Conquistando e fazendo compras

Mais um texto tirado de um blog que tenho no Blogger.

Ele a viu logo que entrou no supermercado. O fato aconteceu enquanto ele pegava um carrinho para colocar suas compras. Não deu para saber se ela era casada, se tinha alguém, se gostava mesmo era de homens. Dos maduros ou dos mocinhos. O que importava para ele era obter essas respostas, por isso, meio que a parecer para ela encontros por coincidência, em todo corredor que ela passava ela se deparava com ele. Na imaginação dela eram ocasionais os encontros, mas ele fazia por onde acontecerem.

E usava ele uma técnica muito empregada em hipnose neurolinguística chamada espelhamento. Tudo que a moça tirava da prateleira e colocava em seu carrinho ele tirava também e punha no dele. Da mesma marca de produto, por sinal, e tal. Só poupava na quantidade do produto, para sugerir, caso ela estivesse mesmo o reparando, que se tratava de um homem que mora sozinho e que fazia a sua dispensa.

A técnica do espelhamento visa fazer com que uma pessoa sinta familiaridade com outra, ainda que não conheça esta. Isso causa o que, também em neurolinguística, é chamado de raporte. Que é o mesmo que empatia ou despertar de interesse. O mesmo que envolvimento.

Eis que à distância, a parecer deslocar-se naturalmente por entre os corredores e gondolas, ele viu o sinal amarelar-se e desacelerou-se. Ela entrou em uma seção onde só havia produtos exclusivamente femininos. Talvez ela estivesse sendo estratégica e querendo pegá-lo. Talvez, como era óbvio, ela quisesse apenas completar sua lista com os materiais que lhes eram próprios. Se ele também colocasse no carrinho que puxava um pacote de absorventes, ela, no mínimo, pensaria que ele comprava isso para a esposa.

Mas, para ele, as situações adversas soam como oportunidades para colocar o instinto criativo em ação e aparecer com alguma inovação. Quantos enferrujados homens de negócio gostariam de ter à sua disposição essa particularidade de alguém? E, como Henry Ford, ele pensava: “Obstáculos são o que a gente vê quando tira os olhos do foco”. E lá foi ele com o seu carrinho para perto dela.

ELA: Vai comprar um pacote para a sua namorada? Quer que eu te ajude a escolher?

ELE: Eu adoraria, mas, por não ter namorada terei que dispensar a ajuda. Sinto amargamente! [risos]

ELA: Desculpe eu ter te feito a pergunta, mas, é que a gente trombou por quase todos os corredores e parece que temos os mesmos gostos… [ela falou sorrateiramente]

ELE: Eu também notei isso. Para mim soa como um sinal. Então, tomei a precaução de já saber um pouco mais sobre os seus gostos quanto a produtos exclusivamente femininos. Quem sabe um dia você pode aparecer na minha casa e… não quero estar desprevenido. Vou querer ter em meu poder tudo o que você precisar. E exatamente do jeito que você acha melhor.

Sabe quando uma pessoa olha para outra e pensa “cara de pau”, “mas bem que me pareceu bem interessante o danado”? Foi o que passou na cabeça dela enquanto eles riam da cena ao mesmo tempo que tiravam pacotes da prateleira do supermercado. E durou algum tempo esse clima até que, já assumindo ele o encontro em vez de fazer parecer casualidade, juntos eles seguiram para o mesmo caixa, pagaram o que compraram e trocaram números de telefones para combinar de degustarem na casa dele, um dia após um programa antecedente que ocorresse em um local mais formal, as iscas de melusa que ele colocara em seu carrinho junto com uma boa garrafa de vinho, logo quando decidiu que iria tentar abordá-la.

Se você põe em prática um evento final para uma situação que pretende iniciar, mais chances ela terá de ocorrer, pois o fator principal já está consagrado: a confiança em si. Primeiro existe na mente para depois existir na realidade. Assim no céu, como na Terra.

Partindo

O capítulo 1 do livro “Contos de Verão: A casa da fantasia” começa com o protagonista Pedro, de carona com seu irmão, seguindo para o aeroporto de Confins, de onde partirá para Ilhéus para trabalhar na pousada Contos de Verão, por ter sido selecionado em um processo de recrutamento ocorrido em várias cidades do Brasil. De Belo Horizonte saem ele e a outra protagonista da história, Solange, a qual o rapaz conhece coincidentemente no caminho para o aeroporto, pois, a mesma estava encrencada no trânsito, a ponto de perder a viagem, devido ao fato de o táxi que a levava até seu destino ter estragado em um ponto do trajeto. Pedro a socorre sem saber de quem se trata, discutem dentro da caminhonete a coincidência e dali para frente eles fazem tudo em parceria até se virem sentados lado a lado na poltrona do avião.

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