O livro “A magia que enriqueceu Tony” é um conto. O conto é a melhor forma de se passar o que poderia ser um conteúdo didático. Ninguém vai a uma livraria comprar um livro didático se não porque foi pedido na escola. Eis a principal razão de se valer do conto como estilo literário para prover aprendizado.
E a narrativa do livro no que tange um conteúdo didático pende mais para as diciplinas de economia e administração de negócios. Se aprende bastante sobre essas duas matérias, que são próprias da vida de um sujeito rico.
Porém, o tópico “magia” não está no livro como assunto para tornar a história mais interessante e atrair leitor. Se aprende sim, rituais e outros procedimentos de que os magos de qualquer época se valem ou valeram para dominar a realidade deles. Dá até aquela impressão de que informações secretas estão sendo passadas ao leitor.
Um desses segredos é o que é informado sobre linguagem angélica – ou: idioma que os anjos falam. Sempre que se menciona linguagem angélica, quem conhece um pouco de ocultismo remete sua memória ao enochiano, o dialeto que teria sido recebido por Enoque vindo dos anjos com quem teria tido contato.
O enoquiano é uma espécie de proto-hebráico. Antecederia o hebreu. E a mística em torno do dialeto diz que seus vocábulos são tão poderosos que não se deve nem se meter a aprender a falar se o for fazer ao léo, descompromissadamente. As palavras têm poder e no enoquiano isso seria ao pé da letra.
Dizem que John Dee, o ocultista que teria trazido ao conhecimento do público o idioma, isso em 1581, passou adiante seu conhecimento da língua escrevendo de trás para frente cada palavra. Assim como o hebráico, o enochiano se lê da direita para a esquerda, mas o de trás pra frente aqui deve ser entendido como se estivessemos falando do Português.
Voltando ao livro, a forma com que o autor ensina como entender o que os anjos falam é a mais simples possível. Os anjos falariam conosco durante estados de consciência em que estamos dormindo e sonhando ou acordados e numinosos. O que eles sopram-nos emite sons – oníricos ou físicos, dependendo de qual estado se está – e estes fazem com que nosso cérebro realize sinapses que irão abastecer a mente de imagens, geralmente em forma de pareidolia, que transmitem mensagens.
Ao jogarmos uma pedra dentro de uma poça funda de água irá se descrever uma imagem feita de ondas circulares que vão se abrindo até se dissiparem. Isso se assemelha ao efeito que o verbete angélico causa à mente. O desenho da onda circular no exemplo dado é que seria a palavra. Quando um anjo sopra pra você, imagens que você reconhece tomam conta da superfície da sua mente e gritam pra você “é isso que ele está falando“.
Os anjos estão sempre se comunicando conosco. Se desenvolvermos meios de reconhecer essa comunicação e mais ainda a mensagem sendo passada só temos a ganhar, pois, eles só comunicam as respostas que a todo momento tentamos obter a respeito de tudo o que nos cerca. Respostas que se a obtermos em tempo nos fazem antecipar aos erros que constumamos cometer ou nos provisionam capacidade visionária capazes de nos enriquecer.
E aí, o que está esperando para ler o livro “A magia que enriqueceu Tony” e se abastecer com mais desses segredos dos ocultistas?