O Brasil de Bolsonaro jamais será uma Venezuela

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FONTE: Statista

A direita agora anda querendo fazer os outros acreditarem que a Venezuela, dona da maior reserva de petróleo do planeta, não tem petróleo. Deve ser uma tática de moldagem de opinião dos imbecis faltantes para acabar de vez com o encosto carne de pescoço Nicolas Maduro. E também ajudar o Tio Sam a colocar a mão no ouro preto, né!

Afinal, o bolsonarismo é capacho do Tio Sam. E este sabe muito bem qual é a verdade nessa mentirada que institutos de estatísticas espalham na forma de gráficos tridimensionais e que agradam aos direitistas acreditarem neles. Quem tem Q.I. abaixo de 70 mesmo?

Mas, uma coisa não podemos discordar dos bolsomimimions: O Brasil de Bolsonaro jamais se transformará em uma Venezuela.

Isto é verdade! Por que a Venezuela supostamente passa pelo que passa? Porque resiste à pilhagem do Tio Sam. Certo? Se aquele babaca do Trump e sua quadrilha quiser tomar dos venezuelanos suas riquezas, vão ter que comer muito feijão.

Os venezuelanos demonstram ser corajosos, ter muita consciência política e dão lição de nacionalismo. Não são uns bundões que nem os brasileiros que fizeram a covardia de eleger um presidente que só se preocupa com o que não interessa ao crescimento e estabilidade do próprio país que preside.

Enquanto os brasileiros forem capachos dos Estados Unidos, escravos, colonizados, subservientes aos mandos e desmandos yankees; aceitarem os espelhos que trazem para dar em troca de servidão, jamais vão nos aborrecer ameaçando invadir nosso território e tomar o que é nosso.

Enquanto nosso governo bundão der de mão beijada vistos para qualquer idiota norte-americano entrar aqui para nos dar chicotadas e “fazer sexo com nossas mulheres”  sob a alegação falsa de que é isso que não nos torna um paraíso gay, estaremos ilesos.

Enquanto for possível aos Estados Unidos arrendar nosso STF, barganhar com políticos chinfrinhos em troca de favores, formar nossos magistrados em escolas de torturas que pagam de centros de formação de juristas contra o terrorismo, podemos ficar tranquilíssimos. “Take it easy, brother Sam“.

Enquanto estiver indo pro glutão da América do Norte a Base de Alcântara, o Pré-Sal e de repente até as terras indígenas, estaremos blindados, livres de viver privações e guerra civil, ainda que fictícia do tipo dígno de passar no Jornal Nacional.

Nem entendo o motivo do Bolsonaro se incomodar tanto com áreas reservadas aos verdadeiros indígenas. O bossal permite que os forasteiros nos tratem como índios, logo, terá é que aumentar as reservas pra caber mais gente.

Enquanto a babaquice do American Way of Life estivermos cultuando, sendo reverentes ao modo de viver do americano, teclando celular o dia inteiro ou vendo idiotices na televisão e no cinema, comendo sanduíches da McDonald’s e bebendo Coca-Cola, recebendo uma mixaria por mês de salário e vendo estrangeiro dar pitaco na nossa soberania, levando embora nosso minério e voltando com ele na forma de produto manufaturado, estaremos amparados.

O que os Estados Unidos não conseguem com a Venezuela, descontam no Brasil. E por aqui é muito mais fácil agora que o escudo da Esquerda foi quebrado. Deixemos de ser estúpidos, os gringos só estão dando as cartas por aqui porque fizeram um bom financiamento em certas candidaturas de políticos no Brasil para tirar da reta a Esquerda e abrir passagem para os assaltos que em conjunto andamos sofrendo.

A ignorância adora bater panela e dar moral para slogans idiotas e populistas. É por isso que estamos penando. E não era preciso. Havia a opção de abstermos totalmente do voto.

A família (de filhos da puta) acima de tudo e Deus acima de todos“. Tem mais a dizer sobre isso os Titãs na música “Homem primata”: “Cada um por si e Deus contra todos“.

Nem os heróis de Cazuza morreram de overdose

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IMAGEM: Movimento Diretas Já!

Meus heróis não morreram de overdose”. Disse o General Mourão na Globo em setembro de 2018. Quem tem estômago para assistir qualquer coisa da megera emissora de televisão informa que houve muita apologia ao facismo e à violência em tal entrevista jornalística.

O militar descaradamente fazia uma crítica à música “Ideologia” do falecido cantor Cazuza. Subentende-se que aqueles que criticavam a candidatura de Jair Bolsonaro, da qual Hamilton Mourão era o vice, idolatravam seres que estouraram na mídia como formadores de opinião, principalmente do tipo que Mourão abomina, e que associavam suas razões ao vazio e fútil mundo das drogas. Demonstrado isso, gente como o Mourão seria de melhor estirpe por idolatrar pessoas supostamente portadoras de ideais mais nobres, mais necessários à vida e à sociedade e que podem levar a raça humana a um avanço.

Há, no entanto, vários equívocos no que Mourão quis dizer e principalmente em sua interpretação da frase de Cazuza.

“Morrer de overdose” qualquer pessoa está predisposta a morrer. Quem bebe água além do que comporta seu corpo pode morrer de overdose de água. Qual a falta de hombridade em se morrer de tanto beber água?

Na letra da música esta frase está solta, sem nada a limitando ao submundo das drogas. Se você quiser entendê-la por meio de conotação sexual – overdose de sexo, por exemplo –, a interpretação é toda sua. Na sua mente é você quem manda!

Penso que para se concluir o sentido que Cazuza quis dar é necessário analisar a letra da música por um todo. A começar pelo título “ideologia”, passando pelo que após esta palavra vem no refrão: “eu quero uma pra viver”.

Cazuza poderia não estar falando de si, mas, da geração vigente no momento em que esta letra foi criada, 1988. Cujos filhos chegaram aos trinta anos de idade neste ano em que Jair Bolsonaro concorreu e venceu a eleição presidencial. Com toda certeza, o ex-capitão do Exército contou com voto em peso desta moçada.

Aquela geração estava perdida em incertezas. Tinha a democracia, um brinquedo novo, toda à sua disposição. E não sabia o que fazer com ela. Não sabia por onde começar a viver a Revolução proporcionada por seus pais. Achou que democracia era sinônimo de “tudo pode” e se rendeu ao mais persuasivo: o consumo de drogas.

E hoje, o que se nota nas ruas é o reflexo daquela geração. O monstro que tomou forma, agigantou e criou independência. O filho fuma maconha com o pai; a mãe abandona seu bebê por causa do crack ou da cocaína. Tudo isso por falta de uma ideologia. A falta de alguém que mostra um caminho melhor. Que com certeza não é colocar em sua mão uma arma.

O Brasil redemocratizou, mas, não cuidaram de dar suporte ideológico para o povo. Era disso que falava Cazuza, se colocando como um daqueles entes, mesmo não sendo um deles, pois o artista tinha um potencial ideológico muito forte.

E usando de sua credibilidade junto ao público, tentou dizer pra ele que estavam indo para o lado errado. Criticava seus hábitos e seus ícones, gente que se matou de tanto se drogar. E a eleição de Fernando Collor de Mello provou que Cazuza estava certo.

Hoje se repete os mesmos erros. Mas não porque não houve quem instruisse o povo a votar melhor ou a se comportar melhor. Sim porque a hipocrisia fala mais alto. A hipocrisia da mídia, das escolas, das igrejas e principalmente dos políticos. O mesmo sujeito que diz que seu herói morreu crucificado coloca no poder seus amigos, todos antagônicos à doutrina cristã quando pregam a violência, a tortura, o racismo, a homofobia, a xenofobia. Todos envolvidos com a corrupção.

Então, Mourão, só posso parafrasear Cazuza para lhe pedir que “Mostre a sua cara, pois, eu quero ver quem paga pra gente ficar assim”. Eu sei que você sabe.

Leia o livro “Os meninos da Rua Albatroz“.

Prenda o Aécio, solte o Lula e casse a Rede Globo se você for homem!

Se não fores, deixe tudo como dantes no castelo de Abranches. A essa altura já se sabe que o povo não votou por mudanças mesmo!

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IMAGEM: Blog do Covas Jr.

Começa assim: A família Bolsonaro se vê em maus lençóis por causa de um suposto mau hábito de pregar a máxima “menos direitos e mais empregos” para o trabalhador e ter que ver seu motorista tendo que pagar à patroa salários por meio de depósitos na conta dela. Falsidade ideológica? Não, lavagem de dinheiro mesmo!

Isto deu um bafafá descontrolado, fora da gestão trivial realizada com o subsídio que a imprensa corporativa costuma receber de ‘patrocinadores’. Tanto pelos opositores quanto pelos apoiadores da família.

A merda toda é que isto poderia atrapalhar a posse como presidente da república do Bolsonaro-mor. Logo, alguém tinha que fazer o trabalho de desviar a população do assunto. Fazê-la falar de outra coisa até o dia da posse, quando ficará muito mais fácil legitimar qualquer atitude, boa ou má, dos membros da corte presidencial.

Tentaram então jogar luz na suposta tara do medium João de Deus. Teve lá sua contribuição o escândalo espalhafatoso envolvendo estupros que teriam sido praticados pelo medium, desde há muito tempo, com vítimas brasileiras e estrangeiras, durante suas sessões de cura espiritual.

Passou a embriaguês midiática e o povo voltou a focar no caso do motorista caridoso. Daí, veio a expectativa de Lula conseguir um habeas corpus. Noticiário que ganharia o interesse de toda a multidão interessada em ver o circo pegar fogo para os Bolsonaro. Tanto os que gritavam e escreviam “Lula livre” Brasil a fora, quanto os que se indignariam ou ficariam comprometidos com Lula solto.

Os moldadores de opinião especialistas em desviar a atenção da população acharam que o efeito seria melhor se na hora final da duração da viseira dessem que todos os que foram presos em julgamentos de segunda instância fossem libertados para o Natal, menos o Lula.

Só que a comemoração dos que já estavam predispostos a inocentar os Bolsonaro não foi mais produtivo como tapume do escândalo que os envolvia como foi a volta ao objetivo de os encarcerar com que os que queriam Lula livre se dedicaram. Voltou a melar o esquema. A Globo só perdendo! Mostrando cada vez mais que só consegue influenciar quem se deixa influenciar até com uma moedinha paga para calar-lhe a boca.

Eis, então, que mexendo os pauzinhos, os curandeiros de reputação entregaram para o público se deliciar, videografado até, o capítulo em que policiais encontram em um fundo falso de armário na casa de João Teixeira de Farias, o João de Deus, cinco armas de fogo e o equivalente a R$405 mil em dinheiro. Eles não são fracos não!

Mas foram. Nem firulou os caçadores de reputação na cola dos Bolsonaro. E o tempo só passando. E Jairzinho sem o que fazer.

Eis que surgiu o medíocre caso da casa da mãe joana… ops: mãe do Aécio. A PF – Polícia Federal – teria mirado no ainda senador mineiro Aécio Neves, indiciado em escândalos calamitosos, mas, protegido pela Conspiração, e teria feito buscas em endereços ligados ao recém-rebaixado deputado federal.

O furo de reportagem, propagado com muita curanderia pelos veículos das organizações Globo, de modo a parecer querer arrasar com o tucano querido, mas sem lhe arrancar as válvulas de escape, liquida de vez com Aécio Neves? Entrou ele numa fria na tal da Operação Ross?

É uma cartada de mestre. Quem esses esquerdistas e outros opositores de Jair Bolsonaro querem mais a cabeça do que a do Aécio Neves? Eles querem Aécio em ‘Neves’. Ou na Hungria: Nelson Hungria, presídio de Minas Gerais.

Pro tucano, como sempre, não acontecerá nada. Nada. Mas, o noticioso é uma baita cortina de fumaça para manter o povo com os olhos irritados e longe da vida alheia do homem que ruma para o Palácio da Alvorada daqui a duas semanas e precisa que o público tenha total confiança de que alguém, enfim, vai acabar com a corrupção neste país. Passiva e ativa. Mantendo a dele e a da corte, é claro! Mas, sem problemas!

O fato garante o desvio de atenção da massa perseguidora dos Romanov dos trópicos até por mais do que o tempo que se precisa.

Lula, João de Deus e Aécio Neves se interligam na História. Os dois políticos já foram usufruir dos trabalhos do medium. Mexe com os brios da curiosidade essa nova conexão entre eles. Um clubinho de notícias chocantes que apareceram na hora certa para salvar um recém presidente da república de ter sua reputação indo a zero de ibope. Talvez. Né?

Agora, se os Bolsonaro querem se livrar da perseguição de seus opositores de uma vez por todas e ainda lhes arrancar apoio para governar em paz, é só experimentar soltar o Lula e prender o Aécio. E cassar a Rede Globo, né?!

O João de Deus que seja entregue sua sorte à Deus, que é quem sabe fazer justiça. Muito mais do que o Sérgio Moro. Obviamente. E é quem sabe ganhar o crédito do público quando sua obra não parece tão clara. Muito mais do que a Rede Globo. Obviamente.

Leia o livro “Os meninos da Rua Albatroz“.

Presidente Paulo Guedes

Quando o inimigo é útil.

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Temos que nos acostumar à ideia de sermos governados por Jair Bolsonaro e sua esplanada. Não adianta, nem mesmo com a suspeita ajuda da Globo a gente vai conseguir evitar que o homem tome posse. Sendo assim, é hora de encontrar ouro minerando num lixão. Deve ter o que se extrair de bom desse governo que vem aí. O Itamar Franco não ficou em cima do muro, mas, pelo menos não cedeu à corrupção? Então?

A extinção do Ministério do Trabalho como conhecemos, por exemplo, ao meu ver pode ser encarado como uma grande vitória para o trabalhador. Parece que não, né? Deixa eu explicar:

Há dois anos, 2016, eu precisei recorrer ao MT por causa dos abusos que eu e os trabalhadores da empresa onde eu trabalhava sofríamos. Eu tive as seguintes experiências:

Primeiro, passei mais de seis meses, de janeiro à agosto, tentando marcar sessão no órgão para solicitar rescisão indireta devido à não cumprimento pelo empregador das obrigações contratuais para comigo. Eu telefonava pro MT e não conseguia ser atendido. Ia ao estabelecimento da instituição e batia com a cara na porta. Uma tabuleta com os dizeres “estamos em greve” era o motivo. Seis ou sete meses de greve. Pode isso? E pra justificar, a grande mídia noticiava que o órgão não estava recebendo verbas do governo.

Com isso, o que aconteceu? Deu-se o perdão ao que eu ia reclamar e eu perdi o direito da rescisão que eu pleiteava.

Uma amiga minha, no mês de março de 2017, havia me solicitado testemunhar na causa dela e eu aceitei. A audiência dela fora marcada na ocasião para o mês de fevereiro do ano seguinte. Ela acionara a Justiça através do sindicato laboral que nos representava.

Em junho de 2017 eu recebi uma intimação para ir depor pra ela, no dia 02 de agosto, num fórum do MT em uma cidade que não tinha nada a ver com ela ou com a empresa com quem ela conflitava. Aliás, o fórum nomeado no Contrato de Trabalho para resolver as pendengas entre o contratante e os contratados era o de Belo Horizonte.

No início de julho recebi outra vez a mesma carta, relembrando a data da audiência e a multa de dez salários mínimos que eu teria que pagar caso não fosse ao compromisso sem apresentar justificativa. O envio da carta voltou a acontecer no final desse mês.

Compareci ao local no dia e hora marcados. Não encontrei minha amiga por lá. Foi porque o início da discussão em juízo se aproximava é que conheci o advogado da moça, que gritou pela testemunha. Então, ele me disse que a cliente dele não iria e justificou a escolha do local como ser um procedimento normal do meio jurídico, que visa priorizar o deslocamento da testemunha.

É claro que refutei. Era mais fácil para mim seguir para Belo Horizonte. E se a reclamante tivesse duas testemunhas que morassem em cidades distintas e opostas a localização, quem seria priorizado?

Além disso, fiquei desconfiado de algumas coisas que o advogado me pediu para falar para o juíz. No processo julgariam uma indução de pedido de demissão sofrido pela reclamante e já existia a informação de que quem a induziu ao fato, estando ela grávida, no momento do acontecimento estava a sós com a autora do processo, trancafiados em uma sala. Informação prestada pela própria vítima. O advogado queria que eu alegasse que presenciei o fato. Detalhe: No dia dessa demissão eu estava de férias.

Lógico que não fui na onda nem mesmo de falar que eu sabia que ela estava grávida na ocasião. Eu não sabia. Fui lá pra falar sobre o caráter do supervisor que a induziu pedir demissão e sobre eu já tê-lo visto praticando com outros colegas o mesmo ato e outros atos inconformes com os direitos dos trabalhadores.

Aproveitei que o advogado era do sindicato e perguntei a respeito de um processo que eu havia iniciado com a instituição. Tirei da mão deles quando descobri que nada haviam feito. Mais tarde descobri que provavelmente à pedido da empresa eles aguardavam o tempo para que prescrevesse minha petição. Com isso, perdi novamente minha oportunidade de me alforriar daquela empresa escravista tendo todos os direitos ganhos.

Porque eu prestei depoimento no processo dessa minha amiga, a empresa passou a me perseguir. Eu me esquivei de todos os seus truques. E dei bastante dor de cabeça para os gestores quando – devidamente – entreguei mais de trinta dias de atestado médico, de maneira a não entrar em afastamento. Aí, como represália, mudaram o horário do meu expediente, começando num turno e indo até o próximo, 18:00.

Isso me atrapalhava bastante, então, recorri à Justiça novamente para pedir rescisão indireta com base no artigo 468 da CLT, que diz que as mudanças no Contrato de Trabalho, que inclui mudança de turno na duração do expediente, só podem acontecer em comum acordo das partes contratantes.

O MT não estava realizando pronto-atendimento. Nem chegando de madrugada no posto para pegar senha para até 20 pessoas por dia, como era antes. Era necessário ligar para o *156 ou acessar o site do órgão. O site sempre fora do ar em uma ou outra coisinha e o telefone difícil de ser atendido. Mas, com muita dificuldade, consegui marcar uma audiência para agendar uma atermação. Tive que aguardar um mês. Seria em janeiro de 2018 o evento.

A Reforma Trabalhista do Michel Temer havia sido promulgada em novembro de 2017. E na sessão, após saber o que eu ia reivindicar, o auditor do MT me deu uma CLT surrada, aberta no artigo 483 e escrito à lápis uma alínea inexistente na versão original. O homem me disse que era complemento vindo da Reforma Trabalhista.

O conteúdo da tal alínea tirava minha razão e ainda me intimidava, pois, dizia que eu teria que pagar todos os custos do processo se eu perdesse. E na cara dura o velho ainda me disse que os juízes estavam comprometidos em não contribuir com o desemprego e não legar despesas com rescisões para as empresas para não lhes aumentar a crise.

Entendi tudo, inclusive o ar de corrupção, e me mandei dali. Ou seja: sem o Ministério do Trabalho estamos desde há muito tempo. E sem representantes sindicais idens. Todos colaboram para que o sistema trabalhista funcione bem para os patrões e todos defendem o seu ganho nesse sistema. Os sindicatos ganham propinas dos patrões para rifarem os trabalhadores a que representam. Fingem representação. Esta é a realidade que mesmo o governo petista colaborava com ela.

Em meados do mês de janeiro eu fui testemunhar para outro colega. E este ganhou a causa. Reverteu uma demissão por justa causa que recebeu. A advogada dele era particular, mas, também teria aceitado propina desse meio obscuro e o meu amigo só conseguiu ver o dinheiro da causa há poucos meses atrás, considerando que estamos em dezembro de 2018. Como ele conseguiu outro emprego, ficou sem receber o Seguro Desemprego – outra coisa que os juízes agiam para o Estado não pagar – que tinha direito e com certeza não verá retroativos.

Em fevereiro, a amiga já mencionada me telefonou. Perguntou se eu estava lembrado da audiência dela. Eu fiquei pasmo de ela não saber nada sobre a sessão de agosto. E ainda me dizer que teve seu bebê no dia seguinte do provavelmente falso julgamento preparado para lhe queimar meu testemunho e lhe legar a perda da causa.

Se ela não tivesse ficado chateada comigo, achando que eu mentia, não tendo me dado sequer meios de mostrar a ela as intimações de presença que recebi e a cópia da declaração de comparecimento que tive que levar na empresa para ter abonadas as horas gastas no ensejo, eu processaria junto com ela o sindicato, a empresa e até o MT. Todos evidentemente estavam concubinados nesse esquema de lesar trabalhador.

Um tempo depois, uma junta do Ministério do Trabalho esteve na empresa para fazer inspeção. Isso aconteceu depois de uma paralisação de dois dias que os funcionários fizeram guiados pelo sindicato. A greve foi motivada por causa de obrigações salariais que a empresa não estava cumprindo havia cinco meses.

A maioria dos trabalhadores não percebeu, mas, houve um golpe de lide simulada que junto com a empresa o sindicato aplicou nos trabalhadores. Fingindo ajudar os operários, o sindicato buscava filiação, já que Michel Temer havia cortado a contribuição sindical de ser obrigatória ao trabalhador.

Esse episódio foi um tiro no pé para o sindicato, mas, legou à empresa o direito de mandar vários funcionários embora sob alegação de justa causa. Era parte do plano. Ela precisava disso, pois, pensava em reduzir o quadro e queria evitar pagar rescisões com todos os direitos. Os que não foram demitidos assim, pediram conta. Também interessava aos patrões.

Fiz denúncias no site do Ministério do Trabalho e também no da Polícia Federal, convocando esta ao estouro de cativeiro de trabalho escravo e crime de formação de quadrilha. Achei que a visita da junta do MT fosse movida por essas denúncias.

Porém, o que os inspetores do MT fizeram foi uma espécie de tomada de providência para inglês ver. Com ar de visita surpresa, não fizeram mais do que avaliar coisas que certamente a empresa andaria na linha com elas. Tipo: se o ar condicionado estava na temperatura adequada. Para fazer que olhavam também questões morais, pediram aos gerentes para escolherem operadores para eles entrevistarem.

Até fizeram perguntas importantes para os escolhidos, mas, quando todos os operadores esperavam de eles fornecerem respostas que ajudariam a acabar com as injustiças e as fraudes contra o trabalhador, todos se viram frustrados com as que deram os colaboradores escolhidos a dedo. Gente que foi premiada com folga de dois dias após a prestação de favor devido pelas suas respostas. Gente que em seguida foi promovida. Entende?

Outra colega entrou em depressão grave naquele cativeiro. Conseguiu afastamento de cinco meses. Foi obrigada a voltar antes do prazo, pois, não recebeu um centavo sequer do INSS. E a empresa não quis colaborar nem um pouco com ela, pelo menos a trocando de função por uns tempos. Era o cerco ao trabalhador. Melhor ser liberal e não depender do Estado para nada.

Esse tipo de coisa é fruto de uma política velha existente no Brasil. A Reforma Trabalhista iniciou o rompimento com esta política e o que Paulo Guedes já anunciou fazer em seu ministério da economia e do trabalho no Governo Bolsonaro é de extrema importância para moralizar empregadores, juristas, sindicatos e combater o trabalho escravo que este sistema dá permissão para se configurar.

Não só o que ele vem anunciando com respeito ao trabalho, mas, também com respeito à economia mexe diretamente nesse bolo. Essas tentativas de minar a moral do presidente eleito visam impedir elevar esse cerco à outras forças sociais. Querem é continuar com esse negócio de que é só o trabalhador quem paga o pato. Por certo, há a mão de empresários, nacionais e estrangeiros, por trás desses casos que a mídia, fingindo agradar o público, noticia. E, é claro, servidores públicos, como os do MT, que não querem largar as mamatas e querem continuar com a garantia de emprego vitalício. Neoliberalismo tem horror a funcionário público, incluindo político. Por isso, tem político também nesse grupo.

Só que essas investidas só atingem Jair Bolsonaro, considerando que os filhos dele são uns ninguém no escrete que se dirige para a presidência. Se forem elas suficientes para fazer cair o presidente eleito, ele cairá sozinho. Seu vice assumirá e os ministros tocarão os planos já traçados. De liberar a economia, mas, também liberar o trabalhador. Chegou a hora de admitirmos isso e parar com as picuinhas ou de deixar de ser ingênuo aquele que não consegue enxergar que na verdade aquilo que Getúlio Vargas implantou era bom para aquela época ou, atualmente, para países que empregam o socialismo na íntegra.

Se há alguma chance de impedir de tentarem acabar com a política escravista que abrange o trabalho no Brasil, com a frágil economia que depende de que empresas sem utilidade existam só para empregar, pagando com muito sofrimento o salário mínimo aos funcionários, evitando o máximo de eles alcançarem remuneração variável, o que resume a modalidade à cativeiro de trabalho escravo, e com as oportunidades de corrupção estando o país envolto de empresas e faculdades públicas, transporte público, sistema de saúde pública e políticos safados que administram essas entidades, esta chance reside em deixar Jair Bolsonaro em paz e empossar de vez.

Sem ele no posto, o país caminhará para o parlamentarismo que Temer tanto gostaria de implantar e o que hoje é conhecido como presidente da república passaria a ser chamado de primeiro ministro, que fatalmente seria o do ministério mais importante de cada governo, que no novo será o da economia e do trabalho.

Este texto foi compilado reunindo histórias de terceiros, mesmo a parte contada em primeira pessoa. Antes de me tacar pedra, reflita: Se quisermos continuar com a política socialista que desde de Getúlio Vargas 1930 temos aplicado ao trabalho, então, temos que brigar para que o país seja socialista em todos os setores. Do contrário, o trabalhador vai continuar recebendo chicotada do patrão. E o consumidor sendo enganado pelos trabalhadores, que recebem chicotadas exatamente para isso. Discorro em outra postagem esta parte do assunto.

Vivendo num país sem Esquerda

Jair Bolsonaro colocou no ministério das relações exteriores um blogueiro cuja obsessão diz ele ser o combate ao marxismo cultural. Afinal, que porra é essa? Será que isso existe? Combate ao marxismo cultural ou emprego de facismo ideológico?

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Bem, para explicar para si mesmo o que quer que seja isso, é preciso desmembrar os termos dessa combinação lexical. Marxismo é, conforme o Google, “um conjunto de concepções, elaboradas por Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), que, baseadas na economia política inglesa do início do Séc. XIX, na filosofia idealista alemã (esp. Hegel) e na tradição do pensamento socialista inglês e francês (esp. o chamado socialismo utópico ), influenciaram profundamente a filosofia e as ciências humanas da Modernidade, além de servir de doutrina ideológica para os países socialistas”. E cultural refere-se à algo que ganha certa característica ou adesão por meio da cultura dentro de uma sociedade.

Logo, estariam querendo impedir que através da cultura a população absorva as características dos ideais marxistas. Um similar do marxismo cultural seria o “American way of life“, que molda o brasileiro desde os anos 1950 a absorver os valores culturais dos estadunidenses da América.

Isto é, em outras palavras, ditadura, imposição ao indivíduo de qual cultura ele deve absorver. Enquanto o american way of life trabalha sutilmente, invadindo nossas praias em silêncio, trocando espelhos por território, como era feito com os índios da época da colonização portuguesa, o marxismo sofre arbitrariedade por simplesmente não agradar quem está no poder. E estamos em uma democracia, não é mesmo?

A verdade por trás do tal combate é outra. A população absorvendo a ideologia do viés marxista ela fica mais esperta, não se submete às futilidades e ao consumismo que o capitalismo necessita que ela se submeta e também não aceita se encher de crenças tolas, como as que enche o cristianismo e outras religiões. E o trabalhador não deixa por menos e o patrão deve andar na linha com ele.

Daí ficam sem vender seu produto o burguês, sem ver fiel na sua igreja o líder religioso, sem capacidade de governar o governante que precisa que seus súditos sejam burros e incapazes de questionar seu governo, sem audiência a mídia e sem saída para seus jornais a imprensa. Muita coisa que faz o capitalismo girar corre o risco do fracasso.

É por isso que querem derrubar a pedagogia construtivista e implantar a tal “escola sem partido“, que de apartidária não possui nada. Sejamos espertos e desenvolvamos senso crítico enquanto ainda podemos.

Agora, quem se deixa seduzir por essas bobagens que o novo governo anda propagando precisa saber mais sobre o que seu sedutor quer que ele adira e ajude a combater. O marxismo cultural é só uma estratégia para arrancar adeptos ao marxismo. Ele é formado por diversas táticas que vieram à luz a partir dos anos 1920, com o advento da Escola de Frankfurt, um movimento intelectual que existiu na Alemanha.

E Jair Bolsonaro e sua trupe abusaram do uso dessas táticas. Inclusive, quem foi cooptado por ele foi vítima do emprego dessas táticas, que ele próprio adotou. Os fakenews, sobretudo o do Kit Gay, foi a principal de todas. Em segundo lugar foi o golpe de chamar de esquerdista (ou, sem qualquer nexo, de comunista) tudo que ele (Bolsonaro), ou a gente por trás dele, queria combater.

Passando pela Antônio Carlos, em frente à UFMG, por volta das sete da noite, pude ver em dois bares à borda da pista da avenida, sentido Lagoa da Pampulha, uma galera de estudantes amontoada, um verdadeiro muvuco, a fazer tudo o que eles gostam: Embebedar, se drogar, dançar, badernar, combinar orgias, oscular, divertimento hétero e homossexual. Exceto estudar depois do expediente escolar universitário, que é o que desejariam que eles fizessem naquele momento os conservadores, que abominam todo esse comportamento rebelde que aparecia ao público vindo daquele tumulto.

Em uma roda de bar certa vez um amigo opinou: “Bolsonaro tem que acabar com essa farra”, “as universidades são antros de esquerdistas, só formam esquerdistas”. Elevando este enaltecimento ao descrito no parágrafo acima, diríamos que este amigo estaria associando à esquerda política brasileira tudo que incomoda os conservadores. Tudo que eles querem ver acabar. Esses reacionários, é claro, os tirados do povão e não os que se juntam em partidos e hipoteticamente se prostram como defensores da boa moral e dos bons costumes. E em vez de chamar de estudantes ou quem sabe: juventude, os manifestantes descritos, chama-os de esquerdistas.

Só que isso é um belo exemplo de tática de marxismo cultural. No meio político brasileiro, sobretudo no Congresso Nacional, muito querem os políticos financiados por elites conservadores impor os seus projetos de lei ou de obra a ser empregada na sociedade. A maioria é unilateral e não beneficia o social, e sim ao burguês e aos políticos. É superfaturada e segue os interesses dos que essa corja política representa, sobretudo o capital estrangeiro, o que significa escravismo para o brasileiro e perda pelo Brasil de riquezas, território e soberania.

Quem oferece resistência, às vezes votando contra, quando tem a oportunidade de votar, ou mobilizando massas para dar na base do grito o veto, é a Esquerda, são os senadores e deputados esquerdistas. Para vencê-los e acabar com a discussão democrática dentro do ambiente político só mesmo fazendo com que a imagem dos parlamentares que integram a Esquerda seja repudiada pela maioria dos habitantes do país.

E criando essa associação se cria junto à massa a repugnação necessária. Em pouco tempo a Esquerda fica fora do parlamento, pois, ninguém irá querer eleger candidato com as características dadas ao de esquerda, imaginando que a nação viverá numa baderna; que o filho virará homossexual, drogado, alcólatra; a filha uma prostituta mãe solteira; que a propriedade privada irá acabar; que a economia será planificada; que a violência urbana aumentará; Satanás será o deus-padrão ou o ateísmo crescerá (o que já cresce inevitavelmente com tanto filho-da-puta se dizendo escolhido de Deus) e os cambau de tudo “que é ruim” dentro de uma comunidade.

Entende como é a moldagem de opinião? É a melhor forma de se eleger um presidente da república ou um parlamento? Pois, desta vez acharam que sim!

A Esquerda pode ser extinta do poder, e com isso os imperialistas dominarem o espaço e fazer o Brasil para eles, do jeito que eles querem e a dar chicotadas em todo ser ordinário que vive no país. Mas, o comportamento marxista jamais sairá do povo. O viés ideológico que tanto incomoda os liberais já está plantado, como uma sementinha, na cabeça do popular. E mesmo inconscientemente algo estará fazendo lembrar ao mais extremista dos direitistas, dentro do povão, é claro: “eu era de esquerda e não sabia”.

O verdadeiro esquerdista

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Eu me encontrava confuso. Louco para iniciar minha resistência às ameaças que me afetavam, que pairavam na mídia como proferidas pela gente do presidente eleito Jair Bolsonaro. Como tudo que circunda o ex-capitão do Exército, nada se pode ter certeza se saiu mesmo dele. E como é próprio da política brasileira, qualquer mancha na imagem de fulano de direita pode ser simples intriga da oposição para aumentar o seu lado da corda e fazê-la arrebentar em seu favor. Não se pode confiar nos fatos. E os marqueteiros do Bolsonaro são experientes em criar desinformação, que é o que abala a confiabilidade dos fatos.

Basta lembrar do tal atentado à faca que o ‘homem’ teria sofrido. Quem de nós tem certeza de alguma coisa se aquilo foi ou não verdadeiro? Cada um escolhe no que quer acreditar e defender. E isto é diferente de ter certeza. Isto equivale à frase que teria surgido no STF para finalmente colocar o Lula na cadeia: “Não temos certeza, mas, temos convicção”.

Basta lembrar dos fakenews, dos fakelikes, dos comentários automáticos associados à perfis falsos no Facebook e em outras redes sociais na internet. E agora, depois de eleito, ele deu para fazer seus comparsas espalharem notícias sobre o seu cotidiano, visando fazer a imprensa replicar e em seguida colocar para desmentir os noticiados os mesmos que deram para a imprensa, de bom grado e com cara de furo de reportagem, a notícia. Com isso ele conseguiu deixar muito veículo de porte em maus lençóis, com a credibilidade ameaçada por espalhar boatos e não os sustentar. Cair no golpe da fonte insegura é erro primário para jornalistas de renome cometerem.

Eu não sou um desses jornalistas, por isso posso cair que nem patinho nesses truques. E caí em um bem seriamente. Mas, o tiro saiu pela culatra para o moço que o me aplicou.

Eu havia me cadastrado em quatro grupos de esquerda no Facebook e postava ou compartilhava diariamente nos murais desses grupos postagens que destinavam a mim adeptos. Ganhei muitos seguidores com isso. Estava eu me transformando num influenciador digital. Tenho impressão que sem querer eu publicava informações e análises que não deveriam ser publicadas. Deviam ser segredos ou então estimulava demais as pessoas a pensarem e a criarem senso crítico ameaçador.

A gente do Bolsonaro se infiltrava nesse meio. Um deles chegou a dizer que faziam isso para ver o quanto os esquerdistas não amavam o Brasil. Em vez de torcerem para que o novo governo desse certo eles o comiam o fígado com suas críticas e deboches. Para esse cara eu disse que fazer seu governo dar certo era uma obrigação do presidente eleito e que o mesmo não havia começado ainda e corria o risco de ser desfeito se insistíssemos, nós da esquerda, em nossa militância em pró de mostrar que a concorrência que exerceu Bolsonaro não foi leal e nem legítima. Até sofri o que os grandes influenciadores digitais sofrem. Fui ameaçado de ataque violento; insultado; exposto ao ridículo, mesmo que sem força essa tentativa de rechaçamento de imagem e assassinato de reputação. Só não ganhei nada do que eu pudesse desfrutar.

Então, em um dos grupos, que eu considerava suspeito, vi um vídeo mostrando nitidamente a cena da facada no bucho ocorrida em uma das ruas de Juíz de Fora no último dia 6 de setembro. Achei intrigante a clareza da imagem que mostrava o momento em que o suposto punhal atingia, na altura do abdomem, a camisa amarela que Bolsonaro usava e voltava para trás, junto com o punho do agressor, sem deixar rasgo na camisa ou rastro de sangue. Não hesitei em compartilhar o material, mas não sem ser cauteloso. Nesses tempos de alta tecnologia de edição de vídeo, coloquei no status, eu que nunca acreditei que o tal atentado tenha sido legítimo, “SE ISTO FOR FAKE, É TÃO BEM FEITO QUANTO FOI O FAKE DO ATENTADO”. Em pouco tempo vi o material se alastrar em compartilhamentos. Só que sem o status que escrevi para acompanhar a mensagem. Só notei isso quando o estrago foi feito. Ficou como se eu só quisesse compartilhar o vídeo e deixar que as pessoas tirassem suas próprias conclusões.

Em uma das noites, ao logar na rede do Zuckerberg, vi o sininho das notificações avisar cerca de 50 reações em postagens minhas para eu gerenciar. Em um dos murais para onde ia parar meus compartilhamentos, a postagem do tal vídeo foi novamente comentada. Um sujeito dizia que o próprio era montagem. E ainda explicou o passo-a-passo de como foi feito o trabalho. E na resposta que eu dei pra ele, que dizia que em momento algum eu disse que o vídeo era autêntico e que não notei que o status não caminhara com a postagem como era de praxe, ele replicou: “se você sabe que é falso, porque fica compartilhando isso”, “dá margem para dizerem que vocês de esquerda jogam sujo para moldar a opinião dos outros”, “o atentado foi verdadeiro”.

O cara não contava com a minha mediunidade. Sim, eu atribuo a minha capacidade de decifrar os golpes que marqueteiros dão no povo e também a de me livrar de enrascadas a uma espécie de poder sobrenatural. Falei pra ele que se ele sabia o passo-a-passo de como foi feito o material podia ser ele mesmo quem o produziu. Conclui o raciocínio alegando que ele teria postado o troço no grupo de esquerda onde estava infiltrado como membro e esperou que alguém o compartilhasse. Isto acontecendo, ele correria para os comentários do compartihamento para provar para todos os que se expusessem à publicação a canalhice de alguém ao propagar material falso. Sendo esse alguém um influenciador de grande personalidade, o golpe desencorajaria a adesão a ele.

E o que acabou sendo aproveitado pelos que acompanharam essa discussão foi o desmantelamento que fiz do tipo de tática de guerrilha que estava sendo usada pelos bolsomimions. A turma de esquerdistas aumentou suas defesas contra as jogadas deles e o moço sumiu do território.

Há muito equívoco, até entre esquerdistas, sobre o que é atitude de esquerda. Procurar minar a moral do outro para enfraquecer sua popularidade e contudo a adesão a ele não é atitude própria de esquerdistas tomarem. Tanto é que essas táticas durante essas eleições e nos momentos pós-eleitorais vimos muito mais associadas aos elementos de direita do que o contrário. São estratégias de guerra. Marketing de guerrilha. Se usa para vencer no campo midiático uma batalha. Sobreviver num jogo. Continuar numa competição e com chances clara de ganhar. Tanto é que Bolsonaro ganhou.

Certa vez, eu estava em uma distribuidora de bebidas que mantinha um ambiente para consumidores consumirem no próprio estabelecimento os produtos. Quando eu cheguei, vários dos que estavam no ambiente tinham à mão ou à mesa uma garrafa litrinho de certa marca de cerveja. Se buscava a garrafa dentro de um freezer, se entregava ela ao balconista, que a abria, e se seguia para a parte sem pilhas de engradadados, onde se podia sentar e degustar a bebida.

Segui esse itinerário e me dirigi para o espaço reservado aos bebuns levando comigo uma garrafa de cerveja, porém, de marca diferente da que consumiam. Obviamente eu tive que ouvir que sou do contra. E alguém ainda fez menção à minha acepção política e me taxou de esquerdista.

Eu tive que responder que eu apenas fugi da moda. Porém, inconscientemente. Sem o desejo de fugir. Apenas escolhi a marca que preferi consumir. Ainda que eu voltasse até eles com um produto da mesma marca que eles consumiam, a forma com que eu o teria escolhido teria semelhança com a forma com que escolhi o que eu portava. Eu não teria o escolhido induzido por terceiros, pelo simples fato de eles estarem bebendo a mesma marca, e também eu não teria sido cooptado pela propaganda do produto melhor vendido. Eu teria simplesmente sido independente, livre para escolher. Racional, conscientizado e ético, pois eu não prejudicava ninguém fazendo o que eu fazia. Totalmente imune à psicologia comercial que faculta o consumo. Irreverente à publicidade e ao capitalismo. Isto é comportamento de esquerda. O verdadeiro comportamento de esquerda. E ele acontece assim: naturalmente.

Entendendo a Lei Rouanet e deixando de pagar de mula de candidato sem argumento para embates

Naquela de usar qualquer coisa que sirva para jogar eleitores contra o adversário, o fazendo pensar que o país, e consequentemente o povo, está perdendo dinheiro com alguns incentivos que supostamente o adversário quando na situação de governá-lo legou à população, os marqueteiros de Jair Bolsonaro acabam fazendo seus militantes pagarem mico ao publicar ataques que não têm fundamentos e são fáceis de serem desmantelados pelo público que ele deseja atacar e dele arrancar para o seu lado ou para o voto nulo o que puder. Circula, partindo desses idiotas-úteis, no Facebook um JPEG no qual vai escrito “Por que não investir o dinheiro da Lei Rouanet em hospitais, escolas…“. Isso é uma insandice e se você continuar lendo irá entender bem o porquê.

Eu conversava com um cara sobre a qualidade do eleitor do PT e a do eleitor do PSL. Citei logo Chico Buarque. O cara viu que só tinha gente da laia do Alexandre Frota e do Silas Malafaia pra ele citar, então, disse com agressividade, tentando impor razão: “Esse aí é o que mais mama na Lei Rouanet“. A tentativa de calar-me ou de desviar o assunto fracassou quando eu expliquei pra ele:

Olha, essa lei foi criada para incentivar trabalhos artísticos e literários de qualquer brasileiro. Eu por exemplo, que sou escritor, tenho produto para inscrever no programa e tentar patrocinador. Se inscrevo, meu produto aparecerá pra vários empresários, que podem interessar em bancar a produção em troca de ter sua marca estampada em alguma parte dos meus livros. É ele quem pagará tudo, o governo não pagará nada.

O Governo entra com dedução no Imposto de Renda para as empresas que aderem o programa. Se o Governo não dá essa redução, não faria sentido ele participar desse programa. Os empresários que quiserem ganhar com exposição de sua marca em trabalhos artísticos podem, eles mesmos, chegar até os artistas ou os artistas a eles. Os artistas fazem é favor ao Governo não indo diretamente ao empresário, quando suas chances de conseguir patrocínio são maiores, devido ao fato de a solicitação aparecer sem concorrência. A dedução no IR é que é o atrativo desse projeto.

E depois, proporcionar dedução no IR é garantia de não sonegação do imposto pelo interessado. A gente sabe como há sonegadores no Brasil. Uma empresa que se vale de incentivos de redução desse imposto fica exposta e por isso se vê comprometida a não sonegar a outra parte.

Agora, o que acontece se eu tiver incentivo em minhas obras? Primeiro, eu ganho um emprego, pois, vou poder viver da minha arte. E se sou empregado em alguma empresa, passo minha vaga pra outro. E quando minha obra for publicada, vão ganhar seus lucros e seus salários empresários e empregados que trabalham com produção editorial: Gráficas, escritórios de design, editoras, o órgão que expede ISBN, o Correios, as livrarias, as transportadoras, as fábricas de papel. Ou seja: o Capitalismo faz festa. E quem paga tudo é a INICIATIVA PRIVADA e não o Governo.

O empresário praticamente não tem custo, pois, ele vai bancar o patrocínio usando um dinheiro que ele passaria para o Governo, que é o da dedução de IR.

Aí, pode ser que alguém vá dizer: “Ué, o país ganharia mais se em vez de proporcionar dedução de imposto recebesse ele completo, portanto, perde esse dinheiro“.  Errado!

Quando, no caso em análise, o livro é vendido no preço dele vai um imposto direto, que é o ICMS, o qual será recolhido pela fonte de venda e repassado para o Governo. Quando o número de exemplares vendidos vezes o valor destinado ao imposto alcançar o que foi deduzido de IR o país recupera o seu investimento. E daí pra frente só lucrará com cada exemplar a mais vendido. Houve uma troca de recolhimeto do IR para o ICMS que é mais seguro de não ser sonegado.

Os teimosos podem continuar refutando: “Se o Governo recebesse o IR completo, teria um tanto a mais com esse ICMS“. Só teria se a obra fosse publicada por total cooperação do patrocinador. Do contrário ela não existiria, portanto, não ocasionaria o ganho com ICMS. E a parte tributária descrita aqui que seria empregada na produção estaria suscetível a uma sonegação. Muitas vezes sonegação branca: ninguém detecta.

Agora, por que o Chico é quem mais se beneficia da Lei Rouanet? Ele é um artista internacional, uma marca na capa de um CD dele aparece mais do que na capa de um livro meu. E não dá nem pra reclamar da desvantagem porque a carreira do Chico foi construída com honestidade e as empresas não estão sendo desonestas preferindo o que é melhor pra elas em se fazendo esse tipo de investimento. O negócio é trabalhar pra aparecer e entrar nessas concorrências com grandes tubarões. É ajustar as asas em vez de reclamar do vento.

Portanto, quando um candidato à um cargo político, que se vê fazendo qualquer jogo sujo para abocanhar o cargo que vai lhe beneficiar muito mais do que beneficia a Lei Rouanet o empresário, o artista, o empregador, o trabalhador e o Governo, lhe colocar para aplicar marketing de guerrilha sem te dar embasamento de que o que você faz circular não tem qualquer fundamento, ele age bastante desonestamente com você. Faz você pagar mico no seu mural do Facebook e nos murais de outras redes sociais na internet. Isso, em outras palavras, é falta de caráter do seu candidato. Se você vota em caráter, como gosta de propagar os que simpatizam com Jair Bolsonaro, comece analisando o dele e o da militância dele usando este caso.

Conheça o seu candidato conhecendo os eleitores dele

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Você quer acabar com o PT? Não? Então, o Bolsonaro não tem propostas para você. É indiferente, o que te interessa é ver solução para os males que o Brasil passa? Novamente, o Bolsonaro não tem propostas para você. Porque parece que a proposta de Jair Bolsonaro caso ele seja eleito presidente da república é só acabar com o PT. Ou seja: Nem vai atender a população em seus anseios e nem vai conseguir cumprir o que promete. Acabar com o PT está além das forças até de gente mais gabaritada. Essa obsessão deve ser inerente ao deputado por ele em sua carreira de vinte anos na política jamais ter aprovado um projeto de lei. É falta de experiência mesmo.

Tudo começou quando veio parar em meu inbox no Facebook uma postagem de algum bolsonariano. A postagem apresentava uma foto que mostrava vários homens pelados, em círculo, um cheirando a bunda do outro. O slogan de marketing de guerrilha era: “Só para não esquecermos… o que o Ministério da Cultura financiava com o nosso dinheiro“. E pra garantir a associação ao PT: a estrelinha vermelha fixada no canto superior esquerdo da foto.

O juíz Sérgio Moro até hoje procura um motivo pra legitimar a prisão do Lula. Os que caem na lábia dele, como os bolsonarianos, já se convenceram de que o homem deve ser mantido preso. O crime – provado – pouco importa. Mas, e os que acham que se for assim, acabou a liberdade pra todo mundo que não tiver a simpatia do STF? Eles não precisam ser convencidos? Já que basta colocar uma estrelinha que identifica o PT em uma foto junto com um slogan para que a legenda carregue a culpa do que diz o slogan, por que não colocar a assinatura do Lula numa réplica do quadro Mona Lisa, do Da Vinci, e provar pra todo mundo que o homem estaria preso por falsificação de obra de arte?

Então, já que caiu dentro da minha inbox sem a minha solicitação e ou autorização uma merda dessas, penso que tenho direito de acessar o link da postagem e até de tecer um comentário. E lá fui eu. Meu primeiro erro nesse episódio.

No comentário eu perguntei se a proposta de governo do Bolsonaro era acabar com o PT ou ele iria apresentar alguma ainda. Chamei de lixo o material da foto, porque é realmente o que eu acho, embora eu saiba que o que queriam atacar era a classe homossexual, dada a essas coisas, que chamam de arte moderna. E informei que nos tempos dos militares também havia incentivo à arte de todo tipo, querendo insinuar que os próprios militares não censuravam o homossexualismo, eles apenas não permitiam a massificação de elementos culturais disparados pela mídia, qual atitude mereceu meu elogio no comentário. Escrevi também que mesmo nos tempos militares, que Jair Bolsonaro acha que representa, também se gastava dinheiro público com eventos culturais.

Mesmo a postagem recebendo pra lá de 700 comentários, eu sabia que poderia haver manifestações contra o meu, mas não de forma tão alardeante e incoerente. Um sujeito conseguiu encontrá-lo perdido no meio de vários outros, simpatizantes à crítica, e se viu incomodado. Teve o trabalho de ir até o meu perfil no Facebook para procurar o que eu postava e voltou dele para me dar uma resposta cheia de ódio. Minhas publicações que ele selecionou só lhe foi possível acessar porque eu as classifiquei como públicas. Meu segundo erro nessa questão.

No mural do meu perfil circulava uma postagem de um jpeg instruindo as pessoas a não votarem na Dilma para o senado mineiro. Pelo menos três dos meus contatos compartilharam esse jpeg. Uma delas eu sabia ser bolsonariana, logo, instruía a não votar na Dilma por devoção à causa do mentor dela. Irritado com isso, resolvi publicar que eu iria votar na Dilma por não dever nada a ninguém e por não ser burguês. Com “burguês” eu quis dizer que em Minas Gerais se a Dilma não ganhar, ganha o Anastasia (PSDB), ou seja: os burgueses. Como não sou burguês, por que eu votaria no Anastasia? É o mesmo caso do Bolsonaro: Se pra mim é indiferente o PT acabar, pra que vou votar num cara que a preocupação dele é só acabar com o PT?

Nisso, da janela do quarto eu ouvia uma multidão soltando foguetes, tocando funk em alto volume e fazendo algazarra cantando hino de time de futebol após o “Parabéns pra você” em uma, obviamente, festa de aniversário. Isso já eram 23 horas. Há uma lei que diz que em zonas residenciais o barulho a essa hora deve ser diminuído. Bradei contra a perturbação e me desabafei indo para o Facebook postar uma foto do Caco Antirpes e o seu “Não basta ser pobre” se referindo ao alarido que pobre faz em suas comemorações. Eu queria aludir ao fato de que no Brasil há leis, mas, não se cumpre e nem fazem cumprir. Pergunta se apareceu a polícia mesmo havendo solicitações? E a outra coisa que eu quis aludir era que pobre tem certas manias que são por causa delas que a gente pasta com esses políticos usurpadores da baixa qualidade intelectual dos membros das classes populares, que eles determinam olhando para os hábitos desses membros. Não é porque não sou burguês que tenho que concordar com muitas das coisas que pobre faz.

Daí, o sujeito voltou com essas duas referências à postagem que comentei e me atacou dizendo que eu não dizia nada com nada, que não concluía raciocínio, que eu falei que ia votar na Dilma e que falei que não sou burguês, mas, critiquei pobre em um post. Terminou me chamando de petista. Esse contra-comentário foi não só o primeiro, mas, o erro derradeiro desse sujeito.

Putista” até que sou mesmo; “petista“, nem o PT quer que eu seja. Eu não sou popular, mas, do nada você ter 400 seguidores no Twitter, reunidos organicamente, nada de fake followers, é pra se comemorar. Desses 400 só me restaram cento e poucos simplesmente porque ousei duvidar das informações acerca da prisão do Lula. Falo mais abaixo à respeito. Faço saber que na opinião que dei no post da tal foto eu não deixei claro que eu não poderia ser petista. Se o sujeito achou que eu era bolsonariano é pura falta de capacidade analítica dele.

A postagem em que eu dizia que iria votar na Dilma para combater a que instruía a não votar na petista teve a visita, autenticada com um clique de reação, de uma das pessoas que propagaram a instrução que combati. Ou seja: concluí meu objetivo (e raciocínio) de ter minha resposta enxergada.

Nos comentários da publicação eu explicava que na verdade eu não votaria em ninguém e que ninguém mereceria o meu voto e que eu só quis dizer para uns e outros que voto em quem eu quiser e que eu tinha mais razões para votar na Dilma do que no PSDB (o cara que reagiu ao status e que havia compartilhado a instrução tem pensamento tucano).

Um colega, então, comentou que não votar não resolve o problema. Aí eu vi oportunidade para me expressar quanto ao que acho sobre tudo o que está acontecendo na mídia: prisão do Lula, popularidade do Bolsonaro, controle velado da política pela Mídia e pelo PSDB. Eu escrevi isto:

O sujeito que compartilha isso é eleitor do Bolsonaro. Só que eu tenho certeza que esse candidato é só um flanelinha, quando chegar a hora H ele vai dar de mão beijada para o PSDB o público que ele conseguiu colher, que nem fez a Marina Silva em 2014. E ele vai ter irritado tanto os esquerdistas com essa paranoia de exaltar o sistema militar, falar contra o socialismo, ofender negro, ofender homossexual, que esses eleitores, que jamais votariam no PSDB – de fato é a pior opção – vão votar só pro Bolsonaro não ganhar. A mídia vai preparar isso e todos vão cair que nem patinho. E tem dedo do PT nesse golpe. A prisão do Lula é fachada pra impedir ele de concorrer porque ele próprio não quer ser eleito porque sabe que é a vez do PSDB voltar pro posto conforme a regra de um certo conluio que está por trás desses partidos tudo e articulou esse golpe.

Mitificaram o Lula pra ele se tornar praticamente o único candidato da Esquerda realmente elegível. A Esquerda e os esquerdistas cairam que nem patinho não criando um substituto à altura. Logo, se o Lula não concorrer, sem chance de a Esquerda ganhar, que é o que interessaria ao pobre e ao trabalhador. Votando ou não votando a gente está deixando de votar.

Outro dia eu falei para um amigo, que está abilolado com esse Bolsonaro, que se a escolha fosse votar em Intervenção Militar ou nos candidatos reais ao posto de comando do Brasil, eu escolheria isso, mas não votaria no Bolsonaro porque ele é muito suspeito. Entre ter o Congresso tomado novamente pelos militares e sustentar lá esse bando de corrupto, de todos os partidos, que estão e que vão entrar lá, a gente estaria melhor amparado deixando as coisas por conta dos novos generais. Tem militar que já demonstrou que é confiável e que tem muito mais competência pra colocar ordem na casa. Nós não estamos melhor hoje do que estávamos nos tempos militares não. Eu vivi essa época e sei que não.

No fundo, o sujeito que incomodou com o meu comentário no post da tal foto ficou foi irado com o fato de eu chamar de lixo tudo quanto é coisa que apareceu no Brasil com esse nome dos anos 1990 pra cá. Falar que é mentira que o Governo Militar censurava qualquer tipo de expressão artística – até a homossexual – é falta de informação. Eu não sei sobre aqueles idos lendo nos livros da situação (regime civil), a história contada por quem está no comando, eu simplesmente vivi aquela época. Os “Secos & Molhados“, pra mim mola propulsora do homossexualismo no Brasil, é um exemplo que dá razão ao dito. E que o mesmo governo não empregava dinheiro público em projetos culturais é outra tolice. Basta lembrar das “Olimpíadas do Exército“, que reunia em uma Capital brasileira à cada ano todo o elenco da cultura e do esporte brasileiro da época.

Ou seja: pela minha opinião, que é a mesma que eu sempre coloquei aqui, não dá pra saber se sou esquerda ou se sou direita. Sou o que for melhor para o Brasil. O que me faça viver com dignidade e sem ser vendido para estrangeiro. Membro de classe nenhuma por não haver distinção de classe. Ao pé da letra, isso tá mais pra comunista, eu sei, mas o que chamam de comunista no discurso político brasileiro não tem nada a ver com isso. Se o meu oponente ficou tão irado com uma opinião que mais agride o petista do que um suposto representante dos militares, vai ver ele é que é o petista. Mas, pelo menos me fez ficar mais atento quanto a dois atos: não entrar em discussão no Facebook de quem não se conhece, mesmo recebendo algo em seu inbox, e não utilizar o alcance público em suas publicações. Publique só para os amigos.

Por isso é que em vez de eu voltar na postagem criticada para responder ao imbecil eu preferi escrever este texto. Afinal:

Nunca discuta com um idiota, pois, ele vai te arrastar até o nível dele e vai vencer a discussão por já ter experiência no nível“.
(Mark Twain)

 

Estamos vivendo a ditadura do empregador

trabalho escravo

Estamos já vivendo uma ditadura do empregador. Não bastasse a retaguarda oferecida pelos ministérios públicos em pró das empresas para as mesmas obterem mão-de-obra barata e escrava (no sentido de trabalhador sem direito de reclamar de exploração, com mãos atadas e mordaça na boca), o empregador ainda pode contar até mesmo com quem cuja existência só se justifica se for para defender o trabalhador. No caso os sindicatos laborais. A anulação da Contribuição Sindical contribuiu foi com isso.

Existe um conluio contra o trabalhador que funciona da seguinte forma:

O empregador explora, cometendo os mais incríveis abusos para obter produção do funcionário; torna o trabalhador refém de faltas contra o empregador que pode lhe ocasionar perdas no acerto e dificuldade para se recolocar no mercado de trabalho; paga o salário que achar que deve pagar e ainda faz de tudo para forçar descontos no mesmo e dá aumento quando quiser, à alíquota que lhe convier, mesmo quando a resolução de um dissídio der diretrizes diferentes.

O sindicato laboral ampara o empregador se fazendo passar por protetor dos trabalhadores. Engana a classe e a faz incorrer em erros que ajudam o empregador a obter seus resultados. O sindicato laboral não faz isso de graça. Ganha dos patrões para rifar os que ele judicialmente deveria representar.

Procurado um partido político de esquerda para filiação e entrada em campanha a cargo político para defender uma classe trabalhista e sua injúria contra os abusos dos empregadores do setor, os diretores do partido fingiram acolher meu interesse e instituiram comigo uma espécie de agenda para que eu confirmasse minha filiação e iniciasse minha trajetória militante. Ocorreu uma perda proposital de contato, adiamentos de novos encontros e sequer minha ficha de filiação eu obtive a aprovação. Simplesmente não me deram qualquer satisfação se queriam ou não que eu prosseguisse com meu intento dentro do partido. Era garantia de cadeiras em câmaras de vereadores e deputados e de repente até de senado devido ao amplo contingente de eleitores que a militância assediaria. Gente que se sentiria amparada contra as injustiças sociais que sofria e que não recusaria seu voto sabendo que teria no hemisfério político uma representação de peso. Percebi depois que os dirigentes do partido, pelo menos a unidade municipal que procurei, não tenho dúvida disso, estavam comprometidos com o sindicato laboral da classe que eu queria defender, talvez recebessem também alguma coisa para não colocar luz na causa, e por isso se omitiram para não perderem a boca. Pode ser também que soubessem com quem ou o que mexeriam e se acovardaram.

O Ministério do Trabalho é o mais sarcástico de todos. Os juízes são acusados de serem comprometidos com o sistema trabalhista, de maneira a não gerar desemprego – ou seja: se há trabalho escravo e nada pode ser feito por eles para mudar isso, o que não é verdade, que se dane o trabalhador, ele que aguente seu carma – e de maneira a não legar oneração vultosa como as de rescisões trabalhistas para o empregador. É até fácil de entender isso, pois, o sistema público depende dos impostos que arrecada, pagos pelo trabalhador, na forma de INSS e de ICMS (quando consome seu salário comprando), por exemplo, e pagos pela iniciativa privada – pelas empresas. As empresas produzindo e distribuindo seus produtos ou serviços geram impostos.

Tente acessar o site de denuncia do MT ou tente ligar o 158. Só a opção carta é que ainda não testei. No caso do site você só consegue acesso à página de denúncia se for pelo Internet Explorer. Mas, tem que ter sorte, pois, sabotam o funcionamento para você não conseguir contato. E o confuso 158, depois de muita espera você consegue agendar um contato com a ouvidoria do Ministério do Trabalho em seu município.

Certa vez, fui numa ouvidoria agendada para tentar uma atermação para solicitação de Rescisão Indireta – Aviso Prévio ao Empregador. Meu motivo era justo e derradeiro, desde que eu não deixasse passar o tempo que os juízes determinam ter ocorrido o perdão. Decorrido esse tempo e o motivo deixa de ser justo para o pleito.

Antes desse momento, com o motivo que eu aleguei nesse momento, eu havia procurado para a mesma intenção o sindicato laboral da categoria em que eu trabalhava. Porém, com outro motivo. O sindicato me recebeu, me deu folhas para assinar e me disse que em até 30 dias eu teria minha audiência. Minha causa era ganha. O sindicato ficou me enrolando, eu ligando e enviando e-mail insistentemente, até que o tempo passou e deu-se o perdão por eu não ter entrado logo com a causa. Desconfio que o sindicato procurou orientação com a empresa e a enrolação que ocasionou o perdão teria sido o lhe orientado.

Na ouvidoria do MT, o ouvidor me perguntou se eu entendia de leis trabalhistas e eu disse que sim e que na faculdade tive seis meses de Direito. Ele me passou uma cópia da CLT, aberta na página do Art. 483, que trata de justa causa ao empregador. O artigo possui alíneas de “a” à “g” e o livro que ele me passou possuía escrito à lápis uma tal alínea “h”. Disse ele que era proveniente da Reforma Trabalhista. A alínea me amedrontava mexer com o patrão, pois, se por mais que eu tivesse razão no pleito, se o juíz considerasse que não eu estaria ferrado tendo que pagar as custas da causa. Ou seja: legislação criada para favorecer a ditadura do patrão contra o empregado que não se intimidar e para tirar de cabeça o trabalhador e fazê-lo aceitar calado seu prejuízo. Saí dali indignado e fui procurar advogado particular em um aglomerado de escritórios advocatícios que existe perto do Forum Trabalhista em Belo Horizonte. Falo a respeito mais embaixo.

Recentemente eu procurei o MT não para efetuar reclamação, mas, para fazer denúncia contra uma empresa, apontando as práticas ilegais que ela cometia, dignas de serem investigadas pela Polícia Federal. Uma semana depois da denúncia feita através do site do MT, recebi uma resposta em meu e-mail, que dizia ter sido encaminhado o contato para outro setor do órgão – ou seja: empurra-empurra sem fim – e me orientava a procurar contato pessoal para receber melhor informação quanto ao que era denunciado para, por fim, iniciar um processo. Ou seja: o mesmo que a atermação acima e o mesmo que tirar-me de cabeça. Que nem fizeram o sindicato laboral, o partido de esquerda e etc. O não-me-toque ao empregador.

Agora vou falar sobre advogados particulares. Aparentemente, os advogados querem pegar casos a laço. Causas trabalhistas eles costumavam cobrar porcentagem sobre o valor da causa se ganha. Se não ganha, ficavam os honorários, que sempre eram combinados baixos valores, pois, quem procura advogado para resolver pendengas da vara trabalhista não tem muito dinheiro.

As causas que os advogados viam que não podiam ganhar eles sequer pegavam. E agora, mesmo havendo certeza de sucesso não lhes incentivam muito, pois, os juízes não estão dando valores altos para o empregador pagar a título de indenizações como as de assédio moral. Para se conseguir provimento negado pelos juízes nessas causas é preciso ser muito bem provada a acusação e isso espanta ainda mais os defensores. Logo, eles não veem muita vantagem em defender trabalhadores com acerto de até cinco anos de contrato de trabalho recebendo o Salário Mínimo.

Esses advogados são acusados de estarem fazendo tratos com as empresas. Receberiam delas para levarem seus clientes a erros, incluindo o de não comparecimento à audiências, o que conseguem com omissão de informação e outras manobras, e quando é inevitável a perda do processo pelo empregador, o reclamante fica sem receber o ganho por longos tempos, com o advogado justificando que espera ele a posição da empresa quanto ao pagamento.

Conheço uma pessoa que teve em fevereiro/2018 o provimento negado ao réu de um juíz em seu processo de reversão de demissão por justa causa e ainda não recebeu sequer aquilo que não é o empregador quem paga: a liberação do FGTS e do Seguro Desemprego. Aliás, são dois insumos trabalhistas pagos pelo Estado e que o mesmo não quer pagar ou adora postergar o pagamento. Essa tratativa serve para ajudar nisso também.

Fiz contato pessoal com dois advogados para lutar contra uma empresa. Os dois me tiraram de cabeça citando a Reforma Trabalhista como obstáculo. Ficaram de olhar meu material poderoso que garantia causa ganha desde que não excedesse o tempo dado ao perdão e até hoje eu não recebi nenhuma satisfação de nenhum dos dois. Também entrei em contato com o site Jus Brasil, onde você deixa uma reclamação e atrai advogados interessados. Recebi cópia do meu contato com o site em meu e-mail, mas, nenhum contato com advogado. Parece que todos estão comprometidos mesmo com essa ditadura do empregador.”

E pra acabar: a imprensa.

A imprensa é em quem você pensa levar à público essa dificuldade que o trabalhador está encontrando para fazer valer os seus direitos e acabar com os abusos do patrão. Porém, é com quem você menos pode contar. Os jornais que podem te ajudar são os pequenos, que não fazem cócegas ao Sistema devido à seu baixo alcance.

Já a grande imprensa, que pode mudar qualquer tipo de opressão no Brasil e moralizar qualquer setor ou resolver qualquer questão devido à massividade que seu noticiado alcança, a qual assusta qualquer alvo de notícias malfadadas, tem sua receita vinda direta ou diretamente do empregador que a maioria dos trabalhadores vão de encontro em causas trabalhistas. Além de terem as empresas como patrocinadores de suas notícias, o trabalhador é um dos consumidores delas e ele desesmpregado não consegue fazer isso. A imprensa hipocritamente impede o desemprego. Com isso, mais uma vez essa roda de opressão se blinda e tem garantida sua hegemonia no poder.

Uma observação: O Governo Temer implantou a Reforma Trabalhista e colecionou revolta dos trabalhadores. Ele próprio sabia que daria nisso. Agora que acabou a Copa para o brasileiro, entrará na imprensa, principalmente na TV Globo, carro chefe dos outros organismos, o rechaçamento de imagem dos políticos que incomodam, geralmente os de esquerda, mas, trabalharão também a aversão ao Bolsonaro, e busca de aceitação para os políticos que pagam essa imprensa, chamada de golpista, para livrar o caminho ao poder e ampliar suas chances de serem eleitos.

Muitos dos políticos e partidos denominados conservadores ou direitistas irão prometer queda dos principais itens dessa reforma. Michel Temer e suas equipes teriam trabalhado a indignação do público contra a sua reforma trabalhista tão somente para esse momento. Bradando contra termos da Reforma Trabalhista e tendo apoio da mídia corporativa – de maior alcance – em suas promessas, os eleitores tenderão sem resistência a dirigir seu voto para esses políticos e partidos.

Deve-se ter muito cuidado com essa jogada. Tanto direitistas quanto esquerdistas conseguirão anular se não todo o texto desse instrumento de perda de direitos do trabalhador, pelo menos os itens principais. Porém, sabe-se lá a que preço. A Direita sempre mostrou um “tampa aqui, destampa lá” e nenhuma transparência em suas intenções. Uma vez recebido o voto do eleitor e eleitos democraticamente para ocupar os postos mais prioritários da política brasileira, coisas como privatização definitiva da Petrobrás estão bem na mira dos chamados políticos obedientes ao Capital. Principalmente os tucanos.

Portanto, não deixe o cachimbo cair de novo e segura a Esquerda no Poder. Ainda é em quem melhor podemos confiar. Não, é claro, deixando de fazer o policiamento e cobrança pós eleição. Foi isso que faltou aos eleitores da Esquerda que foram desrespeitados e sofreram golpe em seu voto com a queda de Dilma Rousseff e cerceamento com a prisão arbitrária de Lula. Temos nomes na Esquerda que têm potencial para serem erguidos e substituir à altura as perdas. Não desistamos!

Futebol é arte e tática de manipulação social

Levando adiante o meu ceticismo quanto ao Futebol brasileiro e mundial, havia algumas rodadas para acabar o Brasileirão 2017 eu postei no Facebook, no formato previsão futurística baseada na lógica, uma provocação aos crédulos. E essa provocação atingiu alguns dos meus contatos ao vir que a maioria das previsões se concretizara, mas, a que aconteceria por último teria falhado. Segue o texto da provocação.

PREVISÃO DO FUTEBOL ATÉ O FIM DO ANO:

GRÊMIO: CAMPEÃO DA LIBERTADORES. RIO GRANDE DO SUL NA LIBERTADORES 2018.

FLAMENGO: CAMPEÃO DA SULAMERICANA. RIO DE JANEIRO NA LIBERTADORES 2018.

O ATLÉTICO MG TERMINARÁ O BRASILEIRÃO COM 56 A 59 PONTOS E SERÁ BENEFICIADO PELO G9 E IRÁ À LIBERTADORES 2018 JUNTO COM O CRUZEIRO. MINAS GERAIS NA LIBERTADORES 2018.

MESMO FAZENDO O NÚMERO DE QUE VAI PERDER O CAMPEONATO QUE JÁ ESTAVA GANHO, O CORINTHIANS IRÁ GANHAR O BRASILEIRÃO E JUNTO COM PALMEIRAS E SANTOS COLOCARÁ SÃO PAULO NA LIBERTADORES 2018.

ESSAS INFORMAÇÕES VAZARAM DA IMPRENSA QUE SABE MAIS DO QUE ACHAMOS QUE ELA SABE E O FATO DE ESTAREM CIRCULANDO PODE FAZER MUDAR UM RESULTADO OU OUTRO. MAS, DE FORMA QUE A GRANA PENSADA DE GANHAR NÃO ESCAPE AOS CLUBES E ÀS CONFEDERAÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS.

Em meus textos anti-futebol eu costumo acusar de ser uma das razões de minha birra o gerenciamento que fazem as instituições controladoras para que a modalidade esportiva funcione adequadamente para favorecer um esquema de corrupção visando o angariamento de altas cifras de dinheiro. No caso do Brasil, as principais instituições são, para mim, as Organizações Globo e a CBF. Daí a razão de um dos meus questionadores ter pronunciado, pra me cutucar, que a Globo teria mudado uns dos resultados só por ter sido antecipado pela publicação. Mal sabia ele que eu acredito priamente nisso e que a intenção da antecipação teria sido essa mesmo.

É notável que nos últimos anos o Campeonato Brasileiro tem seguido certa fórmula para alcançar e aprisionar a atenção do público. O clube campeão o consegue com longas rodadas de antecipação e as atenções se voltam para quem estará no ano seguinte na disputa da Copa Libertadores e da Sulamericana e quem quedará para a Segunda Divisão do Brasileiro. “Coincidentemente”, essas respostas são respondidas na última rodada. Se isso acontecesse de outra forma as atenções se perderiam e com elas as reações que se espera do público.

Eu acredito nas ideias que propagam complacentes do que seria um movimento que deseja desestabilizar através da critica sensitiva (seja ela demonstrada no futuro como a ter sido falsa ou verdadeira) o futebol moderno. Vários filósofos do chamado “marxismo cultural” ensinaram que acusações contundentes, independentes de serem verossímeis, a um sistema dominador, fazedor de cabeças e captador de reações do público, podem arrancar adeptos dentre a multidão para atuar no propósito de destruir tal sistema. E o Futebol é um desses sistemas. E a forma com que ele afeta as pessoas, pelo menos no Brasil, e as fazem inconscientemente incorrer em erros que prejudicam os outros e a si mesmo, enquanto uma cúpula lucra verdadeiras fortunas, eu quero ver destruída.

O resultado acusado de ter sido mudado teria sido o do Flamengo na Sulamericana, que afetou a classificação do Atlético MG para a Libertadores 2018. Risco que eu sabia ter grande probabilidade de acontecer, pois, se há realmente uma conspiração por trás dos acontecimentos do mundo do Futebol, se as deduções apresentadas antecipadamente estivessem corretas e se essa conspiração se visse tendo que fazer alterações em seus planos para desencorajar a crença em movimentos que espalham ideias que a perturba e também impedí-los de crescer, ela o faria alterando o que viesse por último, assim, o prejuízo com relação ao lucro originalmente arquitetado para se ganhar seria menor, já que as expectativas até então estariam todas satisfeitas.

A primeira pista que obtive para suspeitar disso foi ao ver o Vitória, jogando em casa, na última rodada do Brasileirão. Depois de começar ganhando do Flamengo, cedeu-lhe a derrota. Teria sido um resultado combinado, cujo efeito é discorrido a seguir.

Em toda aquela semana que antecedeu a rodada final do Brasileirão, os programas esportivos falavam que se o Flamengo não resolvesse dentro do campeonato sua classificação para a Libertadores 2018 ela poderia não vir. O time tinha na ocasião a opção de chegar ao referido certame com a credencial de campeão da Copa Sulamericana. Disputava ele a semifinal dessa competição e andava colhendo resultados medíocres que lhe estavam valendo o julgamento de não andar bem das pernas. E além de passar pela semifinal ele teria que se sair bem da Final, obtendo o título do torneio.

O Vitória amargaria, diante de sua torcida, mais uma queda para a Segunda Divisão do Brasileiro, caso perdesse a partida e não fosse beneficiado por uma combinação de resultados. Nessa situação, jamais o clube iria ceder (que no futebol é o mesmo que vender) uma derrota, jogando em casa contra um time que na ocasião estava uma baba. Alguém teria que ter mudados os planos articulados para ele e ser sacrificado.

E este do caso foi o Coritiba. Obviamente, de acato pensado e recebendo compensações ou promessas de compensações por isso. Para a administração obscura do Futebol no Brasil, o torcedor que  se lixe. E o do Coritiba aceitou o destino dado sem suspeitar que pudesse estar a perder seu tempo com o seu ato de torcer e que o que presenciara do time para o qual torce na última rodada do campeonato era fruto de uma negociação.

Com isso, estava cavado, então, com segurança, pois com a articulação a presença na Libertadores 2018 estava garantida, o abismo da Sulamericana para o Flamengo. Para que essa engenharia funcionasse devidamente, o Atlético Mineiro teria que ter alterada a projeção que seguia nela no campeonato, devolvendo como visitante os scores que fora submetido a ceder no primeiro turno do campeonato como anfitrião. Se isso fosse mantido ele fatalmente chegaria aos 56 ou 59 pontos apontados na provocação referida. O Galo de Minas fechou com 54 pontos a jornada. Dois pontos a menos que o Fla.

Outro fato que foi ignorado diz respeito à classificação da Chapecoense para a Taça Libertadores 2018. No final do ano passado, por causa do acidente, uma vertente administradora do futebol brasileiro sugeriu que a Chapecoense ficasse por quatro anos isenta de cair pra segundona. Assim, o clube se recuperaria financeiramente estando na Série A e com chances de ir para a Libertadores novamente. Outra vertente foi à mídia discordar disso (de mentirinha pra inglês ver), alegando que isso seria ilegal.

Então, durante um tempo no campeonato a Chapecoense fez o número do frequentador do Z4 (aqueles que caem para a segundona) e na reta final, pegando clubes que já estavam com a situação no campeonato resolvida, retirando dessa alegação apenas seu resultado em casa contra o Coritiba na rodada final, fizeram por onde ela ir parar na Libertadores. Tudo administrado para parecer natural, é claro. Poucos notaram isso. A Chape terminou seu compromisso empatado em pontos com o Atlético MG, valendo-se do critério de desempate.

E o Atlético MG? Esses clubes grandes são todos beneficiados pelos administradores do futebol no Brasil. Todos eles endividados, precisando participar de campeonatos importantes, de aparecer na mídia. Ganham eles e ganham também os administradores. O Galo foi o time que mais faturou nesses últimos seis anos com exposição na mídia e conquistas, ainda que não sendo lá tantos títulos conquistados. O Galo estava devendo cooperação para esses clubes todos, pois, todos cooperaram com ele, à pedido do complô, obviamente, nesses seis referidos anos. Incluindo o grande rival Cruzeiro.

2017 desde o começo os céticos já sabiam que o Galo iria pagar dívidas de cooperação. Suspeita-se que inclui-se nisso a perda da Copa da Primeira Liga para o Londrina. Só que o torcedor não perdoaria nunca se o clube, com tanta mídia o apontando como o favorito à conquista do Brasileirão 2017 e tanto investimento feito em atletas, só vacilasse e sequer fosse parar na Libertadores no ano seguinte.

O plano passou a ser sacrificar o Botafogo, o time que mais deve dinheiro no Brasil e que precisa arrumar titulo e participação em campeonato importante pra superar essa crise. O torcedor do Cruzeiro imaginou que o time fez favor pro Galo empatando, quase ganhando, com o clube carioca, na casa dele na última rodada.

O fato foi indispensável para colocar o Atlético Mineiro exatamente na posição de espera do G9, caso o Flamengo faturasse a sulamericana, que ficou. A massa atleticana teria por que continuar a dar atenção para os acontecimentos do futebol por mais duas semanas e de uma forma que daria bastante bafafá do tipo que a mídia gosta: tendo que torcer para o benefício de um grande rival inter-estadual.

Se o pior ocorresse, não seria nenhum desastre que causasse revolta de torcida, pois, além de o atleticano ser mantido com o status de “apaixonado pelo clube“, o que seria o pior para ele no ano seria chegar a não ter chance de classificar para o principal certame sulamericano. Amargar a humilhação de dever favor para Cruzeiro e Flamengo é coisa que o atleticano esquece rápido. E ademais, o Galo disputaria a Copa Sulamericana em 2018, torneio que para o conluio oficial ele ainda não faturou. E essa conclusão vale também para o sacrificado Botafogo do Rio de Janeiro.

Se toda essa especulação tiver um fundo de verdade, o fictício Movimento Céticos do Futebol na verdade teria feito duas proezas: Primeiro a de mudar a Final da Copa do Brasil. Que conforme os descrentes na seriedade do Futebol teria sido entre Cruzeiro e Botafogo. Provavelmente com o Botafogo a ganhando. A Final ficou formada entre Cruzeiro e Flamengo, com o Flamengo com projeção, na ocasião, de propenso campeão da Sulamericana.

O Cruzeiro já iria para a Libertadores pelos seus esforços no Brasileirão e é um clube que pode ficar sem título por um tempo, pois, acumulou nos últimos anos, favorecido pelo esquema supostamente exposto, várias conquistas. E depois, não é à toa que a Globo e o clube enaltecem o voleibol para que o cruzeirense adira e botam o próprio para comemorar titulo de voleibol. O grande risco é quanto ao perdão do torcedor se visse o clube deixando escapar o título da Copa do Brasil e não vendo qualquer outro no futebol no ano, já que o Brasileirão naquele momento estava longe de ser conquistado e possivelmente já encomendado pelo Corinthians de São Paulo. O cruzeirense não é como o atleticano.

O desfecho para se conseguir ridicularizar os crentes de que o Futebol brasileiro é administrado ficou por conta da perda da Sulamericana pelo Flamengo, que já estava com a vaga na Libertadores 2018 garantida. O mengo teria perdido de propósito a competição da Commebol, que ao que parece o Futebol brasileiro também controla. Na verdade, uma conspiração global controla. Com a configuração dada com esse desfecho, a previsão dos céticos falharia em dois itens: Flamengo campeão da Sulamericana 2017 e Atlético Mineiro indo pela sexta vez consecutiva disputar a Copa Libertadores do ano seguinte. Dessa vez por mérito de seus principais rivais.

E quanto à Globo, basta ver o vídeo do Paulo Henrique Amorim, que mostra que a Globo não tem mais audiência com telejornal, com Faustão, com Fantástico, com novela e vive de investir no mercado financeiro. Não é à toa que se vê a parte televisiva da organização cortando cabeças de artistas e jornalistas à revelia.

Um desses investimentos que a Globo opera seria centrado no futebol. Mas, pra que este esporte dê para ela o retorno que ela espera ele precisa ser administrado. E é isso que ela faz: maqueia até mesmo o que acontece dentro do gramado.

Parceira da CBF, a Globo manda no futebol que ela assessora sob o manto de só cuidar de fazer transmissões de rádio e televisão e cobertura de imprensa. A Globo e sua espécie de sucursal (como alguns difundem) Traffic, estão sob a mira do FBI por suspeita de corrupção no futebol. Envolve até a realização, não só a transmissão, da Copa do Mundo 2014 as suspeitas.

Então é isso. Eu continuo crendo em tudo que os céticos do futebol profundem a respeito desse esporte porque me faz muito mais sentido do que simplesmente ver resultados revoltantes saírem do nada e pessoas responderem com comportamentos que favorecem apropriadamente a um grande jogo de interesses. Que revela que é tudo armação o que ocorre no meio esportivo, por estar ele muito próximo da mídia e ser, com isso, muito midiatizado. Se tudo isso for mais do que especulação, sabendo que conseguiram esses feitos, de tanto ter combatidas suas versões da verdade, os céticos vão acabar moralizando o futebol. Este terá que voltar a ser jogado verdadeiramente no campo. Perde o ideal de consumo por trás do Futebol, mas ganham o público e o esporte.

Às vezes, de tão inacreditável a verdade deixa de ser conhecida
(Heráclito)