Somos grãos de areia dentro de um grão de areia maior

*Esta publicação teve censurada no Facebook a exibição do link dela. O Facebook é uma máquina de opressão, pois, só permite a comunicação daquilo que interessa a rede ou a rede é paga para permitir comunicar.

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Em algum ponto dentro do círculo está todo o planeta Terra. Imagem retirada do vídeo “Um pálido ponto azul” do livro do Carl Seagan. Nesse ponto, estão todos os pensamentos, toda informação e todas as crenças que conservam os seres humanos.

Qual a importância que Deus teria para você se você estivesse no ponto do Universo que lhe permite enxergar a Terra como um mísero grão de areia? Será que você na posição de observar tudo o que a religião credita a Deus se colocaria entre os que se aprisionam às crenças religiosas e se submeteria ao temor e à devoção ao poder que propagam ter Deus?

Deus não é um ser, deus é o conhecimento. Conhecimento é que é poder! Conhecimento é que gera temor e arranca obediência dos menos sábios.

Não adianta ter algo a dizer, se evitam te ouvir. E nem ter algo a escrever, se evitam te ler. O que queres divulgar, apenas divulgue. Deixe que as ideias caminhem sozinhas e que os acontecimentos que lhe chegarem notícias sobre eles pareçam terem sido antecipados por você.

Ninguém além de você vai te dar crédito ou destaque. As pessoas competem entre si por isso. Elas temem quem demonstra conhecer mais. E a arma delas para não se sujeitar àqueles que provam que são mais sábios é conservar a crença em Deus. A crença numa entidade que elas supõem que ameace a sua soberania, que seja mais sábia do que você.

Mas, elas também sabem disso, o consolo delas só consolará se você aceitar a crença que elas esperam que você também conserve. Se nenhuma sujeição você demonstrar, então, elas se verão aflitas, abandonadas. Apelarão para outra divindade que elas conservam: o demônio.

Vão atribuir seu poder por conhecer mais a uma espécie de possessão demoníaca. E esperarão que você se afaste delas por elas não desejarem qualquer coisa que sugira vir de uma entidade satânica.

E assim, enquanto você não existir para elas, elas estarão em sua zona de conforto, brigando para ser destaque dentro desse pálido ponto azul.

O Universo funciona sem espaço para vaidade. Diante dessa imensidão, quem você imagina ser para se achar a anunciar para os outros qualquer informação?

As informações é que se revelam para os seres, inclusive para você. E afastar das ideias consagradas, como sugere fazer quem observa o ponto dentro do círculo na imagem, é a melhor forma de obter iluminação.

O pensamento no universo

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Temos o costume de pensar que o pensamento são passagens mentais aleatórias e que o mesmo existe só na nossa cabeça. Porém, o pensamento pode ser uma espécie de detecção de acontecimentos ocorridos ou em decurso em algum lugar do planeta ou do universo.

Pode ser também uma história produzida por nós mesmos e presenciada somente por nós. Nesse caso, o pensamento pode ser chamado de imaginação.

E também pode ser um acontecimento paralelo à observação que incessantemente fazemos da realidade. Lembrando que não podemos ao mesmo tempo observar e imaginar. Nossa atenção não consegue se instalar em dois lugares.

Ponha-se no seguinte cenário: Você está dentro de uma cabine de BRT a olhar para a paisagem enquanto aguarda a chegada do ônibus que irá se dispor dele. E você vê construções inertes, o vento a balançar folhas de árvores e fios de alta tensão presos nos postes. Pássaros a revoar, carros a ir e vir às vezes em alta velocidade e às vezes em desaceleração até parar. O semáforo a trocar cores de luzes. Pessoas entrando e saindo nas cabines.

Além do sentido da visão, inclua o olfato, com o cheiro do ambiente que você está a ocupar, os sons que disputam a atenção dos seus ouvidos, o sabor de algo que você possa estar a degustar.

Note que não há espaço na sua mente para pensamentos vagos ou para a imaginação quando você está priorizando a observação. Tudo o que vai nela se relaciona com tudo o que impressiona o seu momento presente. Inclusive, boa parte do que você pensa vem da sua interação com o externo e com o agora. São respostas ao meio que antes de serem dadas precisam ser pensadas.

Somente quando você pára um pouco de dar atenção para as coisas da realidade é que as outras formas de pensamento ressurgem. Num vai e vem incessante entre um plano e outro, porém, controlado pela sua razão, que em estado de vigília precisa tomar conta de muita coisa. Entre elas: não perder a lotação aguardada.

O pensamento, seja qual for a natureza dele, analisado dessa forma é parte da sua existência. É tão material quanto o que você observa externamente. Ele nasce de modo imanifesto e segue ganhando forma para que você possa compreender a mensagem que ele traz. O imanifesto não é que você não o entenda, é que ele é o nada.

Se pudéssemos circular todo o universo, em algum ponto dele estaria você. E onde você estiver, lá estarão os seus pensamentos. Logo, os pensamentos de todos nós fazem parte do universo. É coisa tão material quanto nós, pois, o universo que nos envolve fisicamente é todo feito de energia e dentro desse bolo de energia está tudo o que é pensado por todos os seres pensantes.

Sendo assim, concluímos que mesmo a realidade física pode ser um pensamento. Na verdade, vários pensamentos. E os seres que os estão pensando não são necessariamente os que conhecemos como pensantes. Quer sejam racionais ou irracionais.

Notemos nesse caso que os pensamentos são acontecimentos. O que está realísticamente à sua volta pode bater na mente de alguém em algum lugar, para não irmos muito distante, do planeta. Assim como bate na sua cabeça acontecimentos de outras partes.

E mesmo o que é imaginário, o que arbitrariamente você imagina, dá o seu enredo, pode um dia vir a acontecer materialmente na realidade de todos nós. Pode ser você o protagonista do acontecimento ou um outro que obteve a mesma inspiração e levou mais à sério a necessidade de manifestá-la socialmente.

Com isso, se chega à conclusão de que somos co-criadores do universo. Deuses junto com Deus. Deus seria o imaginador mestre e nós os que estamos abaixo de seus pensamentos, vivendo a realidade que eles trazem. Não é fascinante isso?

Eu preferiria não nascer

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A maioria das pessoas cresce alimentando a ideia de um dia se tornar famoso, ser conhecido de muita gente, bem sucedido, admirado, influente. Rico e poderoso poderia estar entre as aspirações.

Mas, essa maioria acaba é fazendo com que os poucos que conseguem tudo isso tenham êxito. Ou seja: a maioria de nós vira contribuinte, patrocinador dos sonhos de outros, mero sonhador.

E isso, para esses dessa maioria, acaba, lá pelos cinquenta anos de idade, virando frustração, decepção, sensação de fracasso e de ter perdido tempo ou de não ter se empenhado o bastante e por isso não cumpriu o suposto objetivo da vida e outros  arrependimentos.

Só que tudo o que nos inspira a ter ou a ser para podermos dizer que fizemos valer nossa existência foi produzido pelo homem. Nada é natural e nada é deveras importante ter ou ser.

Fazer valer a própria existência é aproveitar cada momento fazendo o que se quer, tendo liberdade de fazer o que quiser, guardando para isso a qualidade de ser natural, vindo da natureza à mente o que fazer. Mesmo que coisa que aos olhos do propagado como “o destaque” seja coisa taxada como pequena, que está ao alcance de qualquer um fazer.

A Terra vista de Alpha Centauri, por exemplo, parece um grão de areia. Cada um de nós, então, não há sequer medida que conhecemos para comparar. Quem de lá nos enxerga, mesmo que um humano com as mesmas proporções de um humano médio, não consegue dar valor à qualquer coisa magnânima que possamos ter feito. Nada do que fazemos ou fizemos é percepitível lá por aquelas bandas. Todos nós, até mesmo o que se acha melhor do que todo o mundo, somos um nada sem importância para uma consciência que nos observar até mesmo de distância menor do que a que se encontra o sistema estelar mencionado.

E o nosso tempo? É brincadeira! Cada dia terrestre significa uma volta da Terra sobre si mesma. O que chamamos de cansativas 24 horas que gastamos trabalhando, estudando ou se ocupando com coisas medíocres, como por exemplo o futebol, não se poderia medir sequer nos desprezíveis nanosegundos que utilizamos para informar o quão rápido gira um processador de computador. Uma vida de longos anos de um velhinho passa para quem de lá nos vê com uma rapidez que parece que nem existimos.

O que é cada conquista humana perante isso? Cada orgulho e cada humilhação? Momentos de alegria e de dor? Comemoração por ter atingido o sucesso ou frustração por só se vir fracassado?

Nada. Exatamente nada. Com tanto dinheiro que se pode ter conseguido na vida, se a sua vida foi pelejar para acumular esse dinheiro ela não valeu de nada. Todo o tempo gasto contribuindo para o sucesso dos outros em vez do próprio idem. É melhor fazermos mais por nós mesmos nos mantendo iguais e fazendo um pelo outro o melhor possível para tornar esta existência coletiva que estamos nela válida para todos nós. O próprio planeta agradecerá por termos tomado essa iniciativa. O que chamamos de Deus idem.

Não perder tempo com coisas fúteis, com os nossos costumes torpes, com disputas, com atritos ou mesmo com celebrações sem nexo é crucial para se vir cumprindo, deverasmente, o objetivo da vida.

Já pensou se tivéssemos a chance de escolher virmos ou não a essa existência? Quantos de nós, de repente, preferiria sequer ter nascido? Pra que valorizar tanto a vida com base nos interesses que nos impregnaram na mente, se os mesmos diante a uma conscientização legítima do nosso papel e da nossa posição no Universo não passam de mero lapso de tempo mal aproveitado?

O que é religião para mim

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Na figura, a seta aponta para a Terra, vista de Saturno, fotografada pela Voyager. À esquerda vemos poeira cósmica formada pela quantidade de astros celestes, incluindo planetas, que existem nas bilhões de galáxias que o cosmos sustenta no espaço sideral.

Se nos colocarmos da Terra a olhar para frente, nossa atenção está nisso e tudo que aparece no quadro nos parece ser de dimensão – tamanho -parecida.

Se da Terra olhamos para o alto e vemos as estrelas, nos colocamos pequeninos por causa da distância, imaginando que alguém nos vê de lá e minúsculos ele nos vê. Mas, nós também vemos minúsculas as estrelas, logo, somos de dimensão parecida.

O grande ponto é a nossa observação. Em qualquer parte que formos, o que determinará as dimensões das coisas é a nossa observação.

Então, tamanho, espaço, tempo são tudo ilusão que a nossa mente cria para ela satisfazer sua necessidade de mensurar para obter razão.

O que existe é só a nossa mente. O que existe é individual. Por isso somos indivíduos.

E o que determina o que existe é a nossa observação. Por isso, somos deuses. Devíamos ser felizes sem depender de ninguém se é assim.

Não somos felizes porque um dia, para nos confinar e manterem poder sobre nós, alguém ou um grupo nos fez acreditar na ideia do coletivo, do viver em sociedade e depender uns dos outros.

Quando voltarmos às origens e voltarmos a ver a vida como um indivíduo que orquestra tudo o que vê à sua frente, voltaremos ao caminho certo. Que é seguir a viagem da vida apenas experimentando a própria, interagindo com as outras coisas pela simples impressão nos sentidos que possuímos.

E aí, sim, poderemos falar sobre religião todos em comum. Porque aí a palavra que significa religar ao Criador fará todo sentido.