
* Discorro na crônica opiniões próprias.
Estou aqui a imaginar como será o Brasil se porventura, é claro: burlagem das urnas, tendo o TSE, Globo, Datafolha formado uma conspiração que teria engando os eleitores do Lula esse tempo todo, o para mim farsante e despreparado Jair Bolsonaro for reeleito.
Num primeiro momento, imaginei a hipótese de nós contrários a isso permanecermos no país. Isto já sei como seria: não irá haver governo e nem qualquer benefício para o país ou para o povo, como foi nesse primeiro mandato desse para mim vigarista, devido à oposição que fizemos, a qual nos proporcionou impedir que os interesses dos grupos por trás desse para mim tirano farsante fossem por ele cumpridos, enquanto os cegos apoiadores dele achavam que era neles que o tirano e seus comparsas estavam pensando quando, através de facultadores de massas de manobra, os cooptaram.
Nós opositores, estou evitando usar o termo esquerdista, uma vez que temos plena consciência de que a oposição ao bolsonarismo não é formada só por esquerdistas, somos inteligentes, politizados, sabedores dos verdadeiros problemas do país e quando um político capenguinha está a usar seu mandato em nome de terceiros, por isso tivemos essa condição de frear esse governo vira-lata nesses quatro anos e facilmente o frearemos de novo.
Mas, o interessante mesmo é divagar na segunda hipótese: todos nós, opositores do regime político chamado bolsonarismo, sairmos do país por não querermos estar entre pessoas hipócritas que sabemos não ser saudável viver entre elas.
Vamos, de repente, em partes, para os lugares que nos mandaram esses quatro anos: um tanto pra Venezuela – para estes, de fato o Brasil virará a Venezuela –, outro tanto para Cuba, China, Rússia, Angola, Coréia do Norte. E por aí vai! De repente, até pra marte, pegando carona na nave do Elon Musk.
No Brasil, então estariam vivendo os bolsonaristas. Negros submetidos ao branco, “sem mimimi de racismo”, índios extintos, LGBTs para sempre no armário, drogados continuando a usar drogas, às escondidas ou não, mesmo sem liberação, somente artistas gospel usufruindo da Lei Rouanet. Nada de ateus ou seguidores de outras religiões; nada de cristãos não evangélicos.
Nada de direitos para empregada doméstica. O pobre tendo que se submeter ao presunçosamente rico. Recebendo dele o tanto que ele quiser pagar. Nada de famílias recebendo Bolsa Família, recebendo, sim, o substituto, Auxílio Brasil, de R$600,00.
Todos com porte de arma e licença para matar, embora tendo que matar seus iguais, pois, aqueles que teoricamente se atiraria neles vazaram. Mesmo o pessoal do agronegócio, cujo um benefício dado a ele em seu governo, Bozo disse no debate entre presidenciáveis na Globo que foi receber porte de arma, não terão em quem atirar, pois, o MST e os ambientalistas também terão vazado.
A Amazônia: toda desmatada; o nióbio, o grafeno, o ouro do Brasil e o pré-sal: nas mãos do governo brasileiro (e não dos Estados Unidos), como presumem que será com todas as riquezas hidrominerais e botânicas do país.
Sem pedagogia que proporciona o estudante pensar e causar problemas para o sistema capitalista escravizador. A escola sem partido, cristã emburrecedora à distância cheia de revisionismo nas matérias e provida pelo Cogna implantada.
Nada de estatais, todas as empresas e setores econômicos privatizados. Os Orleans de Bragança junto com as oligarquias rurais de todos os tempos mandando em todos e impondo o modelo de família a ser adotado e a moral e os bons costumes lhes convenientes.
Não esquecendo, é claro: implantado o estado-mínimo, que a maioria dos bolsonaristas ou dos eleitores do Bozo, por exigirem a abolição da pedagogia Paulo Freire do sistema de ensino do MEC, jamais soube do que se trata e nem tem capacidade intelectual para saber.
Continuará essa massa assim, sempre a seguir a boiada à espera de Jesus voltar, por lhe garantir essa volta um provável crápula ladrão e lavador de cérebro e dinheiro pastor evangélico, desses que há por aí sempre a induzir pessoas de seu rebanho a votar num facínora, o qual tudo o que menos quer na vida é que Jesus volte porque isto representa o fim de seu negócio. A corrupção será, cuspida e escarradamente, varrida para debaixo do tapete… das igrejas!
Lá onde estivermos, nós que não compomos essa massa sem capacidade intelectual mínima para perceber que é manipulada, com certeza estaremos vivendo melhor do que estaríamos se vivendo no meio da corja que irá ficar no comando da nação. Isto se pode deduzir de imediato.
O que não dá para deduzir é se de lá, observando os acontecimentos no Brasil, estaríamos felizes, nós desterrados, por constatar que os bolsominions se realizaram e vivem como o Deus deles manda, mas pelo menos livres de ter que terem suas crenças confrontadas, com a real apresentada e expostas ao ridículo.
Os egos destes, totalmente satisfeitos por terem se livrado de tudo que eles achavam que era o que os faziam estagnados na vida, na condição de simples rés de um gado, que eles continuarão a ser, o que é indubitável.
Ou se de nossas novas pátrias – ou novo planeta – estaríamos dando risadas por perceber que o rebanho que ficou estaria infeliz, tendo que manter a aparência de estar feliz por não ter a hombridade de dar o braço a torcer e admitir o tanto que estavam errados. Vivendo vida de escravo sem saber que vive assim. Alguns, corroendo-se por sentir a nossa falta.
Para mim, a segunda hipótese de constatação é que é o que eu veria de lá de onde eu estivesse. É claro que esse meu desejo, por mais que essa massa que vota em Jair Bolsonaro seja segregacionista, não se configurará.
Mas, não deixo de expor essa reflexão que fiz, uma vez que hipoteticamente, no mundo das ideias, tudo é possível porque na mente do indivíduo que é livre para opinar e para pensar, político imbecil nenhum manda. E nesse reino, o da imaginação, tudo pode ser antecipado, tamanha a lógica que se enxerga no que vai parar nele para ser analisado.
*Opinião do autor da crônica, que não tem vínculo com partido nenhum, apenas acha que nada justifica dar o comando do Brasil a Jair Bolsonaro, principalmente depois de a ele ter sido dado chance de presidi-lo e só se viu incompetência e descasos.