Está ao alcance do político corromper e não impedir corrupção

Tenho às vezes vontade de expor minhas ideias, mas, dá trabalho coordenar, produzir material para apresentá-las, publicar, divulgar e ao final de tudo isso não ter nenhum retorno, por isso tem hora que deixo de fazer.

IMAGEM: Google search

Sei que mesmo quando produzo material discorrendo sobre saúde, o que exponho não interessa aos condutores do Sistema que seja conhecido e principalmente que seja absorvido, por isso existem as campanhas contra a visualização e consumo do que produzo. Ainda mais que só posso contar com veículos do Sistema para eu me comunicar.

Mas, tem hora que a gente insiste e produz. É este texto um caso desses.

Dou altas risadas quando ouço alguém dar opinião sobre qualquer coisa, que eu sei que é opinião que foi colocada na cabeça dele, a qual ele sequer sabe deslanchar a opinião se alguém lhe pede explicação plausível a respeito.

Uma dessas opiniões é a pueril “voto em quem combate a corrupção” se referindo a um político. Ô gente, tem que ser bastante imbecil para acreditar que tem político por aí combatendo corrupção, não é mesmo?

Que tem político dizendo que combate a corrupção, que moraliza o brasileiro e blábláblá, isso todos nós sabemos que tem. E políticos que realmente combatem, porém, combatem a corrupção que lhes interessam combater, pois, significa entre outras coisas: popularidade pra si. Destes, todos nós também podemos citar um que está em evidência por aí no Brasil.

Agora, será que esse político combate toda corrupção? A que ele esconde, praticada por ele próprio ou por seus afins; a de seus financiadores; a de grupos que não têm relação com ele mas com os quais ele não quer mexer.

E a sua corrupção? Sim, você que vota ou não nesse falastrão.

Conheço um dono de comércio que ufana o bolsonarismo ao extremo. Brada contra a corrupção, fala que é à favor da família, da moral e dos bons costumes, da fé dos evangélicos. Sustenta todo aquele discurso patético e hipócrita bolsonarista.

Mas, na hora de cobrar a conta daquele que consome em seu comércio, o sujeito sem cerimônia rouba do caboclo. Cobra a mais a unidade de cerveja conforme o estado de lucidez que este está. Às vezes cobra garrafas de cerveja que o sujeito não bebeu.

Além de fazer transações usando sua maquininha de passar cartão de débito e crédito. Finge que vendeu um valor em mercadoria, recebe de um interessado o valor passado na maquininha. Mais tarde, faz saque do dinheiro e passa para o interessado, via PIX (sem taxa de movimentação financeira), o valor decrescido de um percentual de agiotagem.

Ó que maravilha! Sequer precisa ter mercadoria pra oferecer no mercado. Tipo de procedimento que permite, inclusive, que um sujeito que vende produto ilegal possa lavar dinheiro como se tivesse comprado algo do comércio, pagando apenas, para o operador de agiotagem, uma taxa pelo serviço de utilização da maquininha. É mole? O PIX é uma maravilha de invenção, não é mesmo?

Ferram-se os bancos (que entre outras coisas: empregam), os fornecedores do tipo de comércio do comerciante corrupto (que também empregam e não veem compra de suas mercadorias), o Governo (que deixa de arrecadar imposto por transação financeira e ter dinheiro em caixa para cuidar de suas obrigações com o povo). Aí não estão te roubando, não é mesmo? Não é a Petrobrás, que falam que é SUA! (kkkkkkk!)

Fora as outras corrupções: cabular passagem de ônibus, furar fila, fingir estar doente para pegar atestado médico e não ir trabalhar. Pode ser que nada disso que citei te enquadre, mas, é só se eu não citar tudo o que na sociedade se vê fazer é que você escapa.

O que está ao alcance de um político, ou seja: estando ele com poder para fazer, é enxergar oportunidades para corromper. Daí, vai da coragem dele corromper ou não. Dificilmente ficam na política os que não têm coragem. E dificilmente os que ficam sem cair na tentação exposta logo nos primeiros dias de mandato enriquecem com a política. Na minha opinião, comprar 51 imóveis, independente de ser com dinheiro vivo ou não, já é sinal de se ter coragem!

Outra crença que acho o cúmulo da predisposição para ser presa desses engenheiros de voto: “Lula roubou bilhões do Brasil e é sentenciado por causa da compra de um Triplex no Guarujá e um sítio em Atibaia“. Só mesmo quem tem baixo Quociente de Inteligência (QI) é que defende com unhas e dentes sem tirar nem pôr essa acusação com sentença absurda. Será mesmo que estariam avaliados esses dois imóveis em bilhões de reais que seja?

E agora tem sujeito achando ruim porque foi determinado que o julgamento do Lula deveria ter ocorrido em Brasília e não no Paraná. Parece óbvio que uma acusação de recebimento de propina feita a um presidente da república, cujo fórum para decisões judiciais a respeito da sua condição política é naturalmente Brasília, tenha como ambiente jurídico a localização certa?

Se você responder que não, você é condescendente com a corrupção de quem quer se reeleger presidente da república, sem nada ter feito de importante para o povo, corrompendo mentes para aceitar que está tudo certo nesse julgamento e ajudar, com isso, a criar senso comum de que o sentenciado não pode concorrer na eleição presidencial, limpando, assim, o caminho.

Daí, ó, é só ligar os fatos: Lula foi sentenciado e preso às pressas (o processo do qual foi condenado leva anos para ser resolvido) tão somente para que Jair Bolsonaro, então candidato do Sistema, fosse posto na presidência da república para prestar seus serviços à cúpula que comanda o Sistema. Porque não tinham acusação válida, o julgaram sem provas e dando as pessoas justificativas insustentáveis como a compra de dois imóveis de baixo valor perto do valor dado como o subtraído em corrupção. O fórum foi o Paraná exatamente para que esse fundamento de ter que ter sido Brasília pudesse ser usado hoje como álibi para responder uma série de questões.

A eleição de Jair Bolsonaro foi, para mim, manobra da população pela cúpula do Sistema, mais uma vez, para o fim de se redimir dos abusos cometidos por ela própria contra a população brasileira, fazendo chegar ao Poder um bode expiatório com a tarefa de consertar as bobagens que essa mesma cúpula fez durante anos e anos em sua eterna missão de conduzir a sociedade em nome de seus próprios interesses. Bobagens que fez com que o Brasil ficasse economicamente à perigo, devido à distribuição de insumos sociais em vez das riquezas do país, e que nada têm a ver com corrupção.

Lute pela sociedade democrática e não pelo regime

Fiquei de porre de informação valiosa depois de ver no Youtube uma palestra da Marilena Chaui e vídeos contendo explanações do Eduardo Marinho, decidi discorrer sobre o que entendi.

A Democracia prega o “tudo poder ser” e o “tudo poder fazer”. Sendo assim, a Democracia é um “regime” burguês, uma vez que o “tudo poder ser” e o “tudo poder fazer” geram consumo e prosperam economias.

O problema da Democracia é a insegurança que o “tudo poder ser” e o “tudo poder fazer” causa, gerando violência, e a miséria, efeito da desigualdade social inevitável de se formar porque o “tudo poder ser” e o “tudo poder fazer” não é compatível com a ideia que diz que o direito de um homem começa onde acaba o do outro.

Refletindo sobre Direito se chega à alguns aforismos:

  • Quem estabelece (ou estabeleceu) os direitos dos homens é o próprio homem;
  • Quem briga para ter mais direitos do que os outros é o próprio homem;
  • Quem briga para defender os direitos do homem é o próprio homem;
  • E quem goza dos direitos lhe reservados é o próprio homem.

Logo, se defendermos o Regime democrático, estaremos cooperando com quem tem Poder. E como o regime é burguês, o Poder está com este. Na lista de aforismos descrita vai imperar quem briga para ter mais direitos do que os outros.

O burguês está protegido em seu castelo dos efeitos da violência, da desordem, do caos social causado pelo “tudo poder ser” e pelo “tudo poder fazer”. Seus olhos estão longe de ver a miséria, tanto mais de vivenciá-la. Ele fatura em cima desses fenômenos. É o que lhe garante ter Poder, que significa ter mais direitos.

Quando vemos um capitalista, como Jair Bolsonaro, defender a Democracia, o foco dele é o burguês. Quando vemos um socialista, como o Lula, defender a Democracia, o foco dele é o povo – ou: a sociedade. Logo, decidir em qual desses candidatos à presidência da república votar para defender seus interesses é questão de saber o que se é: se burguês ou se povo.

Em seu até aqui primeiro mandato, Jair Bolsonaro demonstrou o tanto que prioriza o burguês. Suas prioridades centraram-se no bom andamento da economia, sendo seu xodó o setor do agronegócio. Sua política trabalhista torna o trabalhador escravo do patrão, ou seja, visa aumentar os direitos do empregador, diminuindo os do empregado. E essa analogia vale para as outras relações e grupos sociais, como os indígenas, os LGBT, os não militares, os não cristãos ou cristãos não evangélicos, os educadores, os cientistas, a imprensa.

Um socialista que prega a Democracia, sugere que ver a economia prosperar em uma nação é importante. Do contrário, ele pregaria somente o socialismo, sistema cuja economia é planificada. A diferença é que esse socialista deseja estender os benefícios do “tudo poder ser” e do “tudo poder fazer” à toda sociedade. Isto significa distribuir riquezas.

Quando a riqueza é distribuída, o equilíbrio dos direitos é automático. Automaticamente as pessoas procuram respeitar o direito das outras para não sofrer as reações certas de se sofrer quando alguém em status de igualdade consigo tem o direito ferido.

Bom, se não for isso o que quiseram dizer nos vídeos que vi, pelo menos consegui definir o ideal de sociedade para mim, esta que está implícita na imagem de um socialista que defende a democracia.

Eleição 2022: A hipótese que realmente lava a alma

Das muitas teorias que explicam por que uma pessoa como Jair Bolsonaro foi colocado na presidência da República do Brasil, a mais contundente, pra mim, é a que diz que os governos do PT estouraram o orçamento público devido à implantação de muitos benefícios sociais e projetos que convocam a participação da iniciativa privada para serem viabilizados em detrimento da arrecadação pública.

O orçamento público do país vinha sofrendo cada vez mais comprometimento desde que foi pensado para funcionar num sistema mix de economia, no qual setores privados bancam os estatais. História que começa nos anos 1930 com os feitos sociais de Getúlio Vargas e cada governo que o sucedeu cooperou para o aumento da bola de neve.

Devido a fenômenos como o sumiço de empregos e dificuldades para contratar, que afetam totalmente a arrecadação de impostos, aposentadorias, pensões, seguridade social, beneficiários de programas como Bolsa Família e Auxílio Brasil, universidades públicas, Fies e Prouni, funcionários de estatais que não possuem receita, como as universidades federais, ou cuja receita hoje é bastante comprometida devido à chegada de concorrentes e ou mudança de hábitos de consumo, a mais notória delas é o Correios, a não muito tempo no futuro irão experimentar falência, sem qualquer chance de serem privatizadas.

Em 2014, se tentou voltar um partido neoliberal para a presidência da república, o PSDB. Mas, confortável com os donativos do PT, a população elegeu Dilma Rousseff para dar sequência ao conforto ameaçado. Sabedor da necessidade de liberalismo que o país enfrentava, acredito que o próprio PT lamentou. Mas, queriam assegurar a entrada de nomes para a presidência da república pela via democrática.

O jeito, então, foi articular um plano que por si só fosse capaz de garantir que em 2018 o povo deixaria sua simpatia pelo PT e o PSDB ou outro partido neoliberal pudesse aspirar o comando da nação. Criaram para viabilizar isso a Operação Lava jato e o antipetismo – ódio ao PT e às esquerdas.

O desenrolar do segundo governo de Dilma Rousseff sinalizava que ambos os instrumentos criados não funcionariam em 2018. Então, tiveram que inventar para a presidente um impeachment. Porque, conforme essa especulação, não havia nada de irregular no governo de Dilma e também porque dariam um golpe parlamentar, o impeachment teve que ser ilegítimo, com total condescendência dos petistas. Mas, cheio de representações de políticos de todas as vertentes, imprensa, corporações, expoentes da sociedade e outros avatares. A massa – eu e você que me lê – com viseira no rosto participou apenas engolindo tudo como verdade, estabelecendo apoios, tomando partido, indo às ruas e brigando entre si.

Uma vez deposta, Michel Temer, que teria iniciado todo o plano quando enviou telegramas para o consulado brasileiro em Washington reivindicando um plano que colocasse na presidência da república do Brasil um nome do PMDB, seu então partido político, telegramas que foram vazados pelo site Wikileaks, tomou de Dilma o cetro.

Temer também é um avatar desse golpe pró democracia (é hilário, mas, não dá pra entender de outro jeito), desse teatro do absurdo sem non sense. Tinha um papel a cumprir que era iniciar as reformas que transformaria o Brasil num país neoliberal. Congelou o orçamento público por vinte anos, distribuiu dinheiro para setores econômicos em dificuldade como o que engloba as teles, enfraqueceu os sindicatos acabando com a contribuição sindical na primeira fase da Reforma Trabalhista que implantou, preparou estatais para serem privatizadas e começou a discussão sobre reforma da previdência.

É claro que tudo isso deixou Temer bastante impopular e certamente seria um vexame se ele concorresse à presidência da república em 2018 para se tornar capaz de finalizar o que começou. O plano, que de repente pode até se dizer ter o dedo da maçonaria na articulação, seria colocar o PSDB para cortar as bolas levantadas por Temer, dar o veredito em tudo que ficara para ser aprovado e implantado.

Iriam tentar isso se aproveitando dos efeitos da Lava jato e do antipetismo. Mas, só com as pesquisas informais sobre quem a população queria na presidência da república a partir de 2019 a expectativa frustrava-se. Lula poderia concorrer novamente e era o preferido do povo. Geraldo Alckmin, pelo PSDB, ficaria em segundo lugar, uma vez que Aécio Neves legara ao partido uma impressão muito ruim.

Começaram a preparar, então, uma figura. Jair Bolsonaro era um político bastante desconhecido. Seu histórico como político era medíocre e tanto quanto sua carreira militar. Mas, o vínculo com o militarismo seria interessante para cooptar massas e depois desfazer a cooptação. Colocar Bolsonaro na presidência, manipulando para isso o eleitor, um tanto para votar nele e outro tanto para abster-se do voto seria uma fórmula altamente viável para o Sistema aplicar na política brasileira. Para todos os efeitos, a democracia do voto teria sido mantida.

Um intelectual em voga, Olavo de Carvalho, ajudou a criar Jair Bolsonaro e outros avatares do pré-bolsonarismo. Arranjou a aproximação de Jair com Marcos Feliciano e com isso, com a ajuda de outros pastores, arregimentou uma grande massa de eleitores, os evangélicos. Os operadores de instituições militares, empresas de segurança, milicianos e cultuadores de violência, como os integrantes de torcidas de futebol, viram na propaganda de durão machista ex-militar de Bolsonaro uma representação. Estava formada uma massa que seria ainda mais ampliada pelos que compraram a ideia do antipetismo e pelos eleitores tucanos, ainda com dor de cotovelo por causa da derrota para Dilma Rousseff.

Na panela do bolsonarismo, além de Jair Bolsonaro e sua família, outras personagens foram criadas. Algumas só faziam ponta, outras chegaram a disputar cargos políticos, sendo muitas delas muito bem votadas. Na panela declarada havia: Joyce Hasselman, Kim Natigui (e todo o MBL), Alexandre Frota, Roger Moreira, Lobão, Janaína Paschoal. Na surdina se podia encontrar até o então governador de São Paulo João Dória e o juíz Sérgio Moro. Cada um cumpriu um papel importante na destinação de simpatia ao bolsonarismo.

No entanto, só foi possível ver Bolsonaro esboçar concorrência forte ao PT após o número circense da prisão, sem provas, do Lula, que não é mero acaso a história dessa prisão ser mal contada. Porém, a possibilidade de da cadeia Lula dar as cartas a seu substituto na concorrência à eleição em 2018, Fernando Haddad, assombrava o Sistema, uma vez que as pesquisas apontavam, com todos os contras ajeitados, vitória do petista. O que mudou foi a necessidade de haver Segundo Turno, já não seria já no Primeiro Turno essa vitória como era com Lula aparecendo como candidato do PT.

Aí, como o brasileiro médio é presa muito fácil para os que manejam o Sistema, veio o atentado para mim escrachadamente falso: a facada eleitoreira dada em Juíz de Fora, Minas Gerais, no dia 6 de setembro de 2018. Outro número de circo. A famosa “fakeada” superou o acidente de avião que sofreu Eduardo Campos em 2014 e colocou Marina Silva na segunda posição nas pesquisas eleitorais, evitando (pasmem) que Dilma Rousseff ganhasse já no Primeiro Turno. Qualquer semelhança seria semelhança mesmo?

Não fosse as articulações para viabilizar o impeachment de Dilma, não existiria a figura de Jair Bolsonaro. Ainda que ele concorresse à presidência da república em 2018, fatalmente perderia para Lula ou Geraldo Alckmin, que legitimamente eram quem deveria estar voltando ao posto de presidente da república, pelo voto do povo, após Dilma Rousseff ter cumprido todo o seu mandato. Não é à toa que ambos formam hoje uma das chapas candidatas à presidência. Não dava para um ou outro concorrer sozinho, pois, Lula sozinho não atrai eleitores tucanos e Alckmin não atrai petistas. Era risco grande não se configurar o meio a meio configurado em 2014, que daria nó na garganta de Jair Bolsonaro.

Se ambos ganharem, Lula empresta além de sua paixão pelo povo e obsessão por alavancar a sociedade, sua invejável eloquência e talento para negociações com o Congresso, instituições sociais e estadistas do mundo todo (coisa que Bolsonaro, cuja área de atuação forte é só a de segurança e demonstrou péssima capacidade para escolher ministros, mesmo alegando optar por técnicos em cada pasta, não passa nem perto do Lula em termos de qualidade nesses sentidos) . Já Alckmin empresta sua veia liberal, robustecida em seus longos anos como tucano (que para mim continua a ser). Inevitavelmente o Brasil só tem a ganhar.

Não podemos deixar de lembrar que tudo isso é especulação. É canalização da minha habilidade em cruzar informações reveladas e sensibilidade, mediúnica, para extrair o latente. E também lembrar que a menor possibilidade de verdade é pelos participantes inconfessável.

Se essa divagação for verdadeira e vier oficialmente à luz, fora da alcunha de teoria especulativa, é evidente que toda a população brasileira se sentirá enganada (pois, teria sido de fato) e que o processo democrático foi desrespeitado. Uma presidente da república eleita pelo povo foi tirada ilegitimamente do posto e esse mesmo povo foi manipulado para por no lugar dela um presidente patético, que em seus quatro anos de mandato, colocar o povo em status de espera pela Eleição 2022 foi só o que fez.

O PT teria completado o segundo mandato de Dilma Rousseff e jamais saberemos quem teria ganhado a eleição presidencial de 2018, embora possamos sugerir que ficasse a vitória entre Lula e Geraldo Alkimin, então candidatos do primeiro e do segundo, respectivamente, maiores partidos do Brasil, PT e PSDB. Por não poder se revelar o que aqui é pura especulação é que acontece atualmente muita confusão na preferência de voto por Lula ou Bolsonaro.

Porém, algo disso tudo fica implícito e perturba os que têm sensibilidade para suspeitar de haver algo estranho no ar se as pessoas não levarem em consideração, ainda que seja mera especulação: o comportamento de Jair Bolsonaro e de todo o comitê bolsonarista dá a entender que Bolsonaro está dando a chance ao povo de recuperar sua democracia e voltar o PT – e por tabela, na pessoa de Geraldo Alkimin como vice de Lula, o PSDB – para o posto que por direito seria de um dos dois partidos.

A candidatura de Bolsonaro não é em vão, ela existe. Ele é representante de uma elite que continua com seu poder e regalias qualquer que seja a candidatura campeã. Porém, tem menos o povo a ganhar se Bolsonaro sair vitorioso.

Privatizações serão inevitáveis, arrochos de direitos do povo idem, a agenda política de ambos será a mesma. Só que com Bolsonaro novamente no posto, se não ouvirem sua súplica gesticular para não votar nele, as privatizações serão mais rápidas e mais duras (talvez até o SUS entre nessa) e a implantação do liberalismo não será tão otimista para o desejoso de ver imperar no Brasil o sistema neoliberal.

A necessidade de pagar por tudo obriga as pessoas a serem muito boas no que fazem. Estudar mais, treinar mais, ser compreensivo com quem dará as cartas, o patrão, será imprescindível. Nos primeiros anos, a dificuldade de se empregar por causa de capacitação será implacável. E é aí que mora o perigo para quem quer se arriscar movido por sentimentos medíocres lhe implantado mediante manipulação, como o antipetismo, ou por recomendações de pessoas que ganham do bolsonarismo para recomendar, como os pastores evangélicos que arrebanham seus fiéis para formar o curral eleitoral bolsonarista.

Se o povo eleger Bolsonaro para continuar comandando o país, significa que os meios mais severos para consertar o país serão implantados. À nada do que o bolsonarista incauto, arregimentado pela veia militar, pelas igrejas evangélicas e por outros meios espúrios de arregimentação defende como a ser os reais interesses do bolsonarismo, como combate ao culto LGBT ou o credo “pátria, família e Deus acima de tudo” será dado atenção.

Se há uma coisa que prezam os que dão suporte ao Bolsonaro e que são seus financiadores – incluem-se oligarquias do Brasil e do mundo, monarquistas do mundo todo, inclusive os do Brasil, megacorporações, banqueiros, grupos étnicos, sociedades secretas, líderes de igrejas – é a saúde da economia. E essa saúde só é possível com grupos de consumidores em massa realizando ferozmente seu consumo. Dentre outros, os LGBT é um dos mais fortes. Ou se entende isso ou se atira no pé com o voto em Bolsonaro por razões mesquinhas.

Muito armado, acredito, foi a eleição massiva de candidatos que apoiam Bolsonaro e darão suporte ao seu novo mandato, que pode, entre outras coisas, enfraquecer o poder do povo, inclusive para decidir seus representantes de então para frente. O fato de vários, senão todos, personagens que trabalharam a implantação do bolsonarismo não serem reeleitos não é comemorável porque foi estrategicamente forçado.

Todos são avatares no plano, foram eleitos às custas da candidatura do Bolsonaro em 2018 e romperam (me engana que eu gosto) com ele estrategicamente, ficando para o eleitor mais suscetível se solidarizar com a imagem do bom pai patriota que foi abandonado pelos filhos ingratos e que quer salvar o Brasil. Um senhor de idade amigo meu (coitado eleitor de Cleitinho para o senado por Minas Gerais) caiu que nem patinho nesse truque e repassa pelo Whatsapp que a “vingança veio a cavalo” e que “foi feito uma limpa”. Espero que quem ler este texto – por completo – escolha não ser tão ingênuo.

O inóspito país do Bolsonaro reeleito

* Discorro na crônica opiniões próprias.

Estou aqui a imaginar como será o Brasil se porventura, é claro: burlagem das urnas, tendo o TSE, Globo, Datafolha formado uma conspiração que teria engando os eleitores do Lula esse tempo todo, o para mim farsante e despreparado Jair Bolsonaro for reeleito.

Num primeiro momento, imaginei a hipótese de nós contrários a isso permanecermos no país. Isto já sei como seria: não irá haver governo e nem qualquer benefício para o país ou para o povo, como foi nesse primeiro mandato desse para mim vigarista, devido à oposição que fizemos, a qual nos proporcionou impedir que os interesses dos grupos por trás desse para mim tirano farsante fossem por ele cumpridos, enquanto os cegos apoiadores dele achavam que era neles que o tirano e seus comparsas estavam pensando quando, através de facultadores de massas de manobra, os cooptaram.

Nós opositores, estou evitando usar o termo esquerdista, uma vez que temos plena consciência de que a oposição ao bolsonarismo não é formada só por esquerdistas, somos inteligentes, politizados, sabedores dos verdadeiros problemas do país e quando um político capenguinha está a usar seu mandato em nome de terceiros, por isso tivemos essa condição de frear esse governo vira-lata nesses quatro anos e facilmente o frearemos de novo.

Mas, o interessante mesmo é divagar na segunda hipótese: todos nós, opositores do regime político chamado bolsonarismo, sairmos do país por não querermos estar entre pessoas hipócritas que sabemos não ser saudável viver entre elas.

Vamos, de repente, em partes, para os lugares que nos mandaram esses quatro anos: um tanto pra Venezuela – para estes, de fato o Brasil virará a Venezuela –, outro tanto para Cuba, China, Rússia, Angola, Coréia do Norte. E por aí vai! De repente, até pra marte, pegando carona na nave do Elon Musk.

No Brasil, então estariam vivendo os bolsonaristas. Negros submetidos ao branco, “sem mimimi de racismo”, índios extintos, LGBTs para sempre no armário, drogados continuando a usar drogas, às escondidas ou não, mesmo sem liberação, somente artistas gospel usufruindo da Lei Rouanet. Nada de ateus ou seguidores de outras religiões; nada de cristãos não evangélicos.

Nada de direitos para empregada doméstica. O pobre tendo que se submeter ao presunçosamente rico. Recebendo dele o tanto que ele quiser pagar. Nada de famílias recebendo Bolsa Família, recebendo, sim, o substituto, Auxílio Brasil, de R$600,00.

Todos com porte de arma e licença para matar, embora tendo que matar seus iguais, pois, aqueles que teoricamente se atiraria neles vazaram. Mesmo o pessoal do agronegócio, cujo um benefício dado a ele em seu governo, Bozo disse no debate entre presidenciáveis na Globo que foi receber porte de arma, não terão em quem atirar, pois, o MST e os ambientalistas também terão vazado.

A Amazônia: toda desmatada; o nióbio, o grafeno, o ouro do Brasil e o pré-sal: nas mãos do governo brasileiro (e não dos Estados Unidos), como presumem que será com todas as riquezas hidrominerais e botânicas do país.

Sem pedagogia que proporciona o estudante pensar e causar problemas para o sistema capitalista escravizador. A escola sem partido, cristã emburrecedora à distância cheia de revisionismo nas matérias e provida pelo Cogna implantada.

Nada de estatais, todas as empresas e setores econômicos privatizados. Os Orleans de Bragança junto com as oligarquias rurais de todos os tempos mandando em todos e impondo o modelo de família a ser adotado e a moral e os bons costumes lhes convenientes.

Não esquecendo, é claro: implantado o estado-mínimo, que a maioria dos bolsonaristas ou dos eleitores do Bozo, por exigirem a abolição da pedagogia Paulo Freire do sistema de ensino do MEC, jamais soube do que se trata e nem tem capacidade intelectual para saber.

Continuará essa massa assim, sempre a seguir a boiada à espera de Jesus voltar, por lhe garantir essa volta um provável crápula ladrão e lavador de cérebro e dinheiro pastor evangélico, desses que há por aí sempre a induzir pessoas de seu rebanho a votar num facínora, o qual tudo o que menos quer na vida é que Jesus volte porque isto representa o fim de seu negócio. A corrupção será, cuspida e escarradamente, varrida para debaixo do tapete… das igrejas!

Lá onde estivermos, nós que não compomos essa massa sem capacidade intelectual mínima para perceber que é manipulada, com certeza estaremos vivendo melhor do que estaríamos se vivendo no meio da corja que irá ficar no comando da nação. Isto se pode deduzir de imediato.

O que não dá para deduzir é se de lá, observando os acontecimentos no Brasil, estaríamos felizes, nós desterrados, por constatar que os bolsominions se realizaram e vivem como o Deus deles manda, mas pelo menos livres de ter que terem suas crenças confrontadas, com a real apresentada e expostas ao ridículo.

Os egos destes, totalmente satisfeitos por terem se livrado de tudo que eles achavam que era o que os faziam estagnados na vida, na condição de simples rés de um gado, que eles continuarão a ser, o que é indubitável.

Ou se de nossas novas pátrias – ou novo planeta – estaríamos dando risadas por perceber que o rebanho que ficou estaria infeliz, tendo que manter a aparência de estar feliz por não ter a hombridade de dar o braço a torcer e admitir o tanto que estavam errados. Vivendo vida de escravo sem saber que vive assim. Alguns, corroendo-se por sentir a nossa falta.

Para mim, a segunda hipótese de constatação é que é o que eu veria de lá de onde eu estivesse. É claro que esse meu desejo, por mais que essa massa que vota em Jair Bolsonaro seja segregacionista, não se configurará.

Mas, não deixo de expor essa reflexão que fiz, uma vez que hipoteticamente, no mundo das ideias, tudo é possível porque na mente do indivíduo que é livre para opinar e para pensar, político imbecil nenhum manda. E nesse reino, o da imaginação, tudo pode ser antecipado, tamanha a lógica que se enxerga no que vai parar nele para ser analisado.

*Opinião do autor da crônica, que não tem vínculo com partido nenhum, apenas acha que nada justifica dar o comando do Brasil a Jair Bolsonaro, principalmente depois de a ele ter sido dado chance de presidi-lo e só se viu incompetência e descasos.