Dentro do corpo, cada um de nós é um ator

Escolhemos como ser. E o tempo todo estamos sendo. Os outros reagindo a nós nos mostra como estamos sendo. E a reação deles nos diz se vale ou não a pena permanecer no modo de ser.

Somos o que estamos pensando. Pensando, estamos emitindo irradiações que influenciarão o ambiente, influenciarão os outros ao redor. Isso pode ser bom ou ruim.

Se estamos sendo infelizes, vamos influenciar os outros em torno de nós a serem também infelizes. E isso só aumentará a infelicidade com que já nos encontrávamos. Com certeza o que queremos mesmo é nos livrar da infelicidade, mesmo que extravasando.

Se estamos irados, veremos a ira crescer em nosso entorno. Pode virar violência e voltar-se contra nós mesmos. E se formos conscientes, saberemos que a culpa é toda nossa e que os outros não tiveram culpa alguma sobre suas reações. A forma com que os outros nos tratam é o nosso carma e a forma com que reagimos é o deles.

Às vezes você se acha prestativo demais, cooperador demais e não há reconhecimento ou recíproca. Sai listando uma série de coisas que você faz no dia e que acha que ameniza a vida do outro que fica com as pernas para o ar enquanto você faz tudo.

Mas, é só parar e pensar: quantas dessas coisas somos obrigados a fazer? Vai ver nenhuma. É só deixar de fazer. Sempre reconhecem a importância de alguém quando este se ausenta. E deixar de cumprir com algo que outros se beneficiam do seu comprometimento é ausentar-se.

Quanto do seu dia você passa reclamando ou fazendo julgamentos? É um desperdício de tempo. O tempo não perdoa e voa, amor! E reclamar não traz energia boa, que se possa chamar de felicidade.

Fazer julgamentos, análise dos outros ou de relações é grande bobagem. Se o fizer, não externize, pense em silêncio. Não estimule outros a pensar sobre terceiros da forma que você pensa.

A opinião da gente procede da perspectiva da gente, logo, já não pode ser a mesma opinião se a quem a gente a emite não está em nosso lugar. É como uma pedra que devemos carregar e cuidar para não jogar nos outros, pois, pode machucar.

Ficar pelos cômodos falando alto o que se está remoendo na mente, com a expectativa de haver alguém ouvindo ou a pessoa a quem se dirige o pensamento só faz atrair o que estamos pedindo: infortúnio.

A mente da gente focada em remoeções e julgamentos punitivos só faz nos dar mais do mesmo, pois, o universo entende que é o que a gente quer. Bajular, ser bajulado, excesso de piedade, de melancolia, exibição de decepções consigo, frustrações com a vida, carências, solidão, excesso de altruísmo e de proselitismo.

Tudo isso são coisas que ao longo da vida atribuimos a nós e só nos faz colher sofrimentos porque aprendemos a gostar delas e a achar que elas nos destacam. Devemos nos perguntar se esse tempo todo não mantivemos voluntariamente essas coisas em nossa vida e hoje blasfemamos contra elas. Coisas que contribuem para o aumento da tristeza, o surgimento da depressão. E não melhora em nada a vida da gente.

A vida é o que sentimos. Se nos sentimos tristes, assim seremos até o sentimento mudar. E o sentimento pode ser mudado com a nossa vontade. É o maior processo de cura, diga-se de passagem. A medicina nos distrai enquanto o nosso próprio pensamento nos cura.

Desde que conciliemos o que desejamos com o que queremos, pois, parafraseando Neville Goddard: “Sempre que seu sentimento está em conflito com seu desejo, o sentimento será o vitorioso. Uma mudança de sentimento é uma mudança de destino. A vida não comete erros, e sempre dá ao homem aquilo que o homem se dá primeiro“.

Já tentou em momentos de muita tosse resistir e não tossir, agir como se nada tiver incomodando seus pulmões? Combinando essa prática com uma ida ao Sol, uma respiração profunda e um pouco de meditação e logo o faz-de-conta vira verdade. Estou sempre me saindo bem-sucedido nesse tipo de autocura.

Já viu quando estamos tão tristes, até mesmo chorando, e um fato engraçado acontece perto de nós, de surpresa, de forma que nem dá pra gente pensar no estado que estamos e nos pegamos a rir do fato? É a mesma transmutação de sentimento que acontece quando simplesmente você finge estar alegre e começa a sorrir bem aberto para expulsar de seu Eu a tristeza.

Cada um deve ser si mesmo, os outros corpos já estão ocupados. E só faz sentido ser se for para si mesmo. Deixar os outros para lá com a essência deles. Até mesmo ao apoiar o outro, ao fazer pelo outro, faça pensando em si mesmo, como a estar fazendo para si próprio o que beneficia outro.

Se não houver retribuição, reconhecimento, elogio, nenhuma decepção haverá, pois, se se faz pra si mesmo é você o encarregado de se retribuir, de se elogiar, de se dar o prazer de fazer o bem sem olhar a quem e sem deixar que a mão direita saiba o que faz a esquerda.

Pra finalizar: “Almeje o melhor, prepare-se para o pior e viva o que vier; Só existe decepção quando o pior não é expectativa“.

Por que você se mantém vivo?

 

Dando seguimento ao retrô no site, republico uma postagem do próprio que tem muito a deixar à reflexão. Confira!

 

via Por que você se mantém vivo?

Sendo dono do próprio destino

Como as pessoas te tratam é o karma delas; como você reage é o seu
(Trulshik Rinpoche)

O provérbio tibetano atribuído ao dalai lama Kyabje Trulshik Rinpoche nos ajuda a lidar com a lei da ação e reação. O bater de asas de uma borboleta na América do Sul pode provocar um terremoto no Japão. Logo, a borboleta tem que meticular seus movimentos, pois, ela pode determinar o destino de muita gente de olho puxado lá no Oriente.

Da mesma forma, os seres humanos devem procurar meticular suas ações uns para com os outros, pois, uma pessoa pode causar uma mudança moral à outra. E a mudança ocasionada pode fazer toda diferença na vida de alguém.

Mais do que agir, passamos a vida a reagir. Reagimos ao meio material ao mesmo tempo que interagimos com ele. E entre as coisas com o que interagimos estão as outras pessoas. Reagimos às ações delas e elas às nossas. Reagimos, inclusive, às nossas próprias ações.

E cada vez que nos pegamos agindo estamos modificando as coisas. E ao reagir estamos sendo modificados ou travando batalhas para impedirmos de sê-lo. Quando agimos recebemos o carma de causador de transformações no mundo e quando reagimos nos sujeitamos às causalidades, no caso da frase: morais.

Eis que as vezes podemos notar que as ações dos outros em nossa direção não são boas. Devemos, então, ter mais controle sobre nossas reações, pois, nessas vezes a reação que tivermos tem que ter o objetivo de afastar o carma de quem nos tenta afetar. Essa tarefa, então, se torna o nosso carma.

Você sabe por que você vive?

Olá! A partir desta postagem inicio aqui um projeto que testei o interesse da audiência em outro blog e migro para cá. Trata-se de publicações que utilizam frases de impacto próprias, de outros autores, de sabedoria popular ou de desconhecidos para se discorrer em reflexões motivacionais. No local original foram publicadas cerca de dez frases, todas elas serão republicadas aqui. Esgotada a migração, o projeto seguirá com novas publicações. Espero que aprecie e não tenha receio de reagir à postagem ou compartilhá-la com alguém que possa estar precisando do tipo de reflexões lançadas nelas.

“Quem tem uma razão para viver encontra como”
(Friedrich Nietzche)

Nietzche foi um filósofo bastante perturbador. Sua filosofia colocava em xeque as escoras das sociedades, tanto de seu tempo como as de hoje em dia. Entretanto, quando ele chamava atenção para alguma observação sua, valia muito a pena conhecê-la a fundo. E a frase acima é prova disso. A frase correta é “Quem tem uma razão de viver faz qualquer coisa para superar as dificuldades“.

A maioria das pessoas não sabe porque acorda todas as manhãs. Suas vidas, vividas no piloto automático, não fazem nenhum sentido. Para elas: nascemos, recebemos os cuidados de nossos pais, desmamamos, somos batizados em alguma religião, educados para formar em alguma profissão. Ingressar nela e exercer obedientemente o ofício com o propósito de constituir patrimônio e independência financeira, casar e construir família, educando os filhos para seguir a mesma trajetória.

Quando algum dos que seguem esse ritual sente que esse modelo traçado para ele não está funcionando de modo a lhe fazer se sentir realizado e feliz, o tédio bate, o stress se torna insuportável e acontece de a vida ser ameaçada pela profunda depressão que gera uma ainda mais profunda tristeza. Angústias que aparecem e quem as sente não sabe o que fazer para se libertar delas, para continuar vivendo. Às vezes falta dinheiro; às vezes trabalho. Às vezes, amigos. Por simplesmente não se encontrar meios de fazê-los ou de estar com eles. Às vezes uma companhia para dissipar a solidão e a falta de carícias e de sexo.

Nessa condição, o melhor a fazer é procurar uma razão para viver por ela. Dedicar cada hora do dia em função dela. Se vir atravessando qualquer insatisfação ou dificuldade em nome dela. Imaginando serem os malogros passos necessários para tornar possível a vida em função dessa razão.

Podemos supor, pode-se até não admitir, mas, a maneira como vivemos expressa a razão de vivermos, ainda que inconscientemente. Muitas pessoas desenvolvem predileção por masoquismo ou por ser maquiavélico, ou pior: por prostrar-se na mendincância ou na dependência de álcool ou de drogas.

Mas, o fato é que em algum momento elas programaram para se tornarem no que se tornaram, viver da forma que vivem. Determinaram uma razão para viver que exige que elas sejam como elas são e leva até elas tudo que elas precisam para continuar sendo como são.

Isso mostra como é forte e otimista essa observação do filósofo alemão. Qualquer que seja a situação que nos encontremos nela, basta encontrarmos uma razão sublime o bastante para nos tirar dela caso estivermos insatisfeitos. O culto à uma razão de viver faz com que encontremos maneiras para viver.