Minhas lembranças mais remotas

“‘Nenhum de nós se lembra de algo anterior aos 2 ou 3 anos de idade. A maioria não se recorda de nada que ocorreu antes dos 4 ou 5, diz Catherine Loveday, da Universidade de Westminster, no Reino Unido.” (Trecho de matéria sobre Amnésia infantil, publicado pela BBC em https://www.bbc.com/portuguese/geral-39477636.)

Minha mãe me contou que eu quebrei um dos braços aos dois anos de idade. Eu tenho uma leve lembrança de uma corrida noturna de meus pais, com minha mãe me conduzindo no colo dela, buscando levar-me para um hospital. Pode não ser essa a vez me contada, mas, se for, estou entre as poucas pessoas que saem do padrão quando o assunto é lembrar de fatos anteriores aos três anos de idade.

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Exercício para enriquecer

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A mente humana funciona sob sugestão. O que os biólogos chamam de seleção natural ou de adaptação ao meio pode também se tratar de um processo de sugestão da mente.

A mente impressionada simula para seu utilizador a realidade que corresponde ao que nela é impregnado. Afinal, é com ela que percebemos o mundo e o interpretamos.

Se mentalmente nos condicionamos a certo cotidiano, é bem capaz de também na realidade objetiva gozarmos de cotidiano parecido.

Isto porque a mente entende que estamos sendo ameaçados e ela, por sua vez, busca recursos que refletem na existência, tratando de nos livrar do que seria a ameaça.

Essa ameaça do caso é a de não nos sentirmos felizes. Assim como o corpo precisa de alimento para se sustentar e sem ele seu ocupante é ameaçado de morte, o que obriga a mente a criar meio de impedir essa fatalidade, nossa psique foi projetada para ser feliz. Do contrário, entra em depressão, o que sinaliza a morte.

A boa notícia é que a felicidade é uma sensação. E como toda sensação, acontece de modo subjetivo. É uma experiência interna de nosso organismo. Pode ser esta provocada por fatores materiais ou mentais.

A felicidade que se experimenta ao guiar um automóvel de luxo não se difere da de quando somente imaginamos estar nesse cenário. Embora, imaginar requeira muito mais esforço para impressionar a mente do que o ato experimental.

Em vez da reação imediata à experiência, no processo de imaginação, se valendo do pensamento apenas, o cérebro deve realizar as mesmas sinapses que realiza durante uma interação material para deslanchar as mesmas substancias e reações orgânicas responsáveis pela criação do estado de felicidade.

A realidade para cada indivíduo é o produto do deslocamento de seus hormônios, entre outras substâncias, dentro de seu organismo. A efervescência gerada dessas substâncias é que dão forma às emoções que experimentamos. E o estado emocional é o estado real de cada indivíduo.

Se você quer saber como você está neste exato momento, verifique quais são as emoções que você está a experimentar. Verifique também o que está deixando você assim. Dessa forma, quando você quiser ficar neste mesmo estado e os elementos que você constatou como serem responsáveis por isso não estiverem alcançáveis então, utilize a imaginação para produzir a mudança interna que lhe ocasiona estar em tal estado.

Com o tempo você verá que não há diferença entre a experiência real e a imaginária. E que a realidade está ao nosso inteiro dispor quando se domina a moldagem do próprio estado biológico interno.

Pra resolver esta dificuldade da imaginação, esse esforço maior, é que existem os jogos mentais. São exercícios que se praticados com determinação e disciplina pode levar a mente a se autoestimular para um propósito. Quanto mais repetição, mais rápido se chega aos estados internos que configuram cada sensação que nos molda o espírito.

E aqui vai um exercício que serve muito bem ao propósito de condicionar a mente para o enriquecimento. Se divirta fingindo ter toda condição de se preparar para obter dinheiro facilmente e saber utilizá-lo em tempo hábil. O dinheiro é móvel e se move rapidamente. Do contrário ele não nos interessaria com tanto fulgor.

Imagine que chegue até você uma proposta para participar de um jogo. O desafio é você gastar um milhão de reais em 24 horas. Das 8:00h de um dia até o mesmo horário no dia seguinte. Se você conseguir gastar todo o dinheiro, você ganhará dois milhões de reais como prêmio. Se não, você não ganha nada. Mas também não tem que devolver o que conseguiu gastar.

O prêmio aumenta duzentos mil reais por cada hora a menos que você conseguir gastar o dinheiro. De modo que se o milhão for consumido totalmente em uma hora apenas, o valor lhe pago como prêmio será de 6.800.000 reais. Mais rápido se gasta, mais rico se fica.

Iniciando o desafio às 8:00 da manhã de um dia e indo até o mesmo horário no seguinte se poderá contar também com opções noturnas e matutinas de consumo.

Agora, as regras. Você só poderá gastar 3000 reais com compras em um único estabelecimento – o que vale também para um único produto – ou com contratação de serviço. Nada o impede de repetir as mesmas compras e contratações em estabelecimentos diferentes.

E todo negócio que você fechar terá que ser pago à vista, dentro das 24 horas. E é obrigatório pegar a nota fiscal ou recibo. É permitido pagar dívidas suas existentes, desde que gere comprovante o pagamento e que o valor unitário das faturas não ultrapassem 3000 reais.  Você pode gastar consigo ou com quantas outras pessoas mais você desejar. Não vale fazer doações, depósitos e nem emprestar dinheiro. Dentro da limitação, você pode criar empresas ou algum meio de continuar a ganhar dinheiro após o teste, caso você não se sáia bem.

Os únicos valores que você terá que devolver ao final do desafio, caso você não consiga gastar o milhão de reais, é o que fugir da regra. Se você pagar uma conta sua de 5 mil reais por exemplo, esta será tirada do cômputo geral caso você consiga gastar todo o dinheiro. Terá que ser devolvido o produto com valor fora do orçamento permitido, quando possível ser devolvido, ou o dinheiro gasto com ele quando não.

Estas restrições criam no jogador um cuidado especial com o desempenho moral no jogo. E faz evoluir o comportamento ético devido à severidade da punição. Ir com sede demais ao pote é a única imperfeição moral que poderá te fazer perder dinheiro neste jogo.

E aí, topas o desafio? Deixe nos comentários, se possível apresentando sua contabilidade, o que você faria para vencer este desafio ou pelo menos para aproveitar ao máximo o dinheiro que conseguir gastar.

Se vendo imaginariamente, diariamente, nesse  desafio, você acostuma seu cérebro à encontrar soluções para usar dinheiro rapidamente. E passará a enxergar a realidade como um curto espaço de tempo para se efetuar realizações. São 86400 segundos para se aproveitar o máximo da existência. Você precisa dormir um prazo, logo, você tem que ganhar dinheiro até dormindo.

Enquanto amando estamos curados

O clima do verão fazia suas vítimas, contaminando-as com a felicidade típica dos finais de tarde dessa estação. A turma estava na praia, tocando em frente um luau. Doze a quinze pessoas em sistema de revezamento de idas ao mar e buscas nas barracas da praia de mais comes e bebes. Havia os permanentes incondicionais, que não arredavam os pés do QG. Estes não abriam mão de cantar e dançar, se possível, qualquer coisa que os musicistas improvisados iniciavam os acordes que iam paulatinamente sendo reconhecidos e ganhava força o vocal.

Entre corpos sarados de homens e mulheres, uma mulher branca, beirando a meia idade, muito acabada e careca, se esforçava o máximo para manter-se no clima alegre e revigorante, que se não fossem as preocupações lhe programada pelos médicos, a faria imaginar que estava sendo desenganada sem motivos. O tumor em seu cérebro talvez fosse mentira. Mentira da mente do neurocirurgião, mentira do tomógrafo. Nenhum glioma residia em seu cérebro.

Foi uma descontração perniciosa que lhe tirou do transe em que se colocara. O rapaz que administrava muito bem o pessoal com uso de seu instrumento, um violão, fizera com que as pessoas tocassem no assunto que ela preferia esquecer. E ela mesma achava que era nada demais o refrão “e se for de amor, quero morrer agora“. Soou como mau gosto sem ele ter a menor das intenções de fazê-lo. Uma canção que ela própria muito gostava de ouvir.

A emoção da gente é um sentido. E ele se assemelha ao tato quando nos empurra incontinentemente as lágrimas para fora. Ao comando de seu pensamento viajante, que visita lugares mórbidos sem que ela queira, isso aconteceu com a moribunda. A cena da jovem senhora tentando disfarçar o pranto e tentando deixar o local sob desculpa sem nexo, fez com que houvesse uma brusca interrupção no evento. As mulheres da trupe confortaram a doente. O violeiro se pôs a redimir-se. E buscou em sua mente algo para compensar. Alguma cancão que carregasse uma mensagem de esperança.

Existirá / E toda raça então experimentará / Para todo mal a cura“. Ao fim da última estrofe da linda música do Lulu Santos, a até esse momento triste e inconformada senhora foi abraçada em grupo. O violeiro pediu um abraço em separado. As coisas voltaram ao normal. Ficaram até melhores. Alguém registrava em vídeo tudo o que acontecia, com uso de seu smartphone.

O evento aconteceu durante uma viagem de férias da protagonista deste conto. Fora para ele pensando que poderia ser a última vez que faria o que mais gostava: viajar. Voltou para casa fazendo planos para conhecer em breve outras praias. O convite partiu da turma com quem conviveu naqueles quinze últimos dias de janeiro.

Ela se relaxou um pouco com as recomendações médicas em seu cometimento de férias. E trouxe o vício com ela na sua volta para casa. Por mais de uma semana deixou para lá os remédios. Comia o que desse vontade. Agindo assim e vez ou outra relembrando os momentos vividos no litoral nordeste do Brasil, Ela conseguia acreditar que estava curada. Ela se comportava assim. Tomava cuidado para que ninguém da sua relação lhe dissesse o contrário e novamente programasse sua mente com a sugestão da doença. A maldita sugestão que alimentava somaticamente o seu câncer.

Se os filhos e o restante da família se ocupassem de lhe dar mimos, compreensão e um pouco de ilusão, as dicas de alimentação lhe dadas por um homeopata que ela conhecera em uma de suas idas ao hospital seriam suficientes para que aos poucos, com a ajuda do otimismo a que se configurara com ele estando no Norte, as células de seu corpo detivessem a degeneração.

Ela fugiu de tudo o quanto pode. A família não contribuiu para a cura alternativa nem com ela fazendo o pedido. E, usando de artifícios irrefutáveis, convenceram-na de ir ao consultório de seu médico fazer o exame de rotina. Nem que fosse pela última vez. Ela, por sua vez, quis provar para seus entes familiares que voltaria de lá com uma notícia que os surpreenderia e ela não mais retornaria àquele gélido estabelecimento.

Um médico não gosta de perder pacientes. Realmente não. Mas, fica-se sempre a dúvida quanto ao ponto de vista que se deve validar essa perda. O ceticismo digno da profissão, herdado dos centros de formação, fez com que o neurologista dissesse com ar descrente à pobre mulher que a doença parecia ter sofrido melhora, mas que não era bom se precipitar e parar com o tratamento. Um acompanhamento dele a deixaria mais tranquila para se chegar à certezas. E, como profissional convicto do ramo e da escola que teve, pediu encarecidamente à mulher que se livrasse dos homeopáticos, não seriam eles os responsáveis por qualquer mudança no curso da doença.

A jornada combinada com a turma da praia aconteceria em julho. Mês oposto ao de janeiro. Com frio e busca pelo campo em vez do litoral. Durante o tempo que teve ainda de vida ela trocou correspondência com todos eles. Inventaram até um cronômetro que marcava uma contagem regressiva e uma agenda para ticar os eventos precedentes ao novo passeio.

Ela venceu o câncer. O que a levou não foi esse mal. A falta de amor, de compreensão, de amizade e a autossabotagem, que faz com que deixemos de fazer o que queremos para fazer o que querem os outros, deteriora-nos internamente muito mais. Os outros animais nunca sabem quando estão doentes e simplesmente vivem. Era assim que ela pretendia viver o resto de sua vida, que ela sabia, não era o médico que lhe determinaria.

Partindo

O capítulo 1 do livro “Contos de Verão: A casa da fantasia” começa com o protagonista Pedro, de carona com seu irmão, seguindo para o aeroporto de Confins, de onde partirá para Ilhéus para trabalhar na pousada Contos de Verão, por ter sido selecionado em um processo de recrutamento ocorrido em várias cidades do Brasil. De Belo Horizonte saem ele e a outra protagonista da história, Solange, a qual o rapaz conhece coincidentemente no caminho para o aeroporto, pois, a mesma estava encrencada no trânsito, a ponto de perder a viagem, devido ao fato de o táxi que a levava até seu destino ter estragado em um ponto do trajeto. Pedro a socorre sem saber de quem se trata, discutem dentro da caminhonete a coincidência e dali para frente eles fazem tudo em parceria até se virem sentados lado a lado na poltrona do avião.

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