Atuar na internet dá aquela sensação de que se é uma pessoa moderna, desencanada, mente aberta e que “aceita as diferenças“, então, se alguém aparece perguntando se você é ativo ou passivo na internet todo mundo já imagina se o que querem saber é se nos perfis que você possui nas redes sociais ou nas abordagens virtuais de sexo, principalmente em salas de chat, você se apresenta mais como quem age ou como quem reage. Mas, continue lendo para constatar que não é nada disso o que é discutido neste texto.
Há pessoas que entram na internet e vão atrás de informação para assimilar, arquivos para baixar, entretenimento para se ocupar e passar o tempo. Essas pessoas não produzem e nem disponibilizam conteúdo para os demais internautas. Nem esperam faturar alguma coisa com visitação a um veículo de comunicação seu ou com venda de qualquer artefato. Esses são os passivos.
Já aqueles que suam camisas preparando material e upando para que outros compareçam até eles e desfrutem deles, deixando ou não o seu consumo uma fatura a ser paga para o produtor do conteúdo e com isso ele ter um pagamento pelo trabalho, são considerados ativos.
Ser passivo se sofre menos. Na maioria das vezes o internauta nessa condição sai satisfeito de suas navegações, pois, encontra o que foi procurar. Só se aborrece quando a conexão deixa a desejar.
O ativo não. O ativo se enlouquece quando publica uma postagem e vê que por mais que se esforçou a divulgando em feeds e outros meios de se fazer publicidade gratuíta ninguém a visitou, ninguém se interessou pelo material. Ou coisa pior, como o esquema controlador das audiências dos sites, blogs e perfis de rede social na internet ter inibido o material de ser encontrado ou acessado. Coisa que acontece na surdina e só quem paga a esse esquema para ter seu conteúdo assimilado é que segue em frente em carreiras de influenciador ou de produtor digital.
A maioria dos produtores de conteúdo é composta por gente anônima, empolgada, sonhadora e que não pode contar com o investimento em suas ideias ou em seu material e nem tem grana para pagar as arriscadas campanhas de marketing digital, como o AdSense.
Arriscadas porque são meios fraudulentos de arrecadação de verba de interessados em publicidade na internet. Os milhões de curtidas em uma postagem do Facebook, por exemplo, sérias podem não passar de dezenas. É um dinheiro que seria melhor aplicado nas mídias mais consagradas, cujo resultado de alcance pode ser comprovado pelo próprio contratante do serviço de publicidade, bastando para ele contar os clientes físicos que coletou afetados pelo seu anúncio.
Os mesmos em termos de mídia web são informados por meio de número de likes, de comentários, de compartilhamentos, de inscrições em canais, que sabe-se lá o que se pode esperar de verdadeiro em cada situação dessas.
Eu fui um desses sonhadores que achavam que a internet era o canal que faz alguém se tornar popular e enriquecer. Que haveria muita cooperação comigo com relação ao que eu produzia e disponibilizava para o público. Hoje sei que ainda é o mundo material o Eldorado e não o virtual, como forçam-nos a pensar que seja para que não o abandonemos, já que “Eles” têm o que extrair de nós aqui.
A web é só ficção, pura ilusão. Às vezes, nem mesmo disponibilizando para as pessoas conteúdo de suma importância e utilidade, informações restritas valiosas, gratuitamente, se consegue obter pelo menos popularidade e regozijar com números astronômicos mostrados em contadores de acessos orgânicos. Longe de ser o duvidoso Google Analytics. Por isso, escrevo porque gosto de escrever, não preciso de público leitor.
Portanto, caso estejas aflito por tentar acontecer na internet provendo conteúdo da melhor qualidade e não o conseguindo, ampare-se por este texto, caso chegastes até ele, claro, pois, ele esclarece que você não é diferente de ninguém, apenas não possui padrinhos ou o dinheiro necessário para aconteceres.
Mesmo o internauta ativo tem seus momentos de passivo, valorize mais estes. Se possível, não dando aos produtores de conteúdo que têm visibilidade na net a audiência que eles só têm por fazerem parte do conchavo. Essa é uma forma de ser ativo na internet colhendo resultado desejável: boicote aos grandes. É o que faço e me sinto muito bem fazendo.
Meu lema vem do velho e bom movimento punk: “Não me lês, não te leio; não compras de mim, não compro de você“. E assim seguimos fazendo o mesmo um pelo outro. Como irmãos de rede que somos. Kkkkkk!