Final da Copa do Brasil. Que conforme os descrentes na seriedade do Futebol teria sido entre Cruzeiro e Botafogo. Provavelmente com o Botafogo a ganhando. A Final ficou formada entre Cruzeiro e Flamengo, com o Flamengo com projeção, na ocasião, de propenso campeão da Sulamericana.
O Cruzeiro já iria para a Libertadores pelos seus esforços no Brasileirão e é um clube que pode ficar sem título por um tempo, pois, acumulou nos últimos anos, favorecido pelo esquema supostamente exposto, várias conquistas. E depois, não é à toa que a Globo e o clube enaltecem o voleibol para que o cruzeirense adira e botam o próprio para comemorar titulo de voleibol. O grande risco é quanto ao perdão do torcedor se visse o clube deixando escapar o título da Copa do Brasil e não vendo qualquer outro no futebol no ano, já que o Brasileirão naquele momento estava longe de ser conquistado e possivelmente já encomendado pelo Corinthians de São Paulo. O cruzeirense não é como o atleticano.
O desfecho para se conseguir ridicularizar os crentes de que o Futebol brasileiro é administrado ficou por conta da perda da Sulamericana pelo Flamengo, que já estava com a vaga na Libertadores 2018 garantida. O mengo teria perdido de propósito a competição da Commebol, que ao que parece o Futebol brasileiro também controla. Na verdade, uma conspiração global controla. Com a configuração dada com esse desfecho, a previsão dos céticos falharia em dois itens: Flamengo campeão da Sulamericana 2017 e Atlético Mineiro indo pela sexta vez consecutiva disputar a Copa Libertadores do ano seguinte. Dessa vez por mérito de seus principais rivais.
E quanto à Globo, basta ver o vídeo do Paulo Henrique Amorim, que mostra que a Globo não tem mais audiência com telejornal, com Faustão, com Fantástico, com novela e vive de investir no mercado financeiro. Não é à toa que se vê a parte televisiva da organização cortando cabeças de artistas e jornalistas à revelia.
Um desses investimentos que a Globo opera seria centrado no futebol. Mas, pra que este esporte dê para ela o retorno que ela espera ele precisa ser administrado. E é isso que ela faz: maqueia até mesmo o que acontece dentro do gramado.
Parceira da CBF, a Globo manda no futebol que ela assessora sob o manto de só cuidar de fazer transmissões de rádio e televisão e cobertura de imprensa. A Globo e sua espécie de sucursal (como alguns difundem) Traffic, estão sob a mira do FBI por suspeita de corrupção no futebol. Envolve até a realização, não só a transmissão, da Copa do Mundo 2014 as suspeitas.
Então é isso. Eu continuo crendo em tudo que os céticos do futebol profundem a respeito desse esporte porque me faz muito mais sentido do que simplesmente ver resultados revoltantes saírem do nada e pessoas responderem com comportamentos que favorecem apropriadamente a um grande jogo de interesses. Que revela que é tudo armação o que ocorre no meio esportivo, por estar ele muito próximo da mídia e ser, com isso, muito midiatizado. Se tudo isso for mais do que especulação, sabendo que conseguiram esses feitos, de tanto ter combatidas suas versões da verdade, os céticos vão acabar moralizando o futebol. Este terá que voltar a ser jogado verdadeiramente no campo. Perde o ideal de consumo por trás do Futebol, mas ganham o público e o esporte.
“Às vezes, de tão inacreditável a verdade deixa de ser conhecida”
(Heráclito)