As plantas das varandas de nossas casas

Era costume, naqueles tempos, que a gente tanto menciona por aqui, ter cobertas de plantas a varanda e algumas outras partes da casa, além do quintal.

Plantadas em vasos ou em chassis, suspensos nas pilastras por meio de correntes ou soltos no chão, a enfeitar ou a receber outra função, como a de harmonizar o ambiente, carregando-o com energia positiva, que traz bem-estar e qualidade de vida, avencas, samambaias, bigornas, trepadeiras e outras plantas participavam do ecossistema e do cotidiano dos lares.

De manhã bem cedo elas recebiam, geralmente da dona da casa, ao sol matinal, a regada da manhã. Às vezes, em dias de Sol muito claro e quente, o meio-dia também era hora de molhar as plantas. O horário vespertino é o que mais deixa saudade, por causa do cheiro característico, de poeira batida, e do vento leve e constante, dependendo da estação do ano, que trazia de onde vinha os nutrientes para os vegetais.

Essa cooperação toda deixava no ar o aroma de quando a água melhor, a da chuva, vem cumprir seu papel de alegrar as folhas ao subir  pelos caules os nutrientes que fazem a vegetação prosseguir.

No livro “Os meninos da Rua Albatroz”, esse cotidiano é narrado em vários capítulos. E leva o leitor a experimentar uma pitada dos bons tempos em que as casas tinham por todo lado terreiros, vasos e vegetais. E cuidar deles era uma atividade importante e prazerosa.