Cruzeirense: Não é hora de viver cheio de vaidade!

Campanha do supermercado BH pro Cruzeiro

Depois de nítida gestão de torcedor, a fim de fazê-lo aguardar até a última rodada do Brasileirão 2019 para se vir comemorando ou lamentando participações em torneios em 2020, permanências na Série A ou partidas para a B, o brasileiro médio – que acompanha e acredita em futebol-esporte – teve sua escravizada mente libertada pela Indústria da competição e pôde voltar à realidade para praticar o esperado com desespero pelo Governo Bolsonaro consumo de fim-de-ano.

O rebaixamento do Cruzeiro (as palavras machucam, não é mesmo?) foi o fato mais comentado. E no esticar da conversa, fez rolar o boato, dado inclusive em emissora de rádio corporativa, que a cabeça do presidente deliberativo do Cruzeiro, o deputado estadual Wagner Pires, corria perigo de degola por torcedores revoltados.

Porém, podem chamar o Wagner Pires de tudo, menos de mal administrador. É só você compreender o modo cético de pensar dos militantes do Movimento Cético com respeito ao futebol que você compreende a razão dessa hipótese. É claro: corre-se o risco de deixar de lado para sempre o futebol!

Dessa forma, o patrocínio do clube, o Supermercado BH, uma empresa local, se safa de ter a marca visualizada nas costas dos jogadores nos jogos da Segunda Divisão apenas pelos torcedores que estarão muito longe para comprar do comércio.

O Cruzeiro está na pindaíba. Fez mal negócio ao arrendar o Mineirão e não acaba de pagar nunca a dívida que dizem que deveria ser do Aécio Neves. Teria comprado em vão títulos brasileiros para ver se com o ego massageado sua torcida correspondia à do rival em matéria de retorno financeiro com presença nos estádios, compras de produtos vinculados à imagem do clube e audiência para a imprensa esportiva. Teria feito trapaças nas vendas de jogadores. Deu calotes e mais calotes. E a conta chegou.

Agora, jogar a Série B – embora o time queira chamar de A2, que é o nome dado à série B feminina – foi cartada de mestre. Se o Cruzeiro tivesse escapado da degola ficaria na última posição no Brasileirão. Jogaria a Série A ano que vem premeditadamente limitado, contando com o que tivesse na Base e sem poder fazer muita gracinha com contratações que deixariam o time mais competitivo. Nessas condições, se não caísse agora, caíria então. E comemoraria o centenário na Série B.

Não ganharia dinheiro com o Brasileirão, pois, somente os 16 primeiros colocados na tabela de classificação é que ganha da televisão uma quantia em prêmio. E o que arrecadasse com o Estadual e com a Copa do Brasil não resolveria sequer os salários atrasados. A Copa do Brasil é milionária, mas, o Cruzeiro jogará a partir da primeira fase e sem muita expectativa de avançar até as que pagam prêmios melhores.

Jogando a Série B, é bem alta a chance de o Cruzeiro sagrar-se campeão. O campeão da Série B 2019, o Bragantino, faturou 6 milhões de reais pela primeira colocação na tabela. São seis milhões a mais do que ganharam os que cairam pra Segunda Divisão em 2019.

E ainda pode faturar com venda de mando de campo. Cuiabá, Brasília, Manaus tiveram construídos estadios para a Copa 2014 que ficaram sem ver jogos por falta de times de expressão nas localidades. Costumam pagar bem para ter embates interessantes em seus gramados. Um clássico como Cruzeiro e América MG pode ser um candidato a leilão.

Assim como todos os principais times de todos os estados, o Cruzeiro tem torcedor em todo o país. É, com isso, garantido também lotação e ganho com participação nas bilheterias. Depender só da boa vontade do torcedor cruzeirense ir ao campo, o próprio time sabe que é correr risco demais. Haja vista as lacunas que se viu nas arquibancadas do Mineirão no jogo do domingo último, 8 de dezembro de 2019.

Portanto, a teoria que diz que a pancadaria no Mineirão no último duelo de 2019 entre Cruzeiro e Atlético e mais a do jogo com o Palmeiras aconteceram para criar álibi para reforçar essa possível investida da diretoria do Cruzeiro não é nem um pouco conspiratória, é gestão de torcedor mesmo.

Torcedor tem que receber um motivo pra ele aceitar seu time ir mandar seus jogos em outras bandas. Mesmo que seja armado esse motivo por meio de engenharia social. Com imaginável ajuda da imprensa e até da Polícia Militar para funcionar.

E ademais, se antecipadamente a imprensa já dizia que a Polícia Militar mineira preocupava-se com a possibilidade de violência dentro do estádio devido à revolta de torcedores, por que tanta gente conseguiu entrar com bombas e outros materiais para fazer arruaça? É óbvio que era gente paga pra atuar e principalmente de frente para as câmeras, como se tudo fosse espontâneo.

Enquanto o Capitalismo tiver que manter as pessoas iludidas para que elas consumam e a roda do sistema gire, a alienação de pessoas continuará a existir.

Como ocorre a indução de comportamento do torcedor no Futebol

Desde que o russo Ivan Pavlov inaugurou o condicionamento clássico – ou psicologia da aprendizagem, comportamentalismo e também behaviorismo – os pavlovianos estão no poder. E todas as atitudes que a humanidade toma passou a serem geridas por meio de indução de comportamento. Os behavioristas é que nos fazem eleger quem elegemos, comprar o que compramos, julgar como julgamos, gostar do que gostamos, atentar ao que atentamos, propagar o que propagamos, dentre outros atributos da personalidade humana.

Conforme a Wikipédia:

O condicionamento clássico (ou condicionamento pavloviano respondente) é um processo que descreve a gênese e a modificação de alguns comportamentos com base nos efeitos do binômio estímulo-resposta sobre o sistema nervoso central dos seres vivos.”

Em outras palavras, é estar condicionado a ter um comportamento de acordo com o estímulo recebido. Por exemplo: Se um animal por diversas vezes – até estar condicionado – leva choque elétrico na pata toda vez que ouve um apito e isso o faz ter certa reação, é bem provável que ele terá – até se dar conta de que o choque não mais ocorre – essa mesma reação ao ouvir o apito mesmo não ocorrendo o choque.

E uma das camadas da sociedade onde é mais visível a aplicação do comportamentalismo em um público-alvo é o Futebol. O Futebol não passa de um entretenimento comercial. O esporte é só o produto que é vendido nesse artigo do comércio internacional.

Redbullfla

Há bastante tempo temos duvidado das atuações dentro de campo. Tanto de atletas quanto de árbitros e técnicos. Pelo menos as partidas-pontes, aquelas cujo resultado influenciou a trajetória de certas equipes no campeonato, o que assistimos pela TV, ouvimos pelo rádio ou presenciamos de dentro do estádio parece-nos claramente terem seguido scripts determinados previamente para atender certa demanda.

O fato de o Flamengo do RJ estar a enfrentar crise financeira violenta, embora encripada pelos gestores do segmento a verdade, e ainda passar por uma tragédia no início deste ano de 2019, e ter ganhado o Campeonato Brasileiro e a Taça Libertadores do ano por si só já denota haver essa conspiração pavloviana no setor cultural.

Vem mais grana para o clube de futebol oriundo do Mundial que irá disputar. Não seria nenhum absurdo se atualmente houvesse algum papa-tudo europeu sendo ovacionado na mídia – o que não há e é proposital isso – e o time do Rio faturasse o torneio mesmo sendo infinitamente inferior ao papa-tudo. A ala internacional da confraria foi convocada para a operação de salvamento.

Bem, colocamos uma pulga atrás da orelha do torcedor para ele coçar, mas, será que podemos demonstrar que essa opinião deveria ganhar algum crédito mesmo que de um vascaíno que ligou o “foda-se” e que está disposto a acreditar em qualquer coisa que ataque o Flamengo? Lembrando que o que vale para o rival vale para o time dele também. E será que a demonstração que dermos conectará ao assunto que gerou este discorrimento? Ou seja: a gestão que o Futebol sofre seria totalmente pavloviana?

Primeiramente, vamos verificar como o Futebol funciona. Vamos nos ater somente ao Brasileirão Série A.

O Brasileirão é composto de vinte clubes. E de trinta e oito rodadas de jogos, que levam cerca de oito meses para serem jogadas. Essas rodadas poderiam ser concluídas em menos tempo, porém, principalmente por causa da imprensa esportiva, que explora o assunto “futebol” o ano inteiro para fazer seu faturamento, são levadas a durarem mais.

Os concorrentes originam de pelo menos seis estados todo ano. Envolve o cotidiano dos CTs e das confederações; deslocamentos pelo país de delegações de clubes, imprensa, comissão organizadora e de arbitragem; hospedagens; todo o gasto das partidas, dos estádios, dos desportistas e da comissão técnica.

Os clubes têm como fonte de renda original seus sócios e sua torcida. Esta, além de ingressos compra materiais diversos contendo a marca do time para o qual torce. Fazem dinheiro também com a venda de jogadores. Porém, para que isso seja viável é necessário que nomes de jogadores sejam produzidos. E evidentemente a forma disso se suceder é com os jogos ganhando visibilidade e atenções.

Essa visibilidade é dada pela Mídia, sendo a imprensa esportiva o braço principal. De uns anos para cá os clubes faturam também concedendo direitos de transmissão de suas partidas. Somente a TV paga por esse direito.

É negócio para a mídia esportiva perfazer a visibilidade das partidas, pois, é oportunidade para veicular marcas. Assim, os donos das marcas veiculadas arcam com os custos que a Mídia tem e ainda dão lucro para os veículos dela. Os patrocinadores também expõem suas marcas nos estádios, nas vestimentas das delegações e em vários produtos vinculados aos clubes.

Agentes da imprensa própria também faturam fazendo famosos nomes de jogadores, mesmo que sejam eles grandes pernas de pau. O mercado paga pela fama, o torcedor compra gato por lebre, sem questionar, tudo que o mercado futebolístico vende.

Como se pode ver, o dinheiro movimentado é gordo. Porém, só vale a pena o investimento para um patrocinador se sua marca for visualizada e receber adesão de quem a visualiza, que se torna um potencial consumidor. Para isso, é necessário gerir o torcedor. É necessário mantê-lo focado no certame, bem atencioso aos fatos que ele é levado a se interessar. Neste ponto já começamos a falar sobre a aplicação do behaviorismo no Futebol.

Antigamente era mais generosa a tarefa de prender o interesse do público, pois, o que lhe atraía no futebol era o esporte. Era a beleza dos dribles, dos gols, das ações coletivas dentro do campo, das defesas que os goleiros faziam. As conquistas não eram o ponto determinante. Não se esperava de ter cativa a atenção do torcedor só nas partidas decisivas ou nas finais de campeonato.

Hoje, além da rivalidade entre torcedores – que a imprensa esportiva valoriza por obter mais feedback de suas ações, mas, que é o podre do segmento e que o torna desinteressante -, o interesse do torcedor dentro dos campeonatos é saber quem ficará com o título, quem classifica para certo torneio vinculado, quem cairá para a divisão inferior.

A mídia até que consegue embutir no público consumidor do Futebol algumas bobagens. E arranca dele certas reações valiosas. Estas vêm dos bastidores dos clubes, federações e até da vida privada dos envolvidos no esporte. As futilidades envolvendo atletas são o que mais sequestra atenções e comportamentos do apreciador do setor cultural.

Entretanto, reta final de campeonato e o Brasileirão já tem resolvido mais da metade do que prende a atenção do seu cliente. Já se sabe o campeão, o Flamengo; uma das vagas para a disputa da Libertadores do ano que vem pelo Brasileirão, que é do Santos; as outras quatro vagas, tirando o Atlético PR, que vai ao torneio por ter sido campeão da Copa do Brasil, já se sabe quem serão os donos, necessitando apenas conhecer a ordem que eles ocuparão no Brasileirão, que decide quem irá direto para a Fase de Grupos.

A classificação para a Sulamericana ainda tomará alguma atenção do espectador. E a queda para a Segunda Divisão do Brasileiro é no momento desta postagem o que mais retém a preocupação do público em se prender à TV ou ao rádio ou de ocupar as arquibancadas dos estádios. E é aí que os pavlovianos empregam toda a sua habilidade de gestão da opinião pública para somar receita para todos os que faturam nessa modalidade de entretenimento.

Dê uma olhada na tabela de classificação do Brasileirão Série A depois da rodada do dia 27 de novembro de 2019.

GestaoDoFutebol

No momento desse print, a Chapecoense foi rebaixada ao perder para o Botafogo do RJ. O Botafogo aspirava ida à Sulamericana, mas, também poderia ser rebaixado. Em suas partidas finais haverá confronto com times que a gestão do campeonato deseje que dispute a Sulamericana. Provavelmente o Botafogo terá que ceder empate ou derrota para esses ou um desses times, em troca do favorecimento provavelmente cadenciado que obteve ao vencer fora de casa o time catarinense na rodada em questão.

O Internacional de Porto Alegre ainda não carimbou seu passaporte para a Libertadores. Cedeu derrota em casa para o Goiás. Os goianos deverão ter que fazer o mesmo, talvez em casa, nos últimos jogos dele e o Internacional deverá ser favorecido no mesmo período, sendo que ganhar em casa sua última participação será coisa certa. Esta será contra o Atlético Mineiro.

Se o Atlético Mineiro tivesse ganhado do Bahia – que na classificação de então aspirava participar da Libertadores -, com o clube baiano cedendo a derrota, podendo ser compensado em algum dos jogos restantes, o Galo se safaria de vez de ir parar novamente na Segunda Divisão, ainda por cima sendo superado, entre outros, pelo rival Cruzeiro.

Porém, se minasse a possibilidade de o clube cair, deixariam de arrancar reações do atleticano, que se aliviaria e tiraria férias de vez do campeonato, perdendo assim as bilheterias dos estádios onde o Galo ainda jogará e idem a audiência das transmissões de televisão e rádio. À essa altura o atleticano já não consome mais produtos, o que não é o seu trivial. O empate em Salvador teve o objetivo de manter assídua a atenção não só do atleticano, como também do cruzeirense.

Já o Cruzeiro então jogaria no dia seguinte. Qualquer resultado que o time alcançasse não abalaria a gestão de torcedores. Se ganhar em casa do CSA, sairia do Z4, mas, na rodada seguinte jogando fora de casa poderia perder a partida e vencendo a sua em casa o Ceará a ordem novamente estaria revertida e tudo estaria consertado, mantendo acesas as expectativas dos atleticanos de ver o clube cair e o medo dos cruzeirenses de que isso ocorra e com isso os fazendo cativos à TV, ao rádio e às bilheterias até o final do torneio. Caso perca o jogo o Cruzeiro, em seu jogo seguinte ocorreria o inverso. Ceará e Fortaleza, dois rivais cearenses, vivem situação um pouco parecida e que também contribui com a gestão por meio de sadismo de uns e medo de outros.

Veja a tabela de classificação do torneio até o momento desta postagem:

TabelaSerieA28nov2019_20h42m

Se você acompanhou esta postagem até aqui, eis que irá ter premiada sua perseverança. Um grande segredo sobre as transmissões esportivas irá ser lhe revelado.

Verifique dentre os resultados de partidas em andamento na segunda imagem o jogo em que o Flamengo enfrentava em casa o Ceará. Eram 48′ do Primeiro Tempo e o Ceará vencia o campeão. A partida foi para o intervalo desta forma. E terminou com o placar de 4 x 1 para o Flamengo.

O Ceará lutava para não cair. Até o momento do print da imagem 2 e por toda quarta-feira o time se manteve um ponto à frente do Cruzeiro e fora do Z4. Com toda certeza, pelo rádio e pela TV esse jogo foi acompanhado por torcedores dos dois clubes que se enfrentavam, pelos torcedores do Fortaleza, do Cruzeiro e do Atlético. Todos esses tinham interesses diversos no resultado.

Enquanto o Vozão ganhava, a partir dos 26 minutos, o estado psicológico de seu torcedor se encontrava eufórico, entusiasmado, esperançoso. A TV, e o rádio ao seu modo, o enchiam de publicidade na tela e de merchandising na voz do narrador esportivo voltadas para o respectivo estado. No mesmo estado emocional e sofrendo os mesmos efeitos se encontrava o atleticano.

O torcedor do Fortaleza e o cruzeirense se encontravam apreensivos, temerosos, em estado emocional até mais propício para o embutimento de mensagens na psique, que arrancam comportamentos previamente conhecidos pelos pavlovianos. Ia parar também nessas mentes mensagens propícias a arrebatamentos distintos.

Depois veio o alívio gradativo. Primeiro o empate do Fla, a virada e a ampliação de tentos. Cada vez mais uma turma de torcedores se aborrecia, frustrava-se, enchia-se de medo; e a outra regozijava-se e se esbaldava de satisfação, otimismo e euforia, junto com a torcida do Flamengo, cujas atenções também eram usadas para assimilação de mensagens.

Como zumbis, todos os envolvidos foram programados ao final da partida a ter certos comportamentos. Estabeleceram ou fortaleceram crenças e obediências. Comprariam no dia seguinte produtos incutidos em suas mentes. Defenderiam algumas ideias e combateriam outras. Viraram ou se mantiveram servos dos pavlovianos que mandam no mundo e que utilizam a Mídia como seu principal cavaleiro. O capitalismo agradece fortemente.

Eis o grande motivo de as partidas serem geridas. Aplique isso a qualquer jogo que tenha visto e achado estranho times sofrerem apagões ou jogarem com eficiência inusitados; ou facilitarem tomar gols ou perderem gols feitos; ter havido expulsões, substituições de atletas e marcações de pênaltis esquisitos; agora tem também as suspeitas participações do árbitro de vídeo.

Tipo de gestão pública que o habitante do sistema comunista estaria livre de sofrer. “Como assim? Na China também tem futebol e televisão”, você poderia me dizer. Mas, é aí que se vê que em lugar no mundo até hoje não se viveu o Comunismo. Se autointitular uma nação comunista não é o mesmo que ser de fato. O Comunismo não aceita manutenção de futilidades, por isso não pode a sociedade comunista sofrer gestão behaviorista. Ainda mais com foco no Futebol, que é apenas “a coisa mais importante dentre as coisas sem importância“.

Saiba mais sobre behaviorismo e manipulação do futebol lendo o livro “Os meninos da Rua Albatroz“. Cadastre-se no site da editora e compre um exemplar!

Flamengo: Campeão de quê mesmo, Globo?

maisarmadoimpossivel

23/11/2019, 17h, Lima, Peru, Final da Libertadores 2019. Seria no Chile o encontro futebolístico, mas, ao que parece o Brasil não tem cacife para mandar no povo chileno. Seria necessário esse feito, que agora abrange também o argentino. Grande Salvador Allende e Pablo Neruda, responsáveis por deixar aquele povo com uma consciência política invejável!

Do jeito que contratam à Globo um documentário, um especial de TV, um musical pra ser passado em determinado horário, contratam uma partida de futebol. A partida vai ter determinado aspecto, vai passar por diversas impressões de resultado final durante os 90 que hoje são 100 minutos de duração e vai ter exatamente o resultado combinado. O cliente do contratador, que é o público da Globo, vai obedecer à ordem de se expor ao produto e irá prender sua atenção pelo tempo que o contratador achar ser necessário para que seu objetivo se cumpra.

A partida do Flamengo contra o River Plate pela Taça Libertadores, apesar que o público, sem qualquer argumento válido, considerando apenas sua crença e devoção ao Sistema, baterá a perna pra dizer que não, mas, foi a Globo que escolheu dia, horário e lugar para jogarem os dois times. E sem jogar pra perder: por mais que durante a maior parte do tempo do jogo ter parecido que os argentinos faturariam o título, os gols rubonegros saíram conforme o timing previamente imaginado nos bastidores.

Faria gol o jogador trabalhado para virar dinheiro grosso para o Flamengo se virar com a sua crise financeira e dívida com os cofres públicos encripados. Gols seriam perdidos propositalmente enquanto não desse o timing de marcar; o juíz interferiria anulando ou compensando gols caso saíssem por acidente; até que o script que atenderia prontamente os crédulos torcedores adversários e favoráveis ao Flamengo se desfechasse.

O trivial do futebol indústrial aconteceu como não poderia deixar de ser. Contra armação não tem vez nem força mística para tentar fazer minar o objetivo. Mexem com o credo popular e sabe-se lá qual foi o objetivo do contratador da farsa.

Obviamente eu não me dignei a obedecer o comando dessa cúpula e não assisti o jogo. Não por resistência, mas, naturalmente, não era mesmo do meu interesse. Me movi a escrever esse texto devido à euforia ou à indignação com que pessoas se mostraram pelos locais onde estive. Precisei pesquisar pelo assunto no Google, escolher o veículo de notícia menos prestigiado para eu clicar o link e buscar informações a respeito da partida, a fim de tecer este texto. Ver como foram os gols não foi necessário, por essa razão o Youtube ficou de fora da minha busca. Aliás, eu nem ia ter estômago pra isso!

Eu soube também que propositalmente tiraram o VAR da partida. É claro que não é o fato de pegar lances não focados que pudessem anular gols ou anotar penalidades máximas o motivo, pois, o tal do VAR está no futebol – diga-se de passagem, é outro desmotivador do interesse pelo esporte enquanto entretenimento – sob gestão dos administradores dos campeonatos e das partidas.

Às vezes uma falta de um atacante em cima de um zagueiro durante um ataque fulminante de seu time, ocorrida em região do campo bem imperceptível quando há um foco exclusivo – onde está a bola por exemplo – acontece simplesmente para anular um gol que não é para acontecer. Tanto o zagueiro quanto o atacante cumprem o seu papel. E só o apito do VAR pode convencer os presentes no estádio e os telespectadores que a anulação do gol é devida. Dessa forma fica parecendo real a partida. E necessária a mentira e besteira do VAR.

Mas, a razão de tirar o VAR dessa partida é exatamente porque acostumaram o público com essa alternativa de moralizar os embates, logo, a gestão de torcedor correria risco se o afetado pela iniciativa idiota inserida no futebol cobrasse a atuação do apito eletrônico.

E, caso o VAR estivesse presente e não fosse chamado em momento algum do embate ou caso nas vezes em que fosse chamado se percebesse não ter havido efetividade em ele ser chamado, desconfianças para cima da integridade dessa e das demais partidas de futebol de qualquer campeonato caíriam inexoravelmente.

O certo é que a TV Globo ficou por muito mais tempo após o jogo explorando a audiência com suas inúteis imagens e comentários ufanistas e alienadores também inúteis. Isso se pôde ver mesmo não dando atenção para a emissora. Estendeu por toda a programação do dia, deve explorar por todo o domingo e arrastará semanas com isso. Nada melhor para, por exemplo, cegar o brasileiro e garantir que o Governo consiga consolidar tudo o que planeja. Vai saber se não é o governo o contratador do engodo. E este o plano.

E então um monte de gente abobada começou a se desentender sem que houvesse rincha pessoal entre elas. Uns ficavam indignados por pouca coisa: ver triunfar mais uma vez o time de futebol rival do que eles torcem; outros porque viram o time que torcem erguer uma taça e levantar uma grana que eles próprios não têm direito nem mesmo de ajudar a decidir como os que encherão os bolsos às custas deles gastarão o dinheiro. Futebol só enche os bolsos e barrigas desse pessoal.

A vida é curta e não vale a pena perder qualquer tempo com futebol, nem mesmo torcendo ou dando atenção. Aliás: com esporte algum. Praticar é outro papo. Afinal, os clubes são quase eternos e vão ficar para continuar enganando aqueles que dão atenção e sustentam o negócio deles durante muito tempo. Enquanto a gente, pobres mortais, partiremos a qualquer momento.

Já pensou se de uma hora pra outra você cai morto e com tanta coisa que você poderia ter feito pra deixar história você não fez nada porque ficou por conta de acompanhar futebol? Que desperdício de existência seria. A partir dessa leitura, pense bem no que você está fazendo com a sua vida, pois, você não tem muito tempo para fazer o que realmente gosta ou para construir uma história e ser lembrado por ela. Ser lembrado é a única forma de nos tornarmos senão eternos tão duradouros quanto os clubes.

E mais: o torcedor ajuda a pagar as contas do clube que torce; já o clube não paga a conta de torcedor nenhum. Os pseudo-torcedores que recebem bola pra aparecer torcendo dentro de estádios, prestar serviços espúrios para os times, para a imprensa ou para as confederações esportivas não são torcedores, são operários assalariados. Aqueles tipos que iniciam confusões nas arquibancadas quando a conspiração precisa de motivo pra interditar estádios e fazer o dono do pedaço ir jogar num campo construído pra Copa do Mundo com o dinheiro do povo e que depois da copa não vê jogo, por exemplo. Tirando os massa de manobra, que trabalham sem saber e de graça, é claro!

Tudo isso é a minha humilde opinião! E exposição do meu ceticismo idem!

Por que o Flamengo está na final da Libertadores 2019?

O futebol é a coisa mais importante dentre as coisas menos importantes das nossas vidas” (Arrigo Sachi)

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Eu já acho que o futebol é a coisa mais importante dentre as coisas sem importância. Mas, não podemos negar que quando a política precisa dele, ele passa para o status de supra sumo.

O advento da Copa do Mundo 2014 e da Olimpiádas 2016 quebraram o Brasil junto com a política socialista petista, que encheu o sistema público de servidores e o privado de contas geradas por benefícios sociais para pagar.

Depois dos dois eventos esportivos de grande porte ficaram estádios para senão lotar pelo menos receber jogos – estão tendo que completar com shows de artistas internacionais -, hotéis para receber hóspedes e restaurantes para servir pratos para alguém em visita à cidades que às vezes não têm nada para ser visitado pelo turista comum, que é o massivo.

Então, o futebol passou a ser gerido de um jeito que nem tá tendo graça acompanhar. As próprias partidas acontecem com total controle dos controladores. E é notável isso. Não é preciso ser tão sensitivo como eu!

Quando ao ver uma dessas partidas de futebol nos deparamos com gols incompreensivelmente perdidos, expulsões estranhas, pênaltis causados de maneira mais do que infantil por atletas que só vivem de treinar sua posição e sua movimentação dentro da área pode saber: é fruto de gestão. E agora tem também o VAR, árbitro de vídeo, que não passa de mecanismo pra ajudar nos artifícios dos gestores.

Quando um pênalti é cometido fora do alcance das atenções dentro do estádio e das câmeras de vídeo colocadas em pontos de visão mais coerentes, aí é que me deixa mais desinteressado de acompanhar o Esporte. É coisa armada com zagueiros e atacantes para acontecer caso o gol não saia naturalmente em um jogo em que o resultado é pra ter gol do time que vai cobrar a penalidade, de repente, gol de quem for o cobrador ou a vitória ou o empate do clube favorecido com a penalidade.

E quando os técnicos enfraquecem seu time para favorecer o adversário que tá combinado de ganhar ou empatar o jogo? Tiram o melhor em campo e põem uma água; fazem substituições descabidas. Pior é quando no decorrer da semana, jogo importantíssimo pra ser jogado, inventam que o craque ou os craques do time se contundiram ou foram convocados pra jogar amistoso pela seleção de seu país, às vezes sub 20?

Só quem quer ser enganado é que acredita que tudo isso sai espontâneamente, sem ajuda dos gestores de resultados. É um tal de fulano de tal perder uma partida para um time que precisa ganhar para ajustar a tabela. Vai o entregador ter mais pra frente sua compensação em cima de outro time. Um tal de deixar se vencer em um campeonato pra ser o vencedor noutro. Tenham dó!

É nítido isso se acompanharmos os últimos resultados dos clubes de Minas no Brasileirão. Nem Atlético e nem Cruzeiro cobiçam qualquer coisa nesse fim de temporada, parece que a gestão faz o número da ameaça de o Cruzeiro cair pra Segunda Divisão para com isso atleticanos e cruzeirenses reagirem à mídia dando atenção pro certame.

Precisam de audiência para os veículos de imprensa e de transmissão esportiva pelo menos para salvar a grana do patrocinador. E cuidar da imagem dos atletas que as presidências e os lobistas estão interessados em mandar para o exterior, que compra tudo quanto é lixo que no futebol brasileiro aparece. Haja vista Neymar, Vinicius Jr…

O Atlético Mineiro perdeu em casa para os reservas do Ínter de Porto Alegre não só porque seu elenco é medíocre. Isso é o que querem que o torcedor replique. Mas porque o time gaúcho tava combinado de perder a Copa do Brasil para o xará paranaense do Galo e chegar à Libertadores pela porta do Brasileirão.

O Grêmio socou uma goleada no Galo, também no Independência, porque sabiam que ele precisaria estar na porta do G4, pois, seria pelo Brasileiro que a gauchada chegará à Libertadores 2020, já que a semi-final da liberta 2019 no Maracanã estaria vendida para os cariocas e só virou 5 a 0 o jogo de volta para que o torcedor gaúcho perdoasse seu time convencido de que o Flamengo é mesmo “o cara” da temporada. Coisa simples de aceitar pra ele, pois, há não muito tempo viu o Grêmio erguer a taça da mesma competição.

Aí vai o Cruzeiro vencer em casa o São Paulo propositalmente apático para não deixar os candidatos ao Z4 no ano escapar muito e ficar ruim de se gerir o torcedor. Vencer o Corinthians na casa dele pelo mesmo motivo.

Vai o Galo empatar com o Palmeiras na Allianz Parque, perder pro Fla no Maracanã praticamente sem jogar, empatar com o CSA no Rei Pelé, em Maceió, num jogo em que todos os esquetes possíveis entraram em campo – pênalti por conta do VAR, expulsão por ato infantil de jogador do Atlético para convencer o atleticano desavisado que o resultado de 2 a 2 foi vitorioso para o Galo, já que o time jogara com jogador a menos. E outras coisas que é melhor uma postagem inteira para discorrer sobre elas e mostrar como são artificiais.

E ainda tenho que citar o Galão da massa abater em casa o Santos, então terceiro colocado na competição, sendo deste a vez de mesmo superior não incomodar o adversário para facilitar a vitória dele. Aí tem também o número da troca de técnico.

As bilheterias nem chegam a ser a expectativa de reação do torcedor. Se bem que bastou o atleticano esvaziar o Independência para que o time do Atlético voltasse a ter resultados positivos.

Queriam gerir o torcedor do Galo fazendo o time dele perder pontos e o rival se recuperar da zona de rebaixamento, ameaçando uma troca de posição. Nas locuções de rádio e de TV e na boca dos jogadores, técnicos e torcedores escolhidos a dedo para dar entrevistas o conteúdo “os resultados positivos saem quando o torcedor incentiva presenciando no estádio seu time” é fácil de ser percebido nesses jogos.

É assim que se faz engenharia de comportamento e se põe o torcedor para pagar o pato e não deixar o samba morrer. Se ele fosse esperto perceberia que sua ausência nas arquibancadas faz seu time pontuar mais, então, ele diria: “vamos continuar faltando“.

O presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, pai de piloto de Fórmula 2, falou em entrevista ouvida pela Rádio Inconfidência AM que os clubes vivem da renda obtida com a televisão, da venda de cotas à associados e da venda de jogadores.

No Brasil, a pindaíba tá tão grande que os clubes aguardam conclusão de legislação para se tornarem empresas. O Figueirense de Santa Catarina estaria em teste e já decreta falência – na Série B deste ano já perdeu jogo por WO por não comparecimento em campo dos atletas devido à crise financeira que o impediu de pagar salários, árbitros e etc. O Botafogo do Rio de Janeiro, em crise já indisfarçável, cogita ser o primeiro grande a seguir a trilha.

O Cruzeiro de Minas Gerais é notícia desde o início do ano na lista negra dos inadimplentes. Holofotam suposta corrupção, mas, o estouro parece ser anestésico ou estratégia de persuasão do público. E o Atlético é o que melhor consegue esconder que está na mesma merda financeira que está a grande maioria dos times brasileiros de futebol. A demagogia contratada pela imprensa à seus jogadores fez doerem vários estômagos: “atrasos nos salários não é desculpa para não vencermos o Santos“. Kkkkk!

Mas, como é que o Flamengo tá na boa? Era notícia frequente nas páginas de jornais sobre economias fracassadas a situação do rubonegro do RJ. Tá certo que é superprotegido pelo lobby do futebol e o que não falta é quem põe dinheiro na roda para salvar o clube.

Só que só botar dinheiro pra pagar salários, deslocamento das esquipes, permanência nos campeonatos não resolve a situação. É preciso encher estádio, vender produtos com a marca do clube. E às vezes, por mais que seja qualificado o escrete, as coisas não acontecem no campo sem que a conspiração manobre.

Tanto é que o Flamengo virou o bicho-papão do meio do ano pra cá. Por necessidades midiáticas e econômicas no mundo todo cada ano é um o bicho-papão. Geralmente do Rio de Janeiro ou de São Paulo e nunca do Nordeste e companhia no caso do Brasil.

E enquanto o Flamengo atropela todo mundo, com uns cedendo sob demanda a derrota, todos ganham. Até o clube pequeno, que só cede e vai passear na Série A pra pegar dinheiro bancando o boi de piranha fatura alto. A briga pelo acesso na Série B é por essa boquinha. Tanto é que quase ninguém que sai da B e vai pra A fica. É bate e volta! Rende mais.

Porém, tem algo nessa história gloriosa do Flamengo 2019 que ultrapassa essa mecânica usada pela gestão do futebol há boas dezenas de anos. Em fevereiro de 2019 o Ninho do Urubu, CT do mengão, sofreu um incêndio que ceifou a vida de jovens promessas do clube que estavam na mira de virar níquel e ir para os cofres rubonegros. Outros Vinícius Jr. Se recompor financeiramente se tornou imperativo para os cariocas.

E mesmo que não haja qualquer indício de o Flamengo ter recebido favores nesse sentido como foi bem claro com a Chapecoense por causa do acidente aéreo que levou a vida do time inteiro praticamente, só se pode deduzir que fizeram bem tecnicamente a artimanha. Afinal, o Flamengo é o Flamengo, não? Vai mendigar na TV? Ainda por cima, apadrinhado pela Globo como é?

Com a Chapecoense armaram da equipe catarinense não ser rebaixada no Brasileirão por três anos consecutivos. E assim foi. Participar da Copa do Brasil, Libertadores ou da Sulamericana idem. À cada fase ultrapassada, grande soma de dinheiro na conta corrente. E sem que ninguém perceba, pelo menos até as oitavas de final tendo maquinada a passagem.

E para essas coisas acontecerem como planejado é preciso que todos no certame estejam de acordo e cumpram um papel. Clubes, confederações, patrocinadores e mídia. Inclusive os times sulamericanos e a Commebol.

E você fica aí fazendo inimigos enquanto os outros fazem dinheiro!

Futebol: Hipócritas X Céticos – O jogo mais esperado do ano

Copaamerica2019

Eu até parei de postar críticas ao Futebol baseadas no meu ceticismo, na minha sensibilidade para analisar fatos, bastidores e partidas e tirar das verdades propagadas sobre o futebol as mentiras.

Estavam me chamando de paranóico, conspiracionista, alienado insistente, só porque o time que criei, o Céticos Futebol Clube, cresceu muito na preferência dos internautas.

Mas, enfim, a TV Globo não se preocupou com o dinheiro que perde remexendo o ralo da latrina que ela conhece muito bem e expôs o Cruzeiro de Minas Gerais.

As postagens que me desgastei publicando no Twitter deixavam a teoria toda mastigadinha quanto à suspeitas de haver muita sujeira em campo onde se vê um grande entrar. Era só seguir a trilha, que quem pode chegar perto do esterco constataria o fedor.

Postei muito sobre resultados duvidosos de não terem sido combinados, andamentos programados de partidas, lances preparados, possíveis títulos comprados, contratações estranhas, ações de lobistas e de agentes de jogadores.

Se aprofundarem nesse lixão que assola o time da Toca da Raposa em primeiro lugar, vão ficar encurralados outros clubes, gente das imprensas – rádio, TV, jornais, sites -, árbitros, CBF, FIFA, patrocinadores, políticos. Empresas que fizeram negócios para viabilizar a Copa 2014.

Se Bolsonaro quer aparecer passando um pente fino em tudo quanto é setor propagador de corrupção no Brasil, eis um forte candidato: o mundo do futebol. A gente de bem conta com isso. No mínimo, no mínimo vão parar com a poluição sonora e aérea que os foguetórios comemorativos de besteirol geram.

E se o Bolsonaro precisar de um empurrão para apertar o cerco nesse campo (sem trocadilho), eu dou: Foi Lula quem trouxe a Copa pra gente sediar e ficar arruinado.

Que a Copa 2014 acabou com o Brasil e o brasileiro tá pagando a conta até hoje ninguém duvida. Em Belo Horizonte, terra do Cruzeiro, isso é visibilíssimo. Não é à toa que vivem produzindo grandes eventos no Mineirão, idas anuais dos grandes times da cidade para a Libertadores, conquistas suspeitas de Brasileirões. E outras produções mais.

A merda que o PSDB fez com a BWA para a reforma dos estádios de Belo Horizonte e com outras empreiteiras que cuidaram da infraestrutura na cidade e adjascências ainda não parou de feder. Tem que serem quitadas as dívidas pra isso parar.

Só forçar o Galo voltar a jogar no Mineirão parece não estar ajudando muito porque o atleticano tá menos bobo e anda faltando aos jogos onde o querem como massa de manobra.

Tentativa de arrecadar dinheiro dentro dos estádios ou de frente para telões em bares e lares e de arrumar hóspedes para hotéis e restaurantes construídos para a Copa e que hoje minguam clientes é o mais fácil de se deduzir serem essas operações.

Tem hora que os grandes clubes das capitais do Sudeste e do Sul vão jogar entre si em Brasília, Cuiabá, Manaus só pra socorrer esses elefantes brancos construídos para o evento da FIFA e largados de mão a seguir por sequer ter nessas localidades um Clássico capaz de encher pelo menos uma fileira de assentos nos monumentos.

A conta da Copa só fez piorar quando para destruir a imagem da Dilma e tentar tirá-la do posto democraticamente inventaram de o Brasil perder de 7 a 1 para a Alemanha. No mesmo Mineirão. Eta sina de contribuinte de operações clandestinas essa arena tem!

Não deu certo, a associação só funcionou com os que já haviam caído em outros golpes desse comando obscuro manipulador da opinião pública, e a Dilma acabou sendo eleita novamente.

Tiraram ela no golpe do impeachment e para passar mel na boca do brasileiro padrão – o apaixonado por futebol canastrão – colocaram ele pra comemorar em casa a conquista da primeira medalha olímpica do Brasil no esporte. E acreditando ele que aquela vitória justamente sobre a Alemanha na final foi armada coisa nenhuma. Prêmio consolação de luxo!

E ainda em 2019, a campanha para pagar a conta continua descaradamente. Copa América disputada no Brasil. Jogos em vários estados. Participação de seleções da Ásia.

O que é que tem a ver seleções asiáticas em torneio das Américas? Nada. Talvez os olhos puxados dos peruanos ou os dos chilenos. Mas, é a Ásia um continente onde gostam muito de futebol, têm os asiáticos dinheiro para sair em turismo pra acompanhar sua seleção e o calendário local do futebol por lá não concorre com o do evento, como ocorre com o europeu. Morou?

Por que não times da África? Sim, por lá existem times que dão partidas muito mais interessantes de serem jogadas contra os sulamericanos. Mas, é a pobreza da população  africana que impede essa melhora na qualidade do certame. Esta Copa América é uma operação caça-níquel e não um torneio. Sacou?

Hipocrisia, eu quero uma pra viver
(Hino do Hipocrisia Futebol Clube)

Árbitro de vídeo: Tecnologia de retrocesso no futebol

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Está uma piada o emprego do tal árbitro de vídeo nos estaduais brasileiros. Se um sujeito marca um gol dentro da área tumultuada, então, o narrador – do rádio e da TV – não podem gritar gol na expectativa de emocionar sua audiência e aproveitar para injetar mais apropriadamente o merchandising dos patrocinadores da transmissão; do lado da torcida favorecida, o torcedor não pode pular imediatamente, no calor da emoção, como tem graça e é o que justifica a paixão pelo futebol, para comemorar o gol, porque há o risco de ter o mesmo anulado e transferir a comemoração dupla – por ter o gol sofrido anulado e por ver os rivais pagarem mico – para a torcida adversária.

A maior parte das anulações de gol ocorre por causa da regra ultrapassada do impedimento. O certo a fazer, pelo menos neste caso, é acabar com essa regra.

Mas, nisto eles não querem mexer, pois, é o principal álibi nos jogos armados, os que são tecnicamente manipulados pela arbitragem. Armado não somente no sentido de manipulação de resultados, mas, de aumento de nível de emoção; aumento do entusiasmo do torcedor pela partida, presente em campo ou a prestigiar transmissões esportivas; ou de potencial para arranque de feedback pelos veículos de imprensa – aquela coisa da repercussão que um lance polêmico causado pelos árbitros gera -, para venda de tiragens de jornais e para obtenção de audiência para a semana dos programas esportivos.

A princípio, o VAR é um instrumento a mais nas partidas. Encarece mais elas. É mais gente para faturar com arbitragem. E, no mínimo, o aparato eletrônico deve render royalties pelo uso para alguma instituição ou algum esquema de favorecimento financeiro corruptos. Suspeito da FIFA como administrador do esquema hipotético.

Ou seja: além de não acabar com a mamata do cadenciamento de partidas com administração da regra do impedimento, algum grupo enche os bolsos com esse argumento de reduzir as injustiças no futebol, que já fizeram muitos clubes campeões, mas, nenhum deles pequeno ou fora do esquema de formação de histórico de clubes e de imagem de atletas, que geram bons dividendos dentro da obscuridade do futebol. Convenhamos.

Vão sempre fazer o número do uso do VAR nas partidas com boa expectativa de atenção. Não só para sugerir o acerto na adoção, mas, também para ser um elemento gerador de bafafá. Como já dito: os bafafás – ou a manipulação do comportamento do torcedor – são lucrativos. E ainda auxiliam na política cegando o torcedor quanto à alguma aprontação dos governos ou das empresas.

Há casos em que realmente se torna válida a ideia. Bola que bate de maneira duvidosa na mão de jogador; ocorrência de faltas, não só dentro da área, principalmente nos empurra-empurra; bola que nem quem tá debaixo das traves sabe se entrou ou não; cartões merecidos e deixados de serem aplicados.

Agora, o impedimento, meu, esta regra já era pra ter acabado. Já até houve essa discussão outrora. Em especial quando o jogador está na mesma linha da zaga. Se o centravante está na banheira, bota gente vigiando, ué! Não é assim na várzea?

A única situação que seria inadmissível é um jogador estar avançado no campo de ataque esperando a bola quando todos os outros, fora o goleiro adversário, está no campo contrário. Ele pode até estar nesta mesma situação de adiantado, porém, em seu campo de defesa e até o limite da linha horizontal do meio campo.

Portanto, meu, vai nessa de uso da tecnologia para aperfeiçoar o futebol que você posa de babaca. O que é na verdade é a aplicação de mais uma tática de cativação de público, administração de partidas e captação de receita. De avanço não tem nada, é mais do mesmo.

E é você, torcedor, quem paga a farra. Ou tirando dinheiro do próprio bolso pra pôr num ingresso ou num outro produto vinculado ao esporte, ou direcionando sua total atenção a tudo que menciona a sua paixão, quando esta só faria sentido se tudo que você vê em campo é verdadeiro e a emoção de presenciá-lo possa ocorrer com dinamismo, no momento que o lance acontece. Sem depender que uma câmera de vídeo decida qual vai ser essa emoção.

O livro “Os meninos da Rua Albatroz” discute quando começou essas artimanhas de administração no futebol. Leia!

Livro: OS MENINOS DA RUA ALBATROZ | Livraria Cultura

Só quero saber do que pode dar certo

A exposição que se segue nasceu de um bate-papo no Facebook com uma ex-namorada. Discutíamos sobre a questão da idade. Ela quis saber se me incomodava estar cada vez mais avançando na idade. Entre outras coisas, haviam os conteúdos solidão, sucesso, fracasso e configuração da vida atual para serem analisados. Se algo estaria tal qual cada um imaginou estar quando jovem e o que deu certo e o que não. Certificados de que a maioria das expectativas foram frustradas, pelo menos para mim, passamos para a fase seguinte da conversa, que era as atitudes a tomar daqui em diante para ver nos próximos futuros mais expectativas tendo sido correspondidas.

Cinquenta anos e nada do que previ, ou melhor: imaginei, aconteceu pra mim. O ideal, então, passou a ser usar a política do “foda-se”. Ou seja, parar de planejar e de dar importância ao que sempre foi dado e que não se constatou benefício algum. Permanecer apenas com o inverso. Ah: controlar a vontade e testar o que nunca se testou, principalmente o que sempre se teve medo, é imperativo.

Aprender a respeito e experimentar o que pregam as doutrinas do ocultismo é uma das escolhas que fiz com relação a essa decisão. Ocultismo não é necessariamente satanismo, mas, se eu fui educado a jamais me atrever a pedir qualquer coisa para o demônio, isso eu tenho feito bastante agora. Por enquanto vi alguns resultados no campo psicológico, incluindo ver meu anjo guardião, o que aconteceu durante um orgasmo liberado por meio de tantrismo, uma experiência fantástica diga-se de passagem, mas, com relação às minhas circunstâncias sociais ainda não vi qualquer melhora sendo efetuada por conta das práticas a que venho me entregando. Posso considerar que os rituais que tenho aprendido podem terem mantidas as práticas, pois, pelo menos autoconhecimento estou tendo e também tem havido mudanças internas e espirituais que têm me feito suportar o cotidiano de fracassos que colhi até aqui. Logo, aquilo que é claro pra si que só depende de si mesmo para ser realizado e que lhe agrada deve ser mantido.

Por exemplo, você gosta de determinado estilo musical. E gostaria de sempre ter à sua disposição as músicas desse estilo. Comprar cada CD de cada artista que trabalha este estilo pode ser inviável por causa do fator dinheiro. Quantia que você não dispõe ou não se permite destinar a um passatempo. Mas, obtendo mensalmente aos pouquinho, você se vê conseguindo tudo que é do seu interesse conseguir. E sente confiança em que isso não vai mudar, você pode insistir nisso porque ainda que demore um pouco, você vai ter todos os trabalhos que deseja à sua disposição. À medida que a coleção aproxima-se de ser concluída, você se diverte com o que já tem e se emociona toda vez que decide usufruir das canções. A hora que você quiser você faz isso. Só depende de você mesmo pra fazê-lo. Isso, então, é algo que pra você dá certo. Você é competitivo o fazendo. Pode continuar a fazê-lo. Não haverá qualquer risco de arrependimento de ter se consumido tempo de viver outra opção de passatempo ou outro culto.

Agora vamos à uma antítese. Você torce apaixonadamente por um time de futebol. Gasta muito tempo, dinheiro e atenção com ele. Se emociona, às vezes está alegre, às vezes triste. Se enerva, deprime, adoece. Não só o seu time tem que sempre te dar resultados positivos, como também você se preocupa com os resultados do rival ao seu. Que em determinado momento pode até ser melhor do que o seu time, mas, tem que haver um equilíbrio entre eles ou então o seu time tem que ser superior em conquista de vitórias e de títulos. Do contrário, essa dedicação será inteiramente sem sentido, pois, notavelmente você só colhe fracassos torcendo para uma agremiação incompetitiva. Sem mencionar que o ato de torcer, ficar só na torcida, é bastante vago e puramente desprovido de racionalidade, pois, nada do que deve ser feito para que o resultado esperado pelo torcedor, vindo do objeto de sua torcida, pode ser operado por ele.

Pra você, essa dedicação só funciona se for assim, equilibrado ou com o clube do coração sempre superior aos outros e principalmente ao rival, só interessa se for assim, só traz algum benefício se for assim. Benefícios que não são tangíveis. Não enchem os bolsos e nem a barriga de quem se digna a ficar na torcida. Assemelha-se o benefício ao que proporciona o hobby mencionado. Só que no culto desse hobby não há a possibilidade de se ficar triste, enervado, adoecido. Entretenimento que não faz quem o cultua, por exemplo, poluir o ar, perturbar as pessoas com foguetório, alarido, buzinações. Apesar de por ser música ser possível incomodar sonoramente os outros, quem se preza a usufruir de uma coleção de música não sofre indução externa, como da mídia por exemplo, para proceder assim como procede o torcedor de futebol.

Assim como as redes sociais não se interessam por movimento de informações que não causam alvoroço de reações nos murais dos membros, as entidades que gerem o futebol não sobrevivem sem que haja guerras entre torcidas, intolerância, bafafás sobre as futilidades dos bastidores. É assim que a imprensa esportiva, por exemplo, mede seu alcance e capadidade de influência e apresenta a medição para os anunciantes investirem nela, perfazendo com isso a receita dos veículos de comunicação. E é também essa necessidade que justifica porque o futebol, na verdade o Esporte em si, é manipulado. O acaso nem sempre gera o que é crucial para o funcionamento do negócio.

E a movimentação de torcedores que vemos no cotidiano brasileiro é usada também para efeito de controle mental, que gera controle de comportamento, que viabiliza várias táticas de gestão populacional e de consumo, engenharia de voto e outras investidas contra a população domada pelo futebol.

E, ainda, quem executa músicas determinado pelo prazer da apreciação dela, percebe o quão é mais vantajoso manter certa civilidade e limitar esse culto ao seu espaço. Entra nele quem é convidado, sem que haja a figura da rivalidade para tornar asqueroso e pouco amistoso o ambiente.

Porém, para que o apreço ao futebol funcione de modo a ser importante para o torcedor, não depende exclusivamente dele. Não é ele quem vai pro gramado defender o seu interesse. E, como é muito difundido, há muita maracutaia na configuração dos resultados dos jogos, na distribuição de títulos e até mesmo lances dentro do campo podem ser armados. Ficando o torcedor torcendo em vão, acreditando estar influenciando a partida, chegando ao disparate de suplicar a Deus por um gol, quando nem mesmo Deus pode interferir, por já haver uma orientação a ser seguida até pelos atletas para que certo resultado se configure. Estudando Ocultismo se consegue entender porque Deus não poderia mudar certos acontecimentos orquestrados pelo homem.

Não devemos esquecer que o futebol é um negócio. É chamado de mercado da bola não é à toa. Portanto, quando se quer saber só do que pode dar certo, se deve abrir mão do futebol quando isso não está funcionando a contento. Se seu time não está bem, destine suas energias ao que você sabe que você é competitivo e que só depende de você isso dar certo e você regozijar com isso. Os torcedores rivais do seu time vão sentir sua indiferença e mesmo que eles estejam colhendo os benefícios possíveis de eles colherem com o clube que torcem, essa indiferença afetará o regozijo deles. O culto ao futebol depende do sentimento de superioridade e esse sentimento só é possível quando encontramos quem nos permite deslanchá-lo sobre ele. Agir com abnegação nessa situação é um jeito de ir à forra.

Nós somos os únicos responsáveis pelos nossos momentos, pela nossa alegria. Se nos dedicarmos àquilo cuja probabilidade de acontecimento positivo é maior e descartarmos as contrárias a isso, passamos mais tempo felizes do que infelizes. E o indivíduo que passa pela Terra tendo contabilizado mais momentos positivos do que negativos teve, com certeza, uma bela passagem pelo planeta.

Eu gostaria de inserir num único texto o que eu tenho para expressar sobre o tema dado pelo título desta postagem. Ainda falta falar sobre trabalho, militâncias e relacionamento interpessoal. Entretanto, textos grandes demais em blogs motivam a procrastinação em lê-los, o que gera a desistência de lê-lo na íntegra. Então, voltarei com a parte 2 deste post em breve.

O ateu que Jesus Cristo salvou

Puto da vida com a demora para chegar ao Centro que o ônibus em que ele se encontrava se via nela por causa da bobagem de um jogo de futebol, um ateu literalmente rogava praga em tudo que se relacionava com o evento. Queria que os jogadores tivessem sido envenenados durante a partida para o estádio, que o próprio desabasse matando tudo quanto fosse idiota que estivesse presente nas arquibancadas, que os alienados locutores desportivos e tudo quanto fosse jornalista que fosse fazer cobertura da inutilidade sofresse derrame cerebral.

Tava nojento demais. Aquela conversa repetida, que não saía de previsões de resultados; contagens de títulos conquistados por cada equipe de futebol que tem vez na mídia; enaltecimento de jogador e de clubes; as insandices de supostos acontecimentos de bastidores que a mídia injeta para darem repeteco e ela confirmar para seus anunciantes que influencia um loco de otários predispostos a serem explorados como consumidores de artigos relacionados ao futebol ou ao Esporte; provocações ao torcedor do time rival, que nem estava no confronto. Aquela discussão que não levaria ninguém ali pra frente no meio social, que não enche barriga e nem bolso.

Jogariam no Mineirão Cruzeiro, de Minas, versus Palmeiras, de São Paulo. Um deles passaria para a Final de um desses torneios mesquinhos, de integridade duvidosa, que enchem o saco o ano inteiro e é usado pra desviar a atenção da população de algo que seja importante ela observar e cobrar soluções ao Governo.

Tal qual acontecia naquele mesmo momento: ônibus lotado, precisando melhorar a infra-estrutura e diminuir o preço da passagem ou tornar os salários compatíveis com a tarifa para que o sistema de transporte fosse justo; muita gente desempregada, tendo que ir pedir nos coletivos; facilidade no trânsito mal administrado para ocorrer transtornos como os engarrafamentos, e como naquela hora: sem motivo justo.

Precisa alguém que esteja voltando cansado do trabalho, que nada tem a ver com futebol, ser obrigado a chegar em casa bem mais tarde do que o seu trivial só porque vai acontecer uma partida de futebol num local no itinerário do transporte que utiliza? Fora a baderna de gente cabulando a passagem pulando roleta e perturbando com gritaria sem motivo e execuções de músicas escrotas, em alto volume, em seu celular, os passageiros pagantes. E ainda não se falou do foguetório que torcedor de futebol espúrio acha de soltar pra aumentar ainda mais a poluição sonora e aérea que parece para ele que não afeta em nada o planeta ou os viventes dele.

A costumeira adoração a Jesus Cristo em conversas entre duas pessoas, as apologias à droga e ao ridículo mundo do funk e do crime, e mais a paulada nas bolas do saco que é o assunto Eleição Presidencial e tudo que envolve a política brasileira ficavam de fora por causa daquele grande evento que desfila o potencial de imbecibilidade da humanidade atual. Sequer os pedintes e os vendedores de bala, que completam a parte dura de se aguentar dentro das lotações, apareceram pra fazer os alienados por futebol calarem a boca pelo menos um pouquinho.

Eis que, finalmente, a condução da linha 3550 alcançou o ponto de ônibus existente em uma esquina saída da Avenida Alfredo Balena, rumando para a Santa Casa de Belo Horizonte. Nosso ateu enraivecido desceu da lotação. Estava faminto e viu a chance de forrar o estômago olhando para uma lanchonete meio que armazém disponível logo que saltou. Entrou nela interessado em uma promoção de três pasteis por R$3,00.

Solicitou a promoção para o balconista vestido para o verão de frente para o mar, que não pôde ser identificado se era mesmo com quem se falava para pedir alguma coisa do bar, mas, com cara de quem não está muito afim de vender seu produto ele próprio perguntou para o ateu o que ele queria. Foi parar na mão do rapaz uma cumbica de plástico com os três pasteis e um copo americano com 300ml de refresco de uva. O freguês se ajeitou na única mesa disponível e logo depois lhe veio a notinha com o pedido para ele passar no caixa e pagar.

Como a achar que ele só podia estar numa de atrair o que não quer, lá foi nosso protagonista se expor à mesmice com que se deparara dentro do ônibus. E o assunto do jogo de futebol ferveu. Ainda mais chato. Com pessoas maduras se identificando como torcedor do Cruzeiro, do Atlético e da “puta que os pariu”, como os definia em sua cabeça o ateu.

Eis que naquela de dar palpites sobre o jogo, um dos interlocutores da discussão se dirigiu ao ateu para lhe perguntar o que ele achava que ia acontecer no confronto desportivo. O moço, querendo dizer algo áspero, mas, comedido, respondeu que não daria palpite porque não entendia de futebol. O solicitante do palpite achou um afronto. Como poderia existir no Brasil alguém que não desse toda a sua atenção ao futebol? Um cara desses deve ser maluco. Ou senão uma bichona. Ainda mais estando prestes a acontecer a importante partida que estava para acontecer naquela noite.

E com tom de chacota, olhando para seus condescendentes e risonhos amigos, o importunante que interrogou o ateu quis saber a razão de o ateu não gostar ou não entender de futebol, não conhecer os jogadores ou os clubes ou a situação de cada campeonato em disputa. Ele se via obrigado a mudar aquele quadro de indiferença total ao que no Brasil é uma instituição à qual se deve reverenciar. E o ateu, demonstrando irritação pela sabatina: “Não entendo de futebol, nem de política, nem de pobreza nenhuma dessas que gostam de perder tempo comentando sobre elas a maior parte do dia”. O cara achou que aquilo o insultava e demonstrou isso em seu semblante quando perguntou: “do que você gosta então”.

O ateu lembrou-se dos casos que ouvira falar que é muito comum pessoas agredirem outras por causa de divergências de opinião quando o assunto permeia o futebol. Lembrou-se que muitas das brigas finalizavam em morte. Eram cinco contra ele. Teria que responder, e já saindo para fechar a conta, de maneira categórica para que além de chegar em casa bem mais tarde e furioso com a razão, não chegar todo quebrado ou talvez nem chegar.

E foi aí que ele usou aquela expressão que é capaz de contornar qualquer contenda: “Eu só me interesso por Jesus Cristo. A única coisa que é importante na minha vida é o meu Salvador.”

Salvador mesmo! O máximo que o outro faria era falar que ele está certo, mas, que não precisava ser tão beato, que podia sim ter um tempinho para outros assuntos, que Deus não se aborreceria com isso. Ou então chacotar a fé dele. Mas, se isso acontecesse ele teria dado uma mudada na conversa totalmente a seu favor.

Acalmados os homens, que o deixaram em paz, paga a conta para o caixa, que saiu do meio da discussão, totalmente fora de caráter e também com cara de quem não queria receber, talvez por ter sido interrompido no que discutia, o ateu tomou o rumo da segunda lotação que iria tomar. E andando até ela ele refletiu: “É, esse tal de Cristo salva mesmo”. Mas, ainda estava fora de questão entrar em alguma igreja.

Por que se manipula tanto o futebol?

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IMAGEM: El País

Foi exibido ontem pela TV Globo, ao vivo, mudando a grade de sábado de sua programação, a partida final da Europe Champions League (UEFA) entre Real Madrid, da Espanha, e Liverpool, da Inglaterra.

Até pouco tempo a Globo só transmitia as partidas do futebol nacional, mas, como paralelamente e sem saída, pois a Globo sempre procurou exclusividade de transmissão dos jogos de futebol da Seleção Brasileira e dos clubes brasileiros em campeonatos nacionais, estaduais e sulamericanos, outras emissoras testaram com sucesso investir no que restava, que eram os jogos de campeonatos europeus, e, com isso, devido à qualidade das partidas, o público criou um grande interesse pelo futebol europeu, obrigando a emissora dos Marinho, preocupada com a audiência que perdia e de olho no filão que ela podia mexer os pauzinhos e facilmente abocanhar as transmissões, talvez até com exclusividade, a colocar eventualmente em sua grade tais jogos.

Eu não dou atenção para qualquer transmissão esportiva, mas, como eu estava num bar e a TV estava ligada no canal, não pude evitar de ver.

E foi uma partida eletrizante. Muita jogada inteligente. Lances individuais e coletivos bem bolados, lances de perigo de gol lá e cá. Bolas na trave e no travessão. Tudo o que quem vai dedicar um tempo a acompanhar uma partida de futebol pela TV espera para fazer valer seu ócio, que poderia ser melhor aproveitado com outras opções de lazer.

Eu, como quem me lê sabe, sou completamente cético com relação ao que acontece nos gramados dos estádios de futebol. Vejo que tudo é muito tecnicamente orquestrado. Uma bola na trave, lance que é usado pelos que combatem críticas como essa para alegar que não poderia ser armado, eu sei que não passa de paliativo: Se a bola entrar e não era para tanto, o árbitro, os técnicos ou até mesmo os atletas em campo dão um jeito de compensar para o outro lado. E até o futebol europeu eu já encaixava antes no meu ceticismo. Porém, eu era meio injusto, pois, se eu não via as transmissões…

Entretanto, um detalhe no jogo mencionado me fez confirmar que o que acontece no Brasil acontece mesmo também lá fora. Ocorreu uma disputa de bola entre o craque do Liverpool, Mohamed Salah, e o jogador merengue Sérgio Ramos, em qual lance o egípicio teria machucado bruscamente.

Quem vê as imagens desse acontecimento sabe que não era para tanto. Pareceu daquelas coisas que se vê muito no Brasil em que um jogador previamente encarregado de deixar a partida, para enfraquecer o time e proporcionar a derrota dele dando um álibi para o torcedor justificar o fato ou para poupar o jogador de sofrer realmente uma contusão e prejudicar um evento seguinte. O que teria ocorrido nesse caso para mim seria essa segunda opção, pois, o próprio narrador da Globo didaticamente deu a resposta, educando seu público a aceitar a perda, pois, em menos de um mês tal jogador estará na Copa, a enfrentar a seleção do Uruguai, e será uma das atrações do evento fantasioso da FIFA.

Então, pus-me a acompanhar o que viria depois. Depois, então, veio a compensação para voltar o suposto equilíbrio entre os clubes e o torcedor britânico se reanimar: o jogador do Real Madrid, Daniel Carvajal, também teria se machucado e foi substituído. Também pareceu ter simulado sua contusão e assim como o outro jogador deixou o campo supostamente chorando.

Depois disso veio o primeiro gol do Real Madrid, num lance patético em que o goleiro do Liverpool teve a bola interceptada ao tentar sair jogando com as mãos. O qual parecia não estar no script, que não era a hora de acontecer. Por isso, em pouco tempo depois o Liverpool empatou num lance em que a defesa merengue pareceu ter sido bastante generosa.

Bem, voltando o foco para o Brasil, a Globo só investe em transmissões esportivas, principalmente do segmento futebol, porque não restou mais nada para ela investir. Suas telenovelas têm sido um fiasco (Quem prefere abandonar uma opção do Netflix se tiver que gastar um tempo vendo vídeo?), seus telejornais estão completamente desacreditados, programas de auditório e reality show dão o título de sujeito imbecil para quem assiste. E por aí vai a evasão de audiência.

Logo, se ela depende de transmissões do futebol para continuar alavancando receita, ela não pode correr o risco de as partidas não passarem de uma disputa entediosa, sem ação, cheia de técnica que impede de haver lances de perigo, chutes a gols, defesas milagrosas de goleiros, bolas nas traves e até mesmo o gol em si. Aquela coisa truncada no meio de campo, com um escrete estudando o outro, que não sai do zero a zero e não interessa nem ao torcedor, telespectador ou presente no estádio, e nem ao patrocinador das competições e transmissões esportivas. Quando isso começou a chatear, colocaram a vitória valendo 3 pontos e o empate 1 não foi à toa, foi para obrigar os times a saírem em busca do gol e evitar retrancas.

Daí fica as manipulações que a gente vê nas partidas. Tem os momentos da televisão e os momentos “tá valendo” (lembram do Ronaldinho Gaúcho dizendo “quando tá valendo, tá valendo”?).

Nos momentos da televisão tem a hora de certa equipe atacar. Se vê fácil fácil os jogadores adversários telegrafando passes ou até entregando a bola de bandeija para os da outra equipe iniciar seu ataque. Os ataques geralmente terminam em bola na trave, defesa fenomenal de goleiro – que saberia onde a bola será chutada caso a defesa não consiga parar os atacantes -, bola fora por cima do travessão ou pela lateral do goleiro, gols perdidos milagrosamente. Tudo ensaiado.

Não pode sair gol nos momentos fictícios. Se sair, o árbitro conserta dando a compensação para o time que aceitou perder a bola e sofrer o ataque para favorecer a transmissão de TV. Quando se vê um pênalti bem cabuloso acontecer, um sujeito jogando infantilmente o outro no chão dentro da pequena área ou pondo a mão na bola como se estivesse jogando vôlei, pode saber que é esquete para o árbitro dar a compensação. Exceto quando é para goleiro pegar pênalti e melhorar o potencial de venda dele para o estrangeiro.

Os gols legítimos ou as jogadas legítimas, essas só acontecem – ou podem acontecer – nos momentos “tá valendo”. Os lances fabricados englobam aquelas expulsões sem sentido de estrelas ou jogador importante, geralmente no começo da partida e num ponto do estádio onde a câmara de TV pega bem nítido para convencer o público que era mesmo um lance para cartão vermelho; supostas contusões para entrada de jogadores que o lobby quer que entre mas o dono da posição está muito bem no jogo; substituições sem cabimento feito por um técnico, que posteriormente pode fazer – como esperam os marqueteiros do lance – com que o torcedor exija a saída dele.

É nos momentos “tá valendo” que saem os nomes que vão ser convocados para a Seleção do país. Isso quando esses convocados não são os produtos de lobby (agentes que firmariam contrato com a CBF – no caso do Brasil – para receberem convocação, como é muito divulgado nos antros onde nada obscuro escapa de ser sabido).

Por fim, tudo é muito bem ensaiado nos CTs e muito bem orquestrado dentro dos estádios. Ficou claro? Se quiserem cercar essa conduta, colocar a vitória valendo três pontos apenas ajuda a expectativa de sair gol na partida. As suspeitas de haver manipulação ficam melhor sanadas se a regra para os empates forem os dois times ganhando um ponto cada nos zero a zero e o time anfitrião ganhando um ponto a mais nos empates com gols. É só uma sugestão a ser analisada!

Eu sei que você pode dizer que é muito achar que a Globo interfere no futebol europeu e consegue maquear as partidas de lá para tornar dinâmica e interessante para o seu público suas transmissões. Se eu escrever aqui que ela não precisa fazer isso porque as partidas por lá são naturalmente dinâmicas você vai me jogar para escanteio dando a solução que seria aprender com os europeus como tornar dinâmicas os jogos nacionais. Só que – ontem eu acabei de confirmar isso – a manipulação de jogos teria começado lá. O que a Globo teria aprendido por lá foi o know how de como manobrar eventos esportivos. Não só o futebol. Vou mais longe: eventos ao vivo. E estaria (escrevi “estaria”) aqui, junto com a CBF, aplicando o que teria aprendido. Teria se aliado ao esquema de lá e os jogos internacionais ela só teria que transmitir, a manipulação já viria no pacote. Garantia de sucesso de público e venda de exemplares e isso podemos comprovar por nós mesmos, sem ter que recorrer à institutos corruptos medidores de audiência de TV, rádio ou de venda de jornais e revistas.

É claro que toda a Grande Imprensa esportiva (emissoras de rádio e de TV, jornais e revistas) saberia e se beneficiaria disso. Os donos dos veículos comungam em fraternidades e decidem que o que é bom para os negócios tem que ser respeitado. E ter garantido o silêncio total.

A imprensa esportiva alternativa e a de pequeno porte não. É lógico que os veículos desta, assim como nós, só repetem o que veem nos estádios. E tudo funciona perfeitamente.

A manipulação por trás dos resultados das partidas e das demandas de títulos, quem vai ganhar certo jogo ou certo campeonato, outra coisa que já é manjada pelo menos no futebol sulamericano, escreverei sobre isso em outro post.

Mas chegou, o Carnaval…

Da definição de corrupto com relação à política no Brasil, não salvam nem os direitistas, nem os esquerdistas e nem o eleitor.

Havia uma faixa numa esquina de um bairro operário, em frente a uma faculdade particular, a qual continha a inscrição “Acorda, Brasil: Os políticos estão destruindo o país“. Na certa, a mensagem se referia à corrupção que assola essa terra e que é atribuída aos políticos.

A placa foi vista da janela de um ônibus. E dentro dele, um homem com uma sacola entrou pela porta de desembarque e, na base da exploração da fé e da comoção humana, tentou vender seus babilaques de péssima qualidade, alegando ser a forma de se ajudar uma suposta casa de recuperação de drogados que supostamente não recebe ajuda do Governo ou da iniciativa privada.

Por sua vez, se essas instituições não ajudam casas de recuperação desse tipo é porque têm interesse em que a questão da droga e dos drogados no país permaneçam do jeito que está, pois, lhe é mais rentável. O Capitalismo precisa disso. Aquele que tem o celular roubado por um noiado, terá que comprar outro, então, fará girar o consumismo dessa área comercial. Este é só um exemplo da aplicação dessa regra.

Depois, uma mulher que sentava-se antes da roleta, pagou a passagem ao motorista, rodou a roleta e perguntou a ele onde era o próximo ponto de parada. E este respondeu para ela: “Aonde você quiser eu paro“. Em pleno expediente de trabalho, com a responsabilidade de conduzir pessoas em segurança, o homem tirou um tempo para xavecar, dando prioridade de salto para uma passageira em especial, enquanto os demais não teriam a mesma oportunidade. E, ainda, se esta quisesse parar em local indevido, conforme a fala do condutor não haveria qualquer problema.

Na página de trás do jornal que um passageiro lia, estampava-se a dificuldade que o Atlético Mineiro teve no dia anterior para classificar para a Segunda Fase da Copa do Brasil 2018. Era jogo único, o Galo jogava no Acre e se empatasse seguia a diante. E foi o que aconteceu. Se acontecesse a vitória do anfitrião, o gigante de Minas Gerais teria se despedido da copinha logo na sua estréia. Isso faria mal financeiramente não só para ele próprio, mas, a ausência dele no campeonato faria mal para todo o complexo do futebol brasileiro e principalmente para o tal torneio.

É, claro, para que o torcedor crítico e principalmente o do Norte não pense que essa nova regra é de fachada, que sempre haverá empate nos jogos envolvendo grandes clubes e sediados em regiões tensas ou sempre haverá a cena novelesca em que o time visitante ganha apertado para não dar muita bandeira, algum clube grande do Sudeste ou do Sul teria que pagar o pato. E este, nessa primeira rodada, foi o Botafogo do Rio de Janeiro. Me engana, que eu gosto! Que nem Italia, Espanha e Inglaterra saírem na Primeira Fase do Mundial 2014 para não atrapalhar o grande plano político por trás daquela copa do mundo de futebol, que culminou no forjado 7 a 1 para a Alemanha sobre o Brasil no Mineirão pela Semifinal do torneio.

Quem não sabe que o referido jogo pela Copa do Brasil 2018 foi combinado para dar empate? Parecer suado, com o time local marcando primeiro, para dar ar de jogo sério e de busca deste pelo resultado. Ter tido os acreanos boas chances de fazer o gol da vitória não fosse a pontaria ruim dos centravantes para matar a partida. Jogadores do Galo também perdendo gols feitos para não fazer desandar o empate engendrado. Ter o número do craque do time que machuca em campo (no caso um tal de Polaco) e por isso deixou a desejar com a sua exibição, no final da partida, sem, no entanto, levar acusação de culpa na desclassificação e perder sua condição de ídolo da torcida.

Toda essa engenharia de partida de futebol é necessária para tudo parecer real. Afinal, o torcedor que encheu o estádio pagou ingresso e torceu, cheio de esperança, contando com que a classificação do seu clube do coração estava entre as possibilidades de resultado. Ele não quer saber se há acordos entre clubes de futebol no país, instrumentos da mídia, lobby de empresários e as confederações para fazer funcionar mercantilmente essa indústria esportiva.

Depois, foi a vez de pivetes cabularem a passagem pulando roleta. O ato foi visto até por policiais do lado de fora da lotação, mas, fizeram vistas grossas para não ficar pior o problema. Preferiram permanecer tocando a tela de seus celulares dentro da viatura do que ficarem atentos às atividades para as quais o povo paga eles para realizarem.

Na tela do celular de alguém, centrando, ainda, no interior do ônibus, o site do MSN manchetava que os políticos em Brasília esvaziaram o Congresso para o recesso de carnaval. Tendo passado um árduo ano votando “contra a corrupção” e mandando gente que os incomoda para a prisão ou para ter seus direitos políticos cassados e ficar sem como ser reeleito presidente da república, nada mais justo do que dez dias de recesso para cair na folia às custas do dinheiro público.

Diante a tanta conduta duvidosa praticada pela população em geral, que não se resume só aos exemplos citados, ninguém representa tão bem o povo quanto o político corrupto. Ele está lá para representar o seu eleitor e ele, com a sua moral, o representa. Ele é corrupto e o seu eleitor também é, vamos combinar! Cada qual com seu igual.

Só resta, pra nós do povo, que o ano inteiro dançamos, criar um sambinha e se divertir com ele. Aí vai o meu…

Moro, no país da capital
Abandonada por Deus
E fudida pela natureza
Mas, que pobreza
Em fevereiro (em fevereiro)
Tem o Carnaval (pra fazer mal)
Que ofusca a corrupção
Xô Flamengo, TV Globo e sua negra tristeza.