O que acontece quando o Governo lança machados no caule de árvores em uma floresta e espera que o povo contemple o feito e em vez disso o mesmo prefere olhar para o horizonte e ver o Sol se pôr? O PIB cai.
E quando o PIB cai, se destrói economias. O PIB – Produto Interno Bruto – é um indicador que mede todo o trabalho que os habitantes de uma nação realizam. Somente o trabalho formal, o qual pode ser medido, entra nessa conta. Um camelô não regularizado, não se inclui o seu trabalho nessa medida. A labuta da empregada doméstica sem carteira assinada também não.
Portanto, o sistema econômico de uma nação não gosta quando o indivíduo não está consumindo ou produzindo. E os momentos que dão razão à existência de qualquer ser humano, a qual para qualquer um é efêmera, são os de ócio, por facultarem maior probabilidade de felicidade. O único objetivo de termos vindo a este mundo é o de ser feliz. Qualquer afazer que concorre com ou compromete este objetivo deve ser evitado.
Os que tutelam a Economia cuidam de fazer as pessoas acreditarem que consumir gera prazer. Assim se salva essa instituição importante para a manutenção do capitalismo. Idem a consequente qualidade de vida dos que estão em posição privilegiada na pirâmide social e só por isso conseguem manipular a opinião pública e influenciar pessoas a produzirem comportamentos e acarretarem sensações inatas, porém agradáveis, que as fazem querer manter o afazer que garante a sobrevivência do sistema.
Vale dizer que a quantidade de fatalidades e desgostos que ocorrem durante os momentos de ociosidade de muitos de nós é induzida. Os salvadores da pátria sabem como nos fazer infelizes quando estamos a toa. Com isso nos induzem a pensar que se estivéssemos ocupados teríamos aproveitado melhor o tempo.
Se nos momentos ociosos só experimentássemos ternura, resistiríamos bastante o trabalho. E a criatividade bateria em nós para tornar possível a manutenção do interesse de ficar sem trabalhar. No muito, trabalhando por conta própria, fazendo o próprio horário. Sem o controle do Estado e, portanto, fazendo o PIB cair.
Já com a outra instituição, a do Trabalho, ocorre o contrário. Trabalhar só é bom para os que prestam serviços que não os essenciais para que os produtos existam. Os que não pegam no pesado ou não entediam-se com o que faz, mesmo sendo tediosa a função. Os que são bem remunerados pelo baixo esforço. Remuneração que não é justificada aos demais.
Até tentam fazer com que sejam prazerosas as atividades laborais mais significativas. Ou tentam lavar cérebros para aceitar o fato de ser árdua uma tarefa, colocando um fim que justifica o esforço ao realizá-la. Geralmente dão como crença ser o mal necessário para o capitalismo andar. E fazem com que adorem o sistema, que mais oprime e insatisfaz do que faz por merecer o prestígio lhe facultado, aqueles que são tomados por tal lavagem cerebral.
Sendo assim, se alguém tem interesse em destruir o capitalismo, ele deve procurar baixar o PIB. Buscando o trabalho informal ou simplesmente contemplando as boas coisas da vida, que são totalmente grátis. Todo prazer que pagamos para sentí-lo provem de futilidades. E temos que receber programação mental para aceitar procurar por eles, pois, o que os proporcionam são atividades inatas, que apareceram com o progresso da sociedade e não com a evolução do homem como indivíduo.
Quero com essa reflexão dar uma esperança para aquele que está indignado, frustrado, se sentindo oprimido com os passos arrogantes que dão Jair Bolsonaro, no caso do Brasil, e demais estadistas, no mundo, que intencionam transformar a existência de cada um de nós numa experiência ingrata, que não vale a pena vir ao mundo vivê-la.
Em vez de trabalhar e de consumir, vá andar descalço na relva ou sentar-se à beira de um lago e ver o Sol se pôr. Quando o PIB mundial cair e a economia ir junto por causa da frequência desse comportamento, caem os governos e a arrogância deles. E aí sim, seremos homens livres e poderemos tolerar manter até mesmo o capitalismo. É que capitalismo humanizado vira socialismo. Doa a quem doer a reflexão!
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Boa leitura, absorção de cultura e diversão!