E se o dinheiro fosse o trabalho?

Imagine só: Você arruma um trabalho e ganha um cartão. Com este cartão você pode comprar, dentro de regras, tudo o que você precisa e muito do que você quer. Enquanto você estiver empregado, o Sistema pagará tudo o que você consumir com o seu cartão. Você só terá que se manter empregado.

Se perder o trabalho, se deixar de trabalhar, terá um prazo para voltar à ativa. Se não voltar dentro do prazo, cairá na condição de mendicância. A mendicância nesse sistema equivale ao sujeito que é sustentado pelo Estado: recebe assistência médica ambulatória, remédios de farmácia popular, auxílio do tipo Bolsa Família para comprar comida, ter água encanada em casa e também energia elétrica, transporte gratuito em ônibus e metrô, escola até o Ensino Médio.

Desempregados só contarão com o necessário. Nada de lazer consumista, como ida à bares ou à shows; nada de passeios e viagens.

A gratuidade desse pacote dura indeterminadamente, porém, o Sistema procurará recolocação para você. E quando encontrar, você não poderá recusar a oferta de trabalho.

Não haverá exercício de profissões ou salário. Você poderá se capacitar para atuar em uma profissão, adentrar nela no mercado de trabalho e até se manter nela o mais possível. Mas, caso perder o emprego e voltar a se empregar no mesmo ramo estiver difícil, qualquer coisa que aparecer ou que o Sistema arrumar para fazer será bem-vindo. O próprio cidadão desejará isso, pois, ficar desempregado será perder qualidade de vida.

Quanto ao salário, todos ganharão a mesma quantia: um cartão de compra. O Sistema estipulará o que – na verdade, como – cada qual poderá comprar com ele.

Você quer uma casa, escolhe uma, dentro dos critérios do Sistema, passa o cartão e compra. O sistema pagará ao vendedor a prestação, enquanto você estiver trabalhando. Quando der a quantidade de prestação paga para a casa ser sua, assim será.

Se você ficar desempregado pelo tempo limite e entrar na mendicância, se a casa ainda não estiver paga você a perde. Ela volta para o vendedor. Neste sistema, a propriedade privada não acaba. Se vier a se empregar novamente tendo passado pela mendicância, se a casa ainda estiver disponível ou de volta à venda, você poderá solicitá-la e voltar a pagá-la. Do ponto que parou.

Uma vez a casa sendo sua, você poderá comprar outra com o seu cartão – ou trabalho. E como proprietário de uma casa, virar vendedor de imóvel para o Sistema. O suor derramado é que será o fator de riqueza. Riqueza que não passará de pai para filho, todos terão que trabalhar para ter o que precisarem além do básico e o que quiserem.

Um carro, por exemplo, se você tiver a condição para comprar um – ser habilitado a dirigir seria uma condição -, você poderá comprar mesmo estando pagando uma casa. O que você não conseguiria é comprar outro carro estando pagando um. Outro smartphone estando pagando um. Outro aparelho televisor estando pagando um. E por aí vai!

E todas essas compras você pagará mensalmente junto com os itens da sua dispensa, a conta de água, luz, telefone, internet; os eventos que você quiser participar ou idas à bares, restaurantes, boates, passeios e viagens. Tudo isto será acumulado no seu cartão e pago pelo Sistema, bastando você estar trabalhando. É claro: dentro de critérios é que se dará seu consumo.

De um modo geral, não haveria distinção de classe social, não haveria separação em ricos e pobres, negros e brancos, cristãos e muçulmanos, crentes e ateus, alfabetizados e não alfabetizados. Todos seriam: trabalhadores.

Isto é comunismo? Afinal, todos iguais, justiça social sendo feita. Isto é comunismo?

Pode ser. Mas, tem este diferencial: a propriedade privada não acaba. E nem o dinheiro. Há lugar para a soberba, a avareza, a ganância, a opulência, a ambição e até para a futilidade. Tudo que o capitalista preza não é negado à ele. O sujeito que com o seu trabalho pagou uma casa, por exemplo, ou um carro, e compra outro desses itens para oferecer à venda no mercado – vulgo: ao Sistema – é provido de dinheiro. Idem os donos de negócios. Como exemplo: os donos de bares ou restaurantes.

Com o dinheiro ele poderá comprar outro carro enquanto paga um com seu trabalho. E abastado de dinheiro, pararia de atuar como trabalhador, se quisesse, sem entrar na mendicância. É, inclusive, o que acontecerá com os aposentados, embora estes também receberão um cartão – o de aposentadoria – em vez de dinheiro vivo.

Você gostaria de viver em uma sociedade assim? Não? É, mas pode ir se acostumando com essa ideia, pois, no mundo todo é o que vem por aí. Caso estiverem certos ou mesmo garantidos por fontes seguras os futuristas empolgados que gostam de espalhar esse tipo de utopia.

A mão que balança o berço da imprudência

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IMAGEM: Cardosinho Blog

As cenas e falatórios patéticos a que Jair Bolsonaro se digna expor na mídia parece estratégia. As repercussões são previsíveis. Parte do povo fica indignada, querendo que o presidente da república seja responsabilizado pelo que fez ou disse. A outra parte fica se sentindo representada pelos abusos e insandices do habitante temporário do Palácio da Alvorada, o presidente imprudente.

Por outro lado, tudo que o Governo Bolsonaro até agora fez de suas obrigações está num nível de aceitação alto. Isso é que talvez blinde o presidente e o deixa à vontade para permitir os esquetes que nos são oferecidos de bandeja através da imprensa e redes sociais na internet.

Seja verdade ou meia-verdade (vídeos editados ou cortados por exemplo) ou seja mentira, um posicionamento com relação ao que foi publicado sobre sua pessoa é o mínimo que se espera de o presidente tomar.

Daquilo que é feito de inverdade pelo bolsonarista – e não pelo Bolsonaro -, o presidente não se posiciona a tomar providências, chamar à responsabilidade os órgãos propagadores. Ele não dá satisfação nem para o seu seguidor. E nem o seu seguidor cobra dele, acha é bom ele não se pronunciar contra os ataques.

E isso tem aquela cara de conspiração, de conchavo entre atacantes e atacados. Ou então de apoio comprado. Todas as partes ficam protegidas de arcar com o que torna público e leva quem consome à loucura. O povão é o único que realmente toma partido, faz análises, cria crenças em supostas notícias, se indigna, se divide, sofre consequências.

Houve manifestação em Brasília no dia 03 de maio de 2020. Militantes pró manutenção de Jair Bolsonaro no cargo protestaram contra o STF, Rodrigo Maia, Globo, eu e você porque não entramos nesse clube.

As imagens do evento remetem à suspeita de protesto comprado. Feito por gente que por alguns cobres está à disposição para o ofício de protestar. Se fizerem escaneamentos minuciosos, eu não admiro se encontrarem uma ou mais carinhas presentes em protestos pró Lula, “Fora Temer”, “Liberte o Zé Dirceu”.

O presidente bam-bam-bam apareceu na rampa para acenar para os manifestantes. Teria dito que não sofrerá queda porque as forças armadas estariam ao seu lado. Diversos veículos de informação de esquerda apareceram na segunda-feira dizendo que o site UOL teria propagado que os militares retrucaram dizendo que eles não são malucos de entrar em uma aventura contra a democracia aplicando um golpe de intervenção.

Quanto a esse assunto sobre os militares, o Google, na busca por essa manchete não listava o site UOL em posição nenhuma na primeira página de resultados quando pesquisei. E nem o UOL apareceu responsabilizando os que o deram como fonte de uma notícia que pode ser falsa ou deturpada.

Mais uma aplicação do número “vocês dão o fato e falam que fui eu que o passei, se me vierem chamar atenção, digo que quem disse que eu disse o que disseram foi outro“. Todo mundo fica protegido de ser responsabilizado e também de ter que dar explicações por não ser visto responsabilizando.

Bom, esse tipo de apoiador do Bolsonaro a gente consegue entender. Tá defendendo o leitinho das crianças. Esse não tem que se queixar de nada. É até bom que tudo fique como está, com o presidente sendo estrela do Jornal Nacional nas reportagens sobre o mundo-cão da política brasileira.

Agora, o cara que não recebe incentivo nenhum para defender o Bolsonaro, este seria digno ele se incomodar com os esquetes que o presidente participa. Qualquer pessoa de bem se indigna com alguém fazendo publicamente descaso com a dor da população tão somente para se divertir. Se divertir, pois, como ele pode estar contendo seus adversários ou dando volta por cima com as atitudes imbecis que se deixa ser visto nelas?

Esse bolsonarista está buscando defender uma pessoa e não um governo. Ele talvez esteja otimista com o que o governo vem fazendo e deve ter em mente que o Bolsonaro é que sustenta os projetos de leis em andamento. Se ele cair, a casa cai toda. Não vê que isso é um ledo engano.

Pra esse cara, se rola um impeachment ou uma renúncia não é o Mourão quem vai assumir, seria o Lula. Só pode! Ou, se o Mourão ou outro assumir, os ministros não serão mantidos e ou o que está em votação e que estamos doidos pra ver aprovado será engavetado.

Isso é o tipo de atitude de cidadão que não tem consciência da sua força na missão de exigir finalização de projetos publicados e aderidos pela população ou da sua importância no processo eleitoral. Ele sofre de idolatria, tem o Bolsonaro como ídolo e sofre de Síndrome de Estocolmo. Em vez de nacionalismo, patriotismo, cônscio de seu dever de cidadão como o Bolsonaro propaga ser e como deveria ser quem o segue.

Se realmente o bolsonarista se interessa pelo que Bolsonaro fez e estaria fazendo – quem fez e está fazendo é o conjunto, que inclui a esplanada, as câmaras, o senado e até o STF – o foco dele deve ser na manutençaõ disso. Isso não se defende blindando as besteiras que um imbecil com faixa de presidente da república desfila na mídia.

Pelo contrário, faz é derrubar toda essa estrutura. Os supostos inimigos de Bolsonaro já demonstraram serem mais fortes do que ele. E se quiserem, para punir os que insistem em mantê-lo no posto, derrubam tudo quanto é projeto que passar pela câmara, pelo senado, pelo STF. Ou seja: punirá todo mundo.

E aí, ó, bau bau para os ganhos com que vêm nos fazendo sonhar o ministério dos transportes, da economia e trabalho. Até o da agricultura, a musa do veneno terá carta branca para esquecer os agrotóxicos se Bolsonaro cair.

Quando o então ministro Sérgio Moro apresentou o pacote anti-crime na íntegra, que gerou polêmica no Congresso, você bolsonarista bradou, xingou, ofendeu qualquer um que fosse contrário à aprovação do pacote. Me lembro muito bem disso!

O grupo que quer derrubar o Bolsonaro mostrou sua força e fez mudanças na ideia apresentada por Moro. Seu presidente permitiu, não foi? E você não socorreu o Moro, na época ele ainda era seu herói. Você não foi nas ruas protestar. Seria porque o Moro não estava pagando para isso?

Se Bolsonaro cair e tiver que haver outra eleição, é muito simples de lidar com isso. Basta escolher alguém do meio militar para continuar com a estrutura que aí está querendo mostrar serviço. Com certeza o Mourão montará uma chapa.

Você acredita que a Esquerda ou um outro, talvez um PMDBista ou um tucano têm mais a simpatia do povo, não é? Lamento, mas, se for assim, só confirma que a eleição do messias foi fajuta. Se não foi forjada, foi imposta por meio de táticas psicológicas que afetou quem votou nele. Afinal, a ideia propagada é a de que queriam gente nova, partido novo, votaram por mudanças. Não foi isso?

Agora, se for o Mourão a dar sequência, qual o medo de seguir com ele no comando do barco? Não confiam no militar experiente o quanto confiam no amador fanfarrão? Tira-se a desvantagem dele é se baseando em suas polêmicas aparições em público?

Então, não querem ver esse país crescer. Estaremos estagnados enquanto esse showman e seu clã estiverem empacando o cargo de presidente da república.

Deixe de vaidade, de orgulho ferido, de dor-de-cotovelo e teimosia. Até mesmo o cara de quem você ouviu “eu te avisei” está à espera de você sair da lobotomia que você sofreu e enxergar a realidade. Dar o braço a torcer e fazer o que é certo: lutar para que essa situação política se resolva logo para que possamos retomar o rumo que lá íamos tomando.

Eu sou um cara que não votou no Bolsonaro porque ele não apresentou nada que me fizesse votar nele. Ele apresentou foi o contrário. Mas, como muitos como eu, quando seu governo iniciou a gente deu o braço a torcer e virou apoiador.

Agora, você não quer que a gente continue a apoiá-lo dados esses cenões que ele protagoniza, quer? A gente não é maluco, né? Temos total consciência de que quem nos seduziu politicamente foi o ministério que Bolsonaro formou.

Estes, com exceção, no meu caso, do paranoico Ernesto Araújo, o blogueiro que acha que o nazismo era um movimento de esquerda, que não há aquecimento global e que a pandemia é um plano comunista, uma turma boa vai lutar para mantê-los.

A.A.Vítor – Autor do livro “Os meninos da Rua Albatroz”, cujo capítulo “Planejadores do futuro sombrio” previu o momento atual. Sobre saúde e espiritualidade leia: “A magia que enriqueceu Tony”. Sobre empreendedorismo, relação interpessoal e sexo leia: “Contos de Verão: A casa da fantasia” e “Todo o mundo quer me amar”.

Tragédia de Janaúba: Made in Estados Unidos?

A partir de certo momento da minha vida, eu me vi enfiado, por causa dos empregos que arrumei, num meio onde as pessoas se faziam de cultas, intelectualizadas, socialites, esclarecidas. E eu me deixava ser contaminado com aquilo. E acabei absorvendo aquele arquétipo de indivíduo social. Do tipo educadinho, gostos refinados e outras besteiras.
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E aquela gente jogava suas opiniões aonde os assuntos eram discutidos e eu podia ouvir. Sem dar palpite, é claro, pois não era bemvindo o meu palpite. Só acompanhando e exibindo risos e gargalhadas sem achar graça e dizendo gostar de certos valores (chatos) cultuados por aquela gente, sem realmente gostar e sim tolerar, para continuar sendo aceito nos grupos, mesmo que às espreitas.
 
Daí, passei a desprezar as opiniões dos amigos que eram os meus reais iguais. Eu achava que eles não tinham bagagem para me fazer qualquer observação a respeito de qualquer assunto, mesmo que banais, como o que vemos rolar na mídia pro povão discutir.

 

Mas, a quebra do transe ou da hipnose que sofri ocorreu faz tempo e eu há muito me libertei daquele estilo nojento de levar a vida, comendo angu e arrotando caviar.

E uma cabelereira me fez pensar a respeito da opinião dela sobre essa tragédia ocorrida ontem, 06 de outubro de 2017, em Janaúba, Minas Gerais. O brasileiro é mestre em repetir o que vê surgir na mídia, principalmente na televisão. Quer seja no jornalismo, quer noutro segmento cultural.

Se um chinês encher de balas crianças nos Estados Unidos, após a exibição no Brasil do fato catastrófico remoto, em ampla e atraente cobertura, alguém vai gerar a versão tupiniquim para a catástrofe.

Na ocasião que trago à mente para exemplificar foi a conhecida Tragédia do Realengo, ocorrida em 7 de abril de 2011 no Rio de Janeiro. E muitos outros casos de repetecos de tragédias importadas do primeiro mundo poderiam ser reportados se fosse o tema intrínseco deste texto.

Então, continuando a discorrer sobre a opinião da cabelereira, era o caso do público brasileiro exigir que notícias de tragédias sociais fossem inibidas de serem informadas pela imprensa do Brasil. Pelo menos a televisiva. Assim, não se influenciaria ninguém (apesar de eu achar que a ideia dos veículos comunicadores é essa mesmo e que eles ganham subsídio para isso vindo do meio empresarial e político).

E, ademais, reportagens do tipo – fatos policiais – têm que se limitar à região onde ocorrem. Qual o ganho, até mesmo informacional, que o público de certa localidade tem ao saber que um psicopata saiu disparando balas em crianças dentro de um jardim de infância? Isso pode até ser informado, a imprensa precisa rechear seus blocos e cadernos de notícias, mas não com o intuíto de aprisionar mentes a um fato que apenas deveria ser noticiado. Enterrado se possível!

Ficar chocado com a violência que ocorre em um meio distante ou encher-se de preocupação com as vítimas que mal se sabe se são realmente de carne e osso não é ganho nenhum. É tirar as pessoas do que estão fazendo e fazê-las perder tempo e dinheiro ou distraí-las para tapar ações nefastas, de politicos, empresários ou de burgueses, que a mídia é paga para tapar.

É deturpar informações e impregnar na mente do público, para que ele aceite, que em qualquer parte do mundo é dos círculos populares que saem as fatalidades mais grotescas e que por causa disso as pessoas devessem permitir ou continuar a permitir que a sociedade seja governada pelos entes dos meios mais sofisticados, pois, eles seriam mais pacíficos, controlados emocionalmente e entenderiam, em posição privilegiada, melhor a psique humana. Uma vez “eles” no governo, nós já sabemos o que acontece depois. Sem precisar que veículo de comunicação nenhum nos informe. Aliás, essa farra eles já não nos informam de maneira alguma!

A farsa da Dependência Química

Se cada um de nós expusesse sem medo sua opinião a respeito de cada assunto polêmico, sem se preocupar se a mesma procede ou se ajuda, teremos uma discussão informal que só poderia resultar em encontrarmos, da maneira mais natural possível, as saídas para os problemas. E quando se conclui algo de maneira natural, não encontra a solução resistência para ser empregada.” (A.A.Vítor)

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Eu conversava com uma mulher que tinha dois filhos e queria ter o terceiro para encerrar a produção maternal. Ela mantinha os ouvidos entupidos com um fone de ouvido de fios brancos plugado em seu Moto G. Ouvia Legião Urbana e me falou que adorava o Renato Russo. Sem muito o que dizer, comentei que se ela viesse a ter mesmo o terceiro filho e ele nascesse homem, o nome para o qual ela já o teria: Renato. Ela, por sua vez, me disse que poderia ser, mas, que ela achava que todo Renato é levado e difícil de educar.

Então, eu disse para ela que sua concepção sobre nome e personalidade poderia ser revista. E apresentei para ela a minha concepção. Nisso, eu disse para ela que era muito comum pessoas colocarem nos filhos nomes de apóstolos de Jesus. A maioria querendo fazer homenagem a uma personagem bíblica, não muito interessada em obter em casa um profeta ou um ente iluminado por Deus. No entanto, a quantidade de Lucas, Mateus, Tiago com comportamentos avessos, conforme a escritura, ao dos apóstolos homenageados é indiscutível de ser grande.

Eu expliquei a ela que não bastava ela colocar um nome. Ela teria que educar o filho informando para ele, pelo menos na fase em que assimilamos tudo o que nos é ensinado, que o nome dele fora inspirado em determinada pessoa. E enaltecer as qualidades da tal pessoa, entusiasmada e insistentemente, toda vez que falar com o filho sobre seu nome. Isso vai fazê-lo se condicionar ao xará original. Vai, com boas chances, programar sua mente a ser como a pessoa na qual seu nome foi espelhado.

Haverá um sentimento incógnito de que tal fato é o que a mãe espera do filho e o filho haverá de querer corresponder essa expectativa. O dinamismo com que a mãe utilizar essa psicologia é que irá garantir o sucesso de sua investida quando o garoto deixar de ser garoto e passar a tomar suas próprias decisões sem estar vinculado à qualquer instrução de terceiros, vínculo afetivo ou dívida de gratidão. As experiências vividas pelo garoto durante os tempos em que o que decidia por ele eram esses fatores vão pesar nas suas escolhas futuras. Terá sido prodigiosa sua educação infantil.

Antes que ela me dissesse que Renato não é um nome bíblico ou que o Renato Russo não tinha as características que ela gostaria de ver em seu filho se ele viesse, eu lhe informei que a pessoa cujo nome ela quisesse dar ao filho não precisava ser a original no momento de utilizar o método. Ela poderia inventar um Renato e falar sobre as características do Renato de sua imaginação para programar o filho através desse método de ligar uma pessoa a um nome. Ela poderia até arrumar uma foto mais ou menos do perfil que ela tivesse em mente e utilizá-la para ajudar o filho a criar uma imagem mental da inspiração que lhe deu o nome. Sem problemas se o filho viesse a descobrir no futuro a pequena mentira da mãe, pois, ele entenderia a necessidade demandada.

O problema da droga no Brasil é mantido por uma elite que quer que hajam os drogados. Um drogado é útil ao crime organizado, aos políticos mal intencionados, ao controle populacional. Não vou aqui descrever cada referência feita, discorro em outra postagem, mas, o que quero dizer é que só não conseguimos acabar com esse problema ou pelo menos minimizá-lo ao ponto de não ser mais um problema social a existência de viciados em drogas, porque uma elite que sabe lidar com o qual não o quer. Pelo contrário: quer manter e utilizar.

Eu não sou médico para dizer oficialmente o que direi. E nem quem é, principalmente se for comprometido com essa elite, poderá dizer. Por isso, deixo claro que se trata da minha opinião. Mas, o que leva o drogado a se manter nessa condição não é exatamente as disfunções ou distúrbios causados em seu organismo. Não é a briga hormonal ou enzimática que acontece dentro do corpo por falta do ingrediente que mantém o estado psíquico, por exemplo, a que se acostumou o drogado, lhe causando intolerância, que é  o principal motivo de sua persistência no submundo das drogas.

Os médicos já demonstraram que conseguem desintoxicar um dependente químico a ponto de deixá-lo livre dessa perturbação de seu organismo. E quantos ex-drogados entraram nessa condição por terem passado por uma igreja dessas bem radical em seus ritos de louvor? Se fosse as disfunções químicas do organismo as responsáveis pela manutenção do estado drogado, por que razão elas deixaram de existir tão somente porque o mesmo passou a participar de cultos religiosos repetitivos? Pelo alcance da Graça de Deus é que não foi! Ou, então, temos que investigar melhor o que chamam de Graça de Deus, pois, há um poder muito grande nisso e que é comum a qualquer ser humano de ser alcançado. Sem precisar de igreja, pregadores ou qualquer outra coisa própria do meio ecumênico.

Faz pensar que uma vez condicionado a algo que se queira deixar e não se consegue, a saída é viciar-se em outra coisa. Em religião, em hobbys como colecionismo, em sexo. Mas, viver livre novamente é praticamente impossível. Ser livre é ser totalmente dono do próprio nariz, sem ter dependência de qualquer coisa. Ser livre é fazer qualquer coisa por querer fazê-lo e quando não se quiser fazer mais essa coisa não é preciso migrar para outro afazer.

O que tentam esconder e conseguem é que para um drogado sair dessa condição a primeira aititude que ele deve buscar é afastar-se do meio e das atividades que são comuns do submundo da droga. O que faz ele ir atrás da maldita é estar no meio onde ela é popular ou manter hábitos e atividades que levam a desejá-la ou a desejar ir a esses antros.

Eu observei uma pessoa que saiu de um internato em uma clínica de recuperação após ter sido considerada curada. Da clínica ela foi para sua casa. Porém, na casa dela ela não tinha a droga, mas tinha tudo o que a faria ir atrás dela. E onde encontrá-la, mesmo o rapaz ficando um bom tempo fora de circulação, não mudou de lugar.

Na sua casa, o próprio encontrou a televisão para ver os programas que contém os ícones da gente do meio consumidor de droga que ele frequentava. Nela ele via os filmes com pessoas que falam o linguajar e do modo e timbre com que fala essa gente. Trajando os trajes que são pertinentes dos membros dessas colônias se trajar. Cujos temas dos filmes, violentos geralmente, são os que incitam essa gente e a motiva a imitar na vida real.

Da mesma forma, o rádio ou os mp3 para ouvir as mesmas músicas que além de insinuar pela batida têm o conteúdo letrista carregado de sugestões para “ir ver a galera” ele tinha à disposição. E no que se for ver a galera, ou seja, parar nos antros onde o consumo é frequente e sem cerimônia, a recaída é inevitável. Todo mundo em um meio onde se sente bem tende a fazer o que faz a maioria para evitar não ser aceito e com isso não poder contar com o que no tal meio lhe faz se sentir bem.

E tudo volta ou nada muda. No caso que estou mencionando o sujeito na casa de recuperação saiu do mundo das drogas, mas conservou latente o mundo das drogas dentro de si, era só estimulá-lo a reaparecer. Era só se expor à mídia, pois, tudo que a mídia faz é para patrocinar esse estímulo. E Einstein disse: “É estupidez achar que vai conseguir realizações diferentes se mantendo a fazer as mesmas coisas“.

Ou seja, o sujeito continuava a ver e a ouvir o mesmo que é próprio da situação de drogado; a falar o linguajar do meio; a trajar-se como o que é próprio desse gueto; a procurar por iguais, dentre os quais, pessoas que saíram e voltaram, pessoas que pensam em sair e pessoas que jamais querem deixar essa vida. Qual a chance da expectativa de ver esse sujeito reabilitar-se?

Se ele conseguisse se abster dos entorpecentes preservando esses itens ele estaria realmente curado. Logo logo ele abriria naturalmente mão de todo o resto, pois não lhe satisfaria mais. Ele criaria para ele novos julgamentos e, dentre outros motivos, ele não se veria enquadrado num estilo de vida conflitante com àquilo que ele passaria a entender como ser o seu.

Podemos verificar isso naqueles que saem de uma fé cristã e entram na protestante, por exemplo. Pegando-se as mulheres: logo elas deixam de vestir roupas curtas, deixam de se preocupar com vaidade, passam a andar com Bíblia debaixo do braço, a abordar todos que veem pela frente e insistir para que conheçam sua igreja.

A considerar essa visão, o vício do cigarro é muito mais preocupante que o das drogas. Por ser legal, você pode se deparar com uma sugestão sem caminhar muito. Você não tem como evitar ver um fumante praticando seu vício e enchendo a cabeça de um ex-fumante de sugestões para ele retornar à atividade como tem como evitar as sugestões que levam ao mundo das drogas, que por ser persuasivo demais tem vários aspectos mantidos na ilegalidade para que seja possível conter o avanço dos problemas sociais lhe peculiar, que são maiores do que os causados pelo culto ao cigarro ou ao álcool.

O sacrifício do ex-drogado, portanto, é maior: ele terá que selecionar os programas de TV e os de rádio, incluindo as músicas a ouvir, se ele quiser continuar a utilizar essas mídias; ele terá que abster-se da participação em determinados eventos ou presença em determinados compromissos sociais; terá que rejeitar certos lugares e uma série de outros instrumentos da sociedade que implicita ou explicitamente levam um indivíduo a se desagregar por causa do culto às drogas. Até que ele perca totalmente o interesse dos costumes patrocinadores da vida que ele quis deixar, ele terá que se comportar quase que como um ermitão. Sim, abster-se dos mecanismos da sociedade que levam à futilidade e consequentemente às drogas é se tornar um eremita.

Todo este texto expressa a minha opinião!

Ordem e progresso

Um registro importante deixado na narração do primeiro capítulo do livro “Os meninos da Rua Albatroz” é o fato de nos tempos do Governo Militar, pelo menos em Belo Horizonte as pessoas, por pressão do regime, comportarem-se de maneira a não ser confundidas com marginais procurados pela Polícia. Por essa razão não era comum encontrar andarilhos ao léu em áreas residenciais, ocupando as ruas sem ser morador delas, convidado de um morador, vendedor ou trabalhador em alguma das residências. E, ainda que nessa situação de andar por uma via sem ser um real utilizador, para não ser importunado por ninguém e ter restringido o direito de ir e vir, ninguém andava em público descamisado, vestido de maneira repugnante ou conduzindo na mão objetos intimidadores, como um pedaço de pau. Estando nessas condições era chamar para si abordagem policial. Também não era comum grupos de pessoas, mesmo que moradores da localidade, sentarem-se junto as esquinas para bater papo em horários noturnos.

Essa mesma preocupação é retratada em um capítulo do livro “Contos de Verão: A casa da fantasia” e não se trata de fazer apologia, mas para garantir a tranquilidade de moradores e transeuntes nas regiões, o que traz ordem e progresso, o modelo de contenção apresentado vale um crédito para o regime militar. Durante todo o livro, enquanto o conto se desenrola, são registrados prós e contras dos “generais”, de seus adversários e também da sociedade em geral.